Por anos a Yamaha XJ6 N protagonizou com a Honda CB 600F Hornet a – interminável – discussão de qual é a melhor naked média do Brasil e agora junta-se à rival no rol de motos que não são mais produzidas no País. A XJ foi disponibilizada por aqui desde 2010, tempo suficiente para emplacar mais de 21 mil unidades. Porém, nesta sexta-feira, com pesar, a fabricante tornou público o fim da produção, deixando órfã a ‘nação XJoteira’.
Aliás, o Brasil era o único país em que a Yamaha ainda mantinha o modelo em linha, afinal aposentou-o no exterior em 2016. Para a marca, a relação entre o público brasileiro e a XJ foi “uma trajetória de muito sucesso e paixão“. O motivo do fim, assim como já aconteceu com a XT 660R, foi porque o modelo tinha dificuldades de atender às novas exigências da legislação de poluentes.
Agora a Yamaha tenta canalizar todo este amor do público para a sua outra naked média: a MT-07. Com dois cilindros a menos e mais tecnologia embarcada, inclusive com o motor de virabrequim crossplane – derivado da MotoGP, o modelo tem a missão de cativar também os amantes de motores tetracilíndricos. Não vai ser fácil.
* LEIA, TAMBÉM *
Yamaha XJ6 tem novas cores e preços (2017)
XJ 6 ganha novidades (2016)
Teste XJ6-F (2013)
Teste XJ 6 (2010, no lançamento do modelo)
XJ6 N – relembre a história
É fato que a XJ 6 já sentia o peso da idade, pois ao longo de quase uma década de produção não recebeu mudanças significativas – o que fica nítido se relembrarmos o teste que fizemos dela lá em 2010. Diferente das principais concorrentes, como Honda CB 650F, a Yamaha carecia desde atualizações ‘simples’ (como iluminação em LED) até refinamento mecânico para dar mais vigor ao motor de apenas 77 cv (ante 88,5 cv da CB 650F e 102 cv da Hornet 2015, último modelo produzido).
Mas antes de cometer o erro de tentar quantificar o amor do público brasileiro pela XJ em números de cavalos, é importante lembrar sua história. O modelo foi desenvolvido com a missão de ser uma naked média de entrada, um passo abaixo da FZ6 N, e logo conquistou uma legião de fãs de seu design, chassi (de tubos de aço) aparente e ronco do motor, tetracilíndrico, de exatos 600 cm³.
Produção Yamaha XJ6 (Fonte: Abraciclo, considerando as versões N e F) |
|
Ano | Número de unidades |
2010 | 2.803 |
2011 | 3.700 |
2012 | 4.019 |
2013 | 3.235 |
2014 | 3.080 |
2015 | 1.799 |
2016 | 720 |
2017 | 760 |
2018 | 1.160 |
TOTAL | 21.276 |
No Brasil, entre 2010 e 2018, a Yamaha XJ 6 encarou o disputado segmento das nakeds médias, pleiteando a preferência do público com modelos como Suzuki Bandit 650, Suzuki Gladius 650, Kawasaki Z750, Kawasaki ER-6N, Kawasaki Z650 e claro as Honda CB 600F Hornet e CB 650F. Contudo, fica claro que a XJ sofreu mesmo foi com a briga dentro de casa, pois sua produção caiu consideravelmente quando a Yamaha MT-07 chegou, em 2015, e desde então nunca superou as vendas ‘da irmã’.
As unidades ainda em estoque na rede de concessionárias da Yamaha no Brasil seguem à venda com preço sugerido de R$34.690,00, sem contar despesas com frete ou seguro, disponíveis nas cores Racing Blue (azul) e Matt Gray (Cinza). Vá em paz (e sem silêncio), XJ.