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Foto: At‚ que sou um bom produto!

Foto: At‚ que sou um bom produto!

Cansei de trabalhar de gra‡a, coloco minha experiˆncia … venda para quem quiser melhorar a empresa, produto ou servi‡o. Qual a pior ofensa que pode ser endere‡ada a algu‚m? Bom, pode variar de acordo com o car ter do “ofendido”. Acusar de corrupto um juiz que vende liminares para permitir o funcionamento de jogos clandestinos ‚ uma adjetiva‡Æo banal. Chamar de ladrÆo o juiz de futebol flagrado recebendo dinheiro para alterar o resultado de um jogo e beneficiar a m fia das loterias ‚ apenas uma qualifica‡Æo. Acusar de assassino um policial que primeiro atira e depois confere se o “suspeito” era bandido ‚ apenas uma normaliza‡Æo.

Portanto a acusa‡Æo s¢ se torna ofensiva no instante em que se baseia em preconceito, teses vol teis ou na leviandade de um julgamento pessoal com base na experiˆncia particular apaixonada. Para um jornalista, seja l  de qual  rea, a acusa‡Æo mais difamat¢ria ‚ a de “vendido”, que troca sua opiniÆo sobre qualquer assunto por um punhado de dinheiro, mesmo que todas as evidˆncias mostrem o contr rio da opiniÆo do jornalista.

H  25 anos eu e meus colegas jornalistas especializados recebemos periodicamente a pecha de “vendidos”.  tÆo normal e corriqueiro que brinco com meus colegas que esses “compradores” devem estar depositando o dinheiro em alguma conta errada, porque at‚ hoje nÆo vi um centavo na minha conta!

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O mais curioso ‚ que as acusa‡äes sempre variam conforme a preferˆncia pessoal do “acusador”. Por exemplo: entre os donos de Honda ou sou um “yamahista” fervoroso. J  entre os donos de Yamaha ‚ certo que eu recebo cheques vultuosos do departamento de marketing da Honda!

Ah, que bom se isso fosse verdade! Pelo menos me sentiria menos rid¡culo quando analiso 25 anos de trabalho e percebo que NUNCA nenhuma f brica acenou com qualquer tipo de apoio aos meus projetos pessoais*. Hoje acordei com a sensa‡Æo de que essa situa‡Æo tem de mudar. Decidi colocar-me … venda. Pronto! Chega de acusa‡äes levianas, arrega‡o as mangas e vou … luta! Minha experiˆncia de jornalista e piloto que mais testou motos na imprensa brasileira at‚ hoje est  … venda a quem pagar mais. Mas nÆo se assuste: nÆo estou vendendo minha opiniÆo, nem a minha alma (pelo menos por enquanto), mas a minha EXPERIÒNCIA!.

Quando tenho a chance de pilotar algumas dessas novas motos importadas da China e vendidas a rodo, fico com a clara sensa‡Æo de que a empresa importadora e comerciante nÆo deve ter UM especialista em motos no seu quadro de funcion rios. NÆo ‚ poss¡vel que um engenheiro, t‚cnico ou mesmo um simples motociclista pilote uma moto totalmente ERRADA e mesmo assim coloca … venda como se estivesse tudo certo.

Ao experimentar um capacete, casaco, luva ou qualquer outro acess¢rio fico com a n¡tida impressÆo de que aquele fabricante ou importador NUNCA usou aqueles equipamentos. A mesma sensa‡Æo quando compro um acess¢rio e percebo a dificuldade de instala‡Æo, a precariedade do manual t‚cnico ou a inexistˆncia de assistˆncia t‚cnica.

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Nas revistas americanas e europ‚ias ‚ comum ver publicidade com jornalistas especializados testemunhando ou atestando a qualifica‡Æo de um equipamento ou servi‡o. Aqui no Lisarb essa pr tica ‚ condenada (ou esquecida) em nome de sei l  o que! Acho muito mais honesto um jornalista especializado receber para atestar um BOM produto do que esconder os defeitos de MAUS produtos em troca de publicidade no seu ve¡culo.

Em suma, fico tÆo bestificado com o amadorismo dessas empresas rec‚m-chegadas ao mercado que d  vontade de sair gritando: por que vocˆs nÆo contratam um ESPECIALISTA!  a mesma sensa‡Æo que tenho quando ligo a r dio e ou‡o o festival de besteiras que os ¢rgÆos de trƒnsito estÆo promovendo em SÆo Paulo em nome da seguran‡a dos motociclistas.  tanta burrice, ignorƒncia, desconhecimento t‚cnico que fico rezando para que Jesus Cristo des‡a em SÆo Paulo, repouse a mÆo nos ombros do prefeito e aconselhe: “Por favor, contrate um especialista”. Acho que s¢ assim as “autoridades” de trƒnsito deixarÆo de ser pol¡ticos burocratas e tornar-se-Æo t‚cnicos pragm ticos. A minha experiˆncia est  … venda para vocˆs tamb‚m!

Aos representantes de entidades de defesa dos motociclistas que lutam desesperadamente para ter representatividade no cen rio pol¡tico e burocr tico, minha experiˆncia pode ser COMPRADA (e nÆo gratificada) para ajudar a elaborar teorias com embasamento t‚cnico, com enunciado filos¢fico, com capacidade dissertativa, com an lise sociol¢gica e nÆo apenas um discurso est‚reo, semelhante a uma reda‡Æo de primeiro grau. Mas, por favor, nÆo me ofere‡am trabalho volunt rio porque o supermercado aqui perto de casa nÆo aceita trocar mercadorias pelo meu voluntarismo.

At‚ vocˆ, leitor, tem a chance de comprar minha mÆo de obra. Um leitor que se escondeu no anonimato – mas esqueceu que gravamos todo IP das mensagens recebidas – afirmou que meu trabalho nÆo ‚ “gratuito”, afinal o banner do meu livro est  na home. Al‚m disso, resmungou que nÆo respondo TODAS as cartas dos leitores. Como sou ingrato e barato! Se este trabalho que desenvolvo no Motonline vale tÆo pouco assim, eu pe‡o desculpas publicamente. Assim como me penitencio por nÆo passar 24 horas por dia acordado respondendo 65 cartas por dia, nem as 576 cartas que estÆo ainda sem resposta. Pe‡o escusa por nÆo conseguir tamb‚m burlar alguns provedores que tˆm anti-spam e impedem as respostas diretas a alguns leitores. J  pedi ajuda ao Biagio para responder as cartas t‚cnicas, mas ainda assim ‚ preciso editar, montar e postar!

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EntÆo, coloco-me … venda! At‚ a vocˆ, leitor, