Comentários:
Atende muito bem para o uso urbano, o nível de conforto e a comodidade proporcionada pelo câmbio automático é inigualável. Peguei ela com 11.000 KM rodados e rodei até os 16000 km, ou seja, 5000km em pouco mais de um ano. Hoje tenho moto CUB, mas já tive street e trail sendo que nada se compara ao scooter quando o assunto é perímetro urbano. A plataforma no lugar das pedaleiras é muito bom e útil, não respinga sujeira e te mantém mais protegido do vento. Os dois manetes de freio são bons, pois freia a traseira com a mão esquerda e freia a dianteira com a mão direita. O cavalete central faz uma frente enorme, permitindo estacionar em locais bem apertados. Contudo, por se tratar de uma scooter, o cuidado com manutenção deve ser dobrado, pois as scooter tem uma mecânica mais complexa devido ao câmbio e ao sistema de transmissão. Tem que prestar atenção no filtro de transmissão, no filtro de ar, na correia dentada, no filtro de óleo e no funcionamento do câmbio.
VISUAL: A minha era do primeiro modelo, onde o painel é mais bonito mas o design externo já se encontrava bem defasado. As rodas em liga leve continuavam belas e a lanterna traseira poderia ter sido aproveitada na Crypton, pois era bonita e iluminava bem. No meu caso pintei os aros pouco antes de eu vender, a cor grafite deu outro aspecto pra moto, rejuveneceu e deu mais ânimo no visual.
CONFORTO: A absorção de impacto das suspensões é boa, macia, mas o curso é muito pequeno tornando-a seca em situações muito irregulares. Em ruas de paralelepípido era necessário tomar cuidado para não dar fim de curso e era muito chato levar umas pancadas no traseiro, chegava a irritar. O bancos ajudavam a manter a maciez, mas não resolvia o fim de curso.
PERFORMANCE: De arrancada era meio manquinha, era de lua pois as vezes arrancava bem e outras não. Resolvi esse problema diminuindo o peso dos roletes dentro da cremalheira que se abria quando o câmbio trabalhava, isso fazia com que o câmbio abrisse mais rápido melhorando a arrancada e as retomadas, chegando na velocidade final muito mais rápido. As retomadas eram boas devido ao câmbio CVT sempre deixar a moto esperta, com atuação bem rápida. Para diminuir os peso dos roletes basta usar uma broca com diâmetro maior e alagar os furos nos meios, pois não há necessidade de toda aquela massa. Porém, não pode ficar dando borrachão, empinando e nem dando pau, pois os roletes podem quebrar por ficarem mais frágeis.
DIRIGIBILIDADE: Fácil de pilotar, é só acelerar e freiar, não existe melhor que isso. A Yamaha poderia diminuir a bitola dos punhos, pois o braço cansa mais rápido por ser grosso demais. A estabilidade em curvas de raio longo é boa, mas em curvas mais fechadas ela não é muito eficiente, tende a sair pela tangente devido ao peso da moto estar concentrada na parte de trás, justamente por causa do motor. É bom tomar cuidado, mas dá pra deitar ela bem e sem sustos. Os freios são bem pontentes, são os melhores que já usei, pois pára a moto com uma facilidade absurda.
CONSUMO: O grande vilão dessa moto, por ser automática e carburada. Minha melhor média foi de 33,5 km/litro e a pior foi de 26 km/litro. O trânsito da minha cidade(Joinville/SC) é muito travado, tem muito sinal e não tem vias rápidas que fazem fluir o trânsito. Isso, pro meu estilo de pilotagem, é muito ruim pois gosto de dar arrancadas mais fortes que o normal, pois não tenho paciência. Depois que eu diminuí o peso dos roletes o consumo médio melhorou, pois ela acelerava mais rápida e mais solta, exigindo menos do acelerador e conseqüêntemente consumindo menos combustível. De fato falta a Yamaha atualizar e colocar uma injeção eletrônica, deveriam adaptar isso ao motor 125cc da Factor, isso a faria muito mais eficiente. O tanque poderia ser maior, deveriam utilizar a solução que a Honda adotou na Lead em fazer o tanque no assoalho para dar mais capacidade.
CUSTO x BENEFÍCIO: De uma maneira geral, ela atende muito bem as necessidades de deslocamento urbano, no entanto, pelo preço, ela deveria oferecer injeção eletrônica, painel completo e moderno(poderia ser digital igual da Xenter 125 e 150 vendidas na Europa), o tanque poderia ser maior e os pneus deveriam ser mais resistentes. Na minha opinião a Yamaha deveria reduzir o preço em 500 reais e modernizá-la sem tirá-la de linha. Poderiam trazer a Xenter 125 e batizá-la de Neo.
Contras:
- Consumo elevado por causa do carburador e do câmbio automático(é o preço pelo máximo de conforto, mas poderia ser melhor);
- Falta injeção eletrônica. O carburador engasga muito;
- Tanque de combustível pequeno;
- Pouco curso das suspensões, apesar de relativamente macia;
- O painel deveria ser digital, igual da atual Xenter vendida na Europa;
- Pneu utilizado fura com muita facilidade, por causa do peso do motor que se concentra na parte de trás;
- Veículos com correia dentada não podem ser usados no limite por muito tempo, senão esquenta demais e arrebenta a correia;
- Bitola muito grande dos punhos cansam o braço mais cedo.