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Os executivos que reintroduziram a tradicional marca italiana de scooters no mercado brasileiro utilizaram a mesma estratégia que a Harley-Davidson utilizou quando assumiu sua operação no Brasil em 2011. Usar a força da marca para alavancar as vendas, acreditando que os clientes desejam uma Vespa por tudo o que o produto e a marca trazem consigo em termos de história, design, carisma. Como eles mesmos disseram, “Só uma vespa é Made in Italy, designed in Italy”.

Pelo mesmo motivo, montaram um novo modelo para venda, colocando lojas, ou melhor, boutiques em shopping centers ou mesmo em ruas de moda, acreditando que o cliente que quer comprar uma Vespa precisa ser atendido como alguém que vai escolher uma roupa. Ficam muitas dúvidas se esse modelo dará certo, mas o que de fato pode ser decisivo e vai atrapalhar bastante não é a estratégia adotada, mas os preços das novas Vespa no Brasil.

Com uma operação onde tudo vem importado da Itália, pelo menos até 2018, quando a empresa promete uma fábrica no Brasil, a Piaggio do Brasil tem que cobrar caro e não não cobrem os custos dos scooters, vítimas da super-tributação brasileira com os produtos importados. Todos os preços estão bem acima do que seria aceitável para o consumidor brasileiro. A mais baratinha é a Primavera 125, que parte de R$22.890,00, aproximadamente o dobro do preço da líder de vendas, Honda PCX.

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Claro, sempre tem aquele que quer uma Vespa, mas a previsão de vendas feita pelos executivos da empresa são bem ousados: 2 mil unidades ainda este ano, 12 mil em 2017 e 35 mil em 2018. “Queremos alcançar 10% do mercado de motocicletas do Brasil e vamos trabalhar para isso”, bradou Longino Morawski, CEO da Piaggio do Brasil. A conferir!

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Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.