Lançamentos Por Sidney Levy 24/03/2016 17:00 (há 9 anos).

Lá vamos nós novamente escrever um teste de mais um novo modelo da família Honda CG. Desta vez é a mais básica de todas as CGs que a Honda tem disponível na sua linha, a CG 125i Fan. Olhe para ela na foto e procure semelhanças com aquela moto apresentada ao mercado brasileiro em 1976, a CG 125 que ficou conhecida como “CG Bolinha”. Certamente você vai encontrar poucas, mas muito importantes semelhanças entre estas duas motos separadas por 40 anos de desenvolvimento e tecnologia.

Se você procurar bem ainda encontra algumas destas CG Bolinha circulando por aí. Dificilmente estará original, mas ainda circula e mantém as mesmas características básicas que sempre acompanharam a família CG, com economia de combustível, resistência e durabilidade. E foi isso que a colocou como um verdadeiro case da indústria mundial, tornando-a um dos veículos automotores mais vendidos em todo o mundo.

A CG 125i continua cumprindo bem seu papel de primeira moto; ágil, leve e confortável

Sim, a Honda CG é um best-seller global em toda a história da indústria (de carros e de motos). Só no Brasil, desde 1976, são quase 7 milhões de CG 125, sem contar a CG 150 (agora 160) que começou a ser fabricada em 2004 e já soma mais de 4,8 milhões de motos. Perceba que estamos falando apenas do Brasil, mas a linha CG 125 também é vendida noutros países da Ásia. Mas, afinal, o que há ainda para ser avaliado numa moto com essas características?

Na CG 125i Fan pouca coisa mudou. A principal delas é a adoção do sistema de injeção eletrônica de combustível (apenas gasolina) e o painel agora totalmente digital. Ela é a porta de entrada da família e como tal, não traz nenhum item de “luxo”. A partida é no pedal, os freios são a tambor, as pedaleiras do garupa estão presas na balança da suspensão traseira e o novo painel traz apenas o velocímetro e o marcador de combustível, além das luzes espia de neutro, pisca, luz alta e do sistema de injeção eletrônica. Nas rodas, chamam a atenção os pneus Levorin, uma clara medida da Honda para conter custos. Realmente, uma moto “pelada”.

Algumas pequenas diferenças de equipamentos e funcionalidades entre ambas são percebidas. A moto de 1976 tinha o conta-giros, numa bela peça redonda que fazia par com o velocímetro, mas não tinha regulagem na pré-carga das molas, item presente na moto atual. O motor era basicamente o mesmo – um cilindro, quatro tempos, refrigerado a ar e que desenvolvia 11 cv de potência a 9.000 rpm –  ficando a maior diferença para o comando de válvulas por varetas que ficava no eixo principal do motor e não no cabeçote. Outra diferença importante era o câmbio, que tinha quatro marchas com os engates todos para baixo e o desempenho na época era semelhante ao da moto atual, com velocidade máxima próxima de 100 km/h e consumo de combustível entre 40 e 50 km/litro. É bom destacar que naquele momento a gasolina era muito mais pura e proporcionava muito melhor desempenho aos motores.

De resto ambas mantém suas melhores características, mas separadas por 40 anos de evolução, tanto dos materiais utilizados quanto nos processos de produção. Muita resistência, durabilidade e economia de combustível. A nova CG 125i fez a excelente média de 42,7 km/litro de gasolina com piloto e mochila nas costas somando quase 100 kg e em ritmo de trabalho intenso em vias rápidas e trânsito pesado em São Paulo. A melhor marca foi no uso urbano, quando ela fez 45,12 km/litro e a pior ficou para um trecho de estrada com acelerador quase todo aberto durante muito tempo para manter os 100 km/h de velocidade (no velocímetro), quando ela fez “meros” 39,8 km/litro.

