Afinal tínhamos que ter uma postura para se salvar a industria nacional e equilibrar a nossa balança de pagamentos, o que de certa forma aconteceu; pena que durou mais de uma década.
As motocicletas fabricadas no Brasil praticamente inexistiam, e os amantes da velocidade e das viagens se viram órfãos da noite para o dia. O mercado de usadas, seminovas, ou ainda as novas que se tinham nos estoques das revendas simplesmente viraram ouro.
Passado os furacão, a nação tinha que continuar a andar, e o segmento das motocicletas também … e se existe nesse nosso mundo um povo criativo e de alto poder de adaptação; esse povo é o brasileiro !
Não poderia ser diferente pois o sonho nunca termina, afinal o ronco harmonioso das 750 Four se transformaram em lamentos nas ruas brasileiras, aos ouvidos da então adolescência.
O que nunca poderíamos imaginar é que com essa inventividade e perseverança, acabaríamos descobrindo um brasileiro que projetaria uma motocicleta que seria referência mundial, e que iria ditar uma tendência que vive ate hoje mundo afora … as MUSCLE BIKES.
Com muitas tentativas de fundo da garagem de quintal, com quadro de uma Indians, motores VW e muita gana, nem imaginávamos o que estava por nascer. Muito tempo, muito trabalho e muito dinheiro foram gastos, mas não existiam mais opções prontas para motocicletas velozes e estradeiras.
Temos também que lembrar que também não adiantava se comprar uma moto importada usada pois a importação também estava interrompida para as partes e peças que iriam ser usadas nas manutenções necessárias, e as que restavam tinham um preço astronômico.
Foi ai que surgiu Guilherme Hannud Filho entrando em cena, que ficou mundialmente reconhecido e respeitado pela qualidade de seus produtos, demonstrando os seus dotes de empresário e abre a AME – Amazonas Motocicletas Especiais; produzindo a motocicleta Amazonas que contava com quadro próprio, motorização VW a ar de 1600 cc, cambio de 4 marchas, e para a época a inusitada marcha a ré, alem de outras tantas soluções únicas que orgulhosamente foram desenvolvidas por brasileiros, no Brasil.
Vale lembrar que muitos de nós pudemos ver a Amazonas engordando os quadros de viaturas tanto do exercito ladeando as tradicionais Harley Davidson, alem de vê-las constantemente patrulhando as estradas junto a nossa Policia Rodoviária.
O fabricante foi ter com o editor da Cycle World em Houston no Texas, que após uma viagem de 3000 kms ainda reclamou por ser lenta. Porem, ainda sem se desistir, a motocicleta teve seu motor preparado, ficando com uma potencia maior que a moto mais potente da época, a VMax; ou seja, 150 contra 145 HPs … daí “AMAZONAS, das florestas do Brasil, aterrorizando as estradas americanas”, como chamada de uma nova matéria.
Mas quem é rei nunca perde a majestade, e o ícone será eterno e lembrado por todos brasileiros como um exemplo, e pelo mundo como um marco no motociclismo. Ainda podemos encontrar vários clubes da marca e seus aficionados não as trocam por nenhuma BOSS HOSS !
” Antes de DESTRUIR, PRESERVE “