Em 1993 a BMW conjuntamente com a Aprilia projetaram as BMW F650 Funduro e F650ST Strada. Foram as primeiras BMW com transmissão final de corrente. As duas usavam motorização 652 cc da Austriaca Rotax. A Strada era um modelo de rua mas a Funduro era dedicada ao mercado Dual Sport. A Aprilia comercializava seu modelo, resultante do projeto conjunto com o nome Pegaso. Esse modelo foi importado ao Brasil na época e permanecem muitas unidades ainda em uso nas nossas ruas.
De 2000 a 2007 a BMW produziu um novo modelo, modificando o projeto original, feito juntamente com a Aprilia. Havia dois modelos, a F650 GS e a F650 GS Dakar, nome dado em comemoração às vitórias de Richard Sainct com as F650RR em 1999 e 2000 desenvolvidas a partir das F 650 GS.
O modelo agora fabricado no Brasil é uma re-edição dessa grande motocicleta que em 2008 foi substituida pela F650 GS. Mas na verdade essa F650 GS usava o motor 798 cc de dois cilindros paralelos que hoje equipa as F800. Parece que a marca alemã reconheceu a importancia de manter o motor com a cilindrada equivalente ao nome da moto. Por conta disso, essa moto de 800 cc causou muita confusão no mercado pois tinha potência e cilindrada incompatíveis com o número no nome da moto. Então, a G 650 GS é uma motocicleta que anda há algum tempo entre nós mas parece que não envelheceu por esses anos pois mesmo fruto de um re-lançamento faz sucesso no mundo inteiro, inclusive vimos no recente salão duas rodas de 2011 o modelo comemorativo, lançamento mundial da G 650 GS Sertão. Por ser uma big trail, fizemos nosso teste em percurso on-off road, com trechos de serra, estradinhas de asfalto, de terra, areia, pedras e claro, pelas ruas e avenidas de São Paulo, auto-estradas enfim, toda gama de uso passivel de uma boa big trail.
O que se nota imediatamente, ao montá-la é o grande tanque que não é tanque, mas sim onde se abriga a parte elétrica e filtro de ar. Você fica montado confortavelmente no banco por sobre o tanque real que fica sob ele. O guidão lhe oferece acesso rápido e fácil a todos os controles, uma maneabilidade de respostas lentas mas definidas, como se espera para uma moto dessa categoria mas ainda rápida e bastante segura para todo tipo de piso e o motor, com o câmbio bem escalonado proporciona tocada fácil e rápida, sem que o piloto tenha que se preocupar demais com o piso por onde trafega.
Na cidade
Ela tem o guidão bastante largo para manobrar pelo trânsito mas mesmo assim sua agilildade é boa, aceita muito bem a buraqueira e não apresenta nenhum movimento imprevisível ao rodar, acelerar ou freiar. Nas curvas ela contorna muito bem, principalmente se usado corretamente o ajuste de pré carga da mola traseira. Extremamente fácil de ajustar, até parado num semáforo você pode regular o sag traseiro para o peso do garupa que acaba de lhe pedir carona, excelente e muito bem colocado o botão de ajuste.
Nas rodovias
Neste ambiente ela não faz feio também, apesar de vibrar um pouco, principalmente nas pedaleiras em certas rotações ela desenvolve muita velocidade para um cruzeiro relaxado e seguro por várias horas sem cansar o piloto, o para-brisa abre bem o vento protegendo o condutor e quanto ao piso, quanto pior melhor. Você se desloca sem se preocupar com o terreno, mantendo boa velocidade sem perder muito conforto nos trechos mais esburacados. Nessas condições também o ajuste de pré-carga da suspensão traseira ajuda muito quando você adiciona carga e garupa para uma viagem mais confortável porque a regulagem que mantém a altura da traseira na atitude correta proporciona a estabilidade quase igual a quando está sem carga. E no frio ou chuva, você liga o aquecedor de manopla – é incrível a diferença que faz manter as mãos aquecidas nessas horas. A hipotermia começa pelas extremidades e nas mãos do motociclista; a vulnerabilidade é grande. Muito benvindo o aquecedor de manoplas, mesmo para nosso clima temperado. No sul e sudeste do Brasil há dias em que não dá vontade de sair de moto de tão frio e esse acessório ajuda em muito. Com a facilidade de ajustar a pré carga da mola se percebe como é importante fazer esse ajuste sempre que se adicionar carga na moto, sem falar no ajuste individual, que muita gente nem se apercebe da necessidade. Um motociclista de 120Kg não pode usar uma motocicleta do jeito que ela sai da concessionária, tem que fazer os ajustes para adequá-la ao seu peso.
Na terra
Agora, na terra o guidão largo faz sentido. Ele oferece uma boa pegada nos punhos e uma boa postura bem definida para terra que facilita andar em pé quando necessário e o avançar ao banco para pressionar a frente em curvas é facilitado também, pelo formato do “tanque” (na verdade o reservatório de gasolina fica sob o banco) e do próprio banco. O motor se mostra dócil mas ao mesmo tempo potente para arrancadas rápidas, com modulação suficiente no acelerador para que não se perca a tração do pneu traseiro. Percebe-se que com pneus mais apropriados para terra poderia-se usar mais o motor e nas frenagens também. A potência dos freios, fortes para o asfalto ainda se mostram bem sensíveis para se modular na terra, com o ABS desligado. Não possuem sensibilidade para uso nessas condições mas podem ser desativados com o pressionar de um botão.
Análise técnica
– Ciclística:
– Motor:
A compressão de 11,5 : 1 e a configuração 100 mm x 83 mm de diâmetro e curso do pistão (super-quadrado) mostra que esse motor se apresenta como um alta-performance. De fato, sua potência máxima de 50 cv e torque máximo de 6,1 Kgf.m não demonstram todo potencial desse motor. Os números podem não ser extremamente altos para essa cilindrada mas a forma que o motor entrega essa potência é que faz a diferença, particularmente para uma big trail. Uma curva de torque e potência muito amigáveis em que mesmo que você não esteja na marcha mais correta para a situação, uma abertura a mais no acelerador é tudo que você precisa para encontrar uma resposta pronta e imediata do motor. Extremamente dócil e ao mesmo tempo explosivo acima de 4500 ou 5000 rpm.
– Câmbio:
– Freios:
– Suspensão:
– Acabamento:
– Equipamentos:
– Tecnologia embarcada:
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