Com preço sugerido de R$6.790,00 e disponível apenas nas cores preta e vermelha, a CG 125i chega aos 40 anos com o desafio de continuar levando a boa fama da família adiante. Como uma moça de boa família, essa missão ela tem todas as condições para cumprir. Veja a seguir um pouco dessa rica história.

Esta é a primeira…. nacional da Honda, a famosa CG Bolinha

1976 – CG 125 “Bolinha”

Conhecida como CG Bolinha, os folhetos promocionais da nova moto falavam em uma economia de até 57 km/litro de gasolina. O garoto-propaganda era o Rei Pelé, reconhecido como ídolo nacional e sinônimo de robustez e agilidade. A CG Bolinha, também se caracterizou pelo custo-benefício, pois custava a metade do preço do carro nacional mais barato da época.

1978 – CG 125 Ecco

Com um sistema de economia de combustível que ajudava na diminuição de emissão de poluentes quando comparado com a concorrente Yamaha que tinha motor 2 tempos, a CG Ecco ganhou o câmbio de 4 marchas rotativo, para-lama, setas de direção, retrovisores e alça da garupa cromados e nessa fase a família CG começava a ganhar a preferência dos consumidores.

1981 – CG 125 Álcool

Foi a primeira moto no mundo movida pelo etanol. Com o segundo choque do petróleo, em 79, a prioridade era substituir a gasolina por um combustível nacional e renovável, o álcool. Em fevereiro de 1981 a Honda produzia a primeira CG 125 à Álcool. O preço de venda da motocicleta não alterou, mas o consumo era cerca de 18% maior, compensando, devido ao baixo valor do litro do etanol. A moto tinha um sistema de alimentação (com bomba manual) de gasolina na partida a frio.

1983: Formas mais quadradas, linhas retas e um pouco mais de plástico com novo cambio de 5 marchas

1983 – CG 125

Neste ano foi feita a tão esperada mudança, a inclusão da 5a marcha, que foi um marco na história da consagrada CG 125. Na linha 1983 ela recebia sua primeira reformulação de estilo. As linhas retas tomavam conta da CG, lanterna diferenciada, novos piscas, para-lamas traseiro na cor da moto e novos comandos no guidão. A balança traseira mais longa, guidão mais alto, pneus maiores e tanque de 12 litros conferiam ao piloto a impressão de estar em uma moto de maior porte.

1989 – CG 125 Cargo e Today

Focado no público trabalhador, a Honda lançou a CG Cargo, modelo planejado para uso profissional/comercial. Sua grande novidade era o bagageiro cromado, que foi projetado para carregar uma carga maior e receber a instalação de baú, pois possuía banco de um só lugar e bagageiro espaçoso. Seu quadro e roda traseira vieram reforçados, e a suspensão posterior com regulagem e balança 80 mm mais longa. Este modelo teve 74 alterações no chassi e o motor recebeu 70 alterações melhorando seu funcionamento e durabilidade, dentre elas o inovador CDI (Capacitor Discharge Ignition).

A volta das formas arredondadas, com tanque de combustível maior , marcando a 4ª geração da família em 1994

1994 – CG 125 Titan

Nesta época, o consumidor pedia uma moto mais moderna, já que estava quase a uma década sem grandes mudanças. Seus consumidores reivindicavam freio dianteiro a disco e conta-giros. Sucessora da Today, ela trouxe de volta as linhas arredondadas, principalmente no tanque de combustível, melhorando o encaixe das pernas do piloto e a capacidade maior de 13 litros. Este modelo marcou o início da quarta geração da evolução da Linha CG.

2001– CG 125 Titan KS e Cargo

Esta moto passou por diversas alterações em seu design. O assento mais largo avançava sobre o tanque, guidão mais alto e melhor encaixe das pernas do piloto a tornaram uma motocicleta mais confortável e elegante. O farol arredondado voltou e a moto vinha com a tecnologia Tuff-up no pneu traseiro, retardando o esvaziamento do pneu em caso de furo. Na versão Cargo veio novo grafismo e a disponibilidade apenas na cor branca.

2003 – CG 125 Titan “5 Milhões”

A motocicleta seguia com grande procura devido à baixa desvalorização, facilidade de manutenção e durabilidade. Nesta versão, ela ganhou pintura exclusiva em cromo dourado e foi a motocicleta comemorativa representando as 5 milhões de motocicletas produzidas no Brasil.

Em 2006 chegam as versões KS, ES e ESD, com um identidade visual mais evidente para a marca no tanque de combustível

2006 – CG 125 KS/ES/ESD

O modelo ganhou um grande reforço na identidade visual, entre eles os grafismos, que ficaram mais evidentes, e o logotipo da marca, em destaque na motocicleta. Ela chegou em novas cores, como cinza metálico e azul, mantendo as tradicionais vermelha e preta. Agora ela vinhe em 3 versões: KS (partida a pedal e freios a tambor), ES (partida elétrica e freios a tambor) e ESD (partida elétrica, freio dianteiro a disco e suporte do pedal de apoio do garupa em alumínio fixado ao chassi). As vendas desse modelo ultrapassaram 200 mil unidades.

2008 – CG 125 Fan

A CG 125 Fan na versão 2008 chegou na tradicional cor preta e em nova cor cinza metálico. Os grafismos receberam novo visual e o conforto era uma das suas principais características, pois o assento era em dois níveis, largo e macio, ajudava a reduzir a fadiga na pilotagem por longos períodos e dava maior comodidade ao piloto e ao garupa.

2014 – CG 125 Fan

Apesar de não parecer, em 2014 todas a linha CG recebeu modificações estruturais importantes, pouco visíveis, mas fundamentais. Um novo chassi foi construído em chapa estampada e num nova liga de aço carbono mais resistente. Uma nova lanterna assemelhando-se a LED e tambem um noco conjunto óptico dianteiro foram introduzidos. O grande resultado no todo foi a redução de peso em 4 kg, muito para uma moto desse porte. Por fim, um novo painel digital foi adotado em toda a linha.

FICHA TÉCNICA HONDA CG 125i FAN

 Motor……………………………………………….. OHC, Monocilíndrico 4 tempos, arrefecido a ar
Capacidade cúbica……………………………… 124,7 cm³
Diâmetro X curso………………………………… 52,4 x 57,84 mm
Taxa de compressão…………………………… 9,2 : 1
Sistema de partida……………………………… Pedal
Bateria……………………………………………… 12V – 4Ah
Tipo de combustível……………………………. Gasolina
Capacidade do tanque de combustível…… 14,6 litros
Alimentação……………………………………….. Injeção Eletrônica PGM FI
Torque máximo…………………………………… 1,06 kgf.m a 5000 rpm
Potência máxima………………………………… 11,8 cv a 8.500 rpm
Sistema de ignição……………………………… Eletrônica
Consumo médio………………………………….. 42,7 km/litro
Transmissão secundária………………………. Corrente
Embreagem………………………………………… Multidisco em banho de óleo
Câmbio………………………………………………. 5 velocidades
Tipo de chassi…………………………………….. Diamond
Pneu dianteiro…………………………………….. 80/100 – 18M/C 47P
Pneu traseiro………………………………………. 90/90 – 18M/C REINF 57P
Freio dianteiro……………………………………. A tambor / 130 mm
Freio traseiro……………………………………… A tambor / 130 mm
Comprimento total……………………………… 1.980 mm
Largura total………………………………………. 737 mm
Altura total…………………………………………. 1.070 mm
Altura do assento………………………………… 782 mm
Altura mínima do solo………………………….. 164 mm
Peso seco…………………………………………… 107 kg
Distância entre eixos…………………………… 1.308 mm
Suspensão dianteira……………………………. Garfo telescópico / 115-102 mm
Suspensão traseira……………………………… Convencional, dois amortecedores / 64-82  mm

Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.
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