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O volume de pneus descartados em territ¢rio nacional durante o ano de 2005, atingiu mais de 27 milhäes de unidades.

A resolu‡Æo Conama n§ 258/99, determinou que a partir de 1§ de janeiro de 2005, “para cada quatro pneus novos fabricados no Pa¡s ou pneus novos importados, inclusive aqueles que acompanham os ve¡culos importados, as empresas fabricantes e as importadoras deverÆo dar destina‡Æo final a cinco pneus inserv¡veis; e para cada trˆs pneus reformados importados, de qualquer tipo, as empresas importadoras deverÆo dar destina‡Æo final a quatro pneus inserv¡veis.”

Este percentual nÆo foi alcan‡ado, pois segundo a ANIP (Associa‡Æo Nacional da Ind£stria de Pneum ticos), um dos grandes problemas na reciclagem dos pneus est  na sua coleta, no tamanho do pa¡s e por isso muito espalhados.

A utiliza‡Æo de pneus ‚ atualmente insubstitu¡vel em nossa sociedade, tanto para o transporte de cargas como para o de passageiros. Pelo seu enorme impacto ambiental e por ser imprescind¡vel, pesquisas vˆm sendo realizadas com o objetivo de buscar novas tecnologias de sua reutiliza‡Æo.

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Interessantes alternativas surgiram e diversos projetos ambientais foram desenvolvidos para, de forma consciente e eficiente, realizar o seu reaproveitamento.

Tempo de decomposi‡Æo
Enquanto uma folha de papel se decompäe em, no m ximo, 6 meses, um pneu demora cerca de 600 anos para se degradar. (ver tabela abaixo) Este ‚ um dado importante e deve ser levado em conta, j  que estes sÆo objetos volumosos que precisam ser armazenados em condi‡äes apropriadas para evitar riscos de incˆndio e a prolifera‡Æo de mosquitos, o que compromete a sa£de p£blica. No Brasil, a popula‡Æo os abandona em aterros sanit rios, beiras de estrada, cursos dï gua e alguns sÆo at‚ mesmo enterrados.

Decomposi‡Æo de Res¡duos
Papel 3 a 6 meses
Palito de Madeira 6 meses
Chiclete 5 anos
Lata de a‡o 10 anos
Nylon Mais de 30 anos
Pl stico 100 anos
Pneus 600 anos
Vidro 4000 anos
fonte: www.compam.com.br

Reciclando Pneus:
Pneus velhos podem ser reaproveitados de diversas formas. Veja, a seguir, algumas das alternativas:

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Recauchutagem:
Se o pneu estiver em boas condi‡äes de conserva‡Æo, existe um processo que aproveita sua estrutura e incorpora-lhe nova borracha de piso: a recauchutagem. Esta opera‡Æo, al‚m de reconstruir o pneu, mant‚m basicamente as mesmas caracter¡sticas t‚cnicas e de comportamento do original, a custos muito inferiores.
Para ve¡culos de pequeno porte, a opera‡Æo pode ser feita apenas uma vez. J  os pneus pesados e industriais tˆm trˆs chances de serem recauchutados. A grande vantagem ‚ dos pneus de aviäes: o processo pode se repetir at‚ dez vezes.

A convivˆncia entre a ANIP (Associa‡Æo Nacional da Ind£stria de Pneum ticos) que representa os fabricantes de pneus novos e a ABIP (Associa‡Æo Brasileira da Ind£stria de Pneus Remoldados), representante dos pneus remoldados nÆo ‚ pac¡fica, com acusa‡äes rec¡procas. A primeira acusa a “falta de seguran‡a” dos pneus remoldados e a segunda acusa interesses comerciais de multinacionais por tr s da cr¡tica de “falta de seguran‡a”. Considerando o imenso impacto ambiental dos pneus, seria bem melhor para todos que essas entidades conseguissem se entender e cooperar entre si para reduzir as conseqˆncias ambientais.

Cal‡adas e estradas “ambientalmente corretas”:
Empresas especializadas j  estÆo construindo pavimentos com borracha triturada. Apesar do custo ser maior do que o concreto, o material pode dobrar a vida £til da superf¡cie, pois sua alta resistˆncia retarda o aparecimento de trincas. Al‚m disso, este tipo de pavimento absorve os choques, suavizando a carga, machucando menos em caso de tombo e reduzindo o ru¡do causado pelo contato dos ve¡culos com a estrada.

V rios trechos feitos de pneus mo¡dos indicam que a possibilidade de utiliza‡Æo de mat‚rias recicl veis em obras de pavimenta‡Æo ‚ vi vel. Nos Estados Unidos, h  o incentivo por parte do governo para incorporar a borracha nas misturas asf lticas, afinal o pa¡s ‚ o campeÆo na produ‡Æo de pneus inserv¡veis, cerca de 290 milhäes sÆo jogados fora a cada ano.

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Estimativas indicam que no territ¢rio brasileiro, existem mais de 100 milhäes de pneus abandonados, al‚m do descarte anual. A Prodesan – Progresso e Desenvolvimento de Santos – empresa respons vel ela constru‡Æo e manuten‡Æo dos pavimentos asf lticos da cidade, recebe apoio municipal para desenvolver estudos na  rea. Tudo indica que, em alguns anos, nossos asfaltos terÆo grande quantidade de borracha em sua composi‡Æo.

A roda que virou arte:
Em 2004, o artista pl stico Daniel Bastos, juntamente com a Goodyear do Brasil, elaborou um projeto ambiental e social denominado de “Arte em Pneus”. Com o objetivo de reutilizar pneus inserv¡veis e produzir mesas, cadeiras, floreiras e uma s‚rie de objetos com o material, o designer criou uma alternativa inteligente para o pneu abandonado.

A iniciativa ‚ sin“nimo de sucesso, tanto ‚ que mais de 80 jovens, entre 14 a 18 anos, participaram de oficinas e semin rios e hoje trabalham e desenvolvem projetos na  rea. Bastos que sempre trabalhou com res¡duos de garrafas PET e alum¡nio, vˆ a reutiliza‡Æo do pneu como uma forma de re-inser‡Æo social e educa‡Æo ambiental.

Novidade na moda:
Lan‡amentos promissores quando o assunto ‚ reciclagem: H  grifes lan‡ando cal‡ados, sand lias feitas de borracha de pneus reciclados. Bolsas e capas de agenda tamb‚m j  sÆo elaborados com borracha reciclada; Al‚m de oferecer um material e design ainda pouco conhecido pelos brasileiros, a grande vantagem do produto ‚ seu baixo custo.

Fonte de energia:
O poder calor¡fico das raspas de pneu ‚ alto, praticamente o mesmo do ¢leo combust¡vel. Em rela‡Æo ao carvÆo, o pneu apresenta melhores resultados e gera 30% de calorias a mais. Por mais que o processo de tritura‡Æo de pneus desgastados seja caro, o potencial energ‚tico do material pode se tornar uma grande fonte de combust¡vel alternativo no futuro. Algumas f bricas j  utilizam carca‡as de pneus para gera‡Æo de energia. Muitos estudos estÆo sendo desenvolvidos na  rea. O cuidado que tem que existir ‚ em rela‡Æo a polui‡Æo atmosf‚rica.

Na engenharia civil
As carca‡as de pneus podem ter diversas aplica‡äes; em obras de conten‡äes nas margens de rios para evitar desmoronamentos, em recifes artificiais para cria‡Æo de peixes; bem como na constru‡Æo de quebra-mares, parques e playgrounds, e at‚ nas barreiras em acostamentos de estradas. SÆo solu‡äes criativas que tornam poss¡vel o uso de pneus velhos em nosso dia-a-dia.

Com pesquisas intensas haver  ainda a possibilidade do surgimento de novas formas de utiliza‡Æo do pneu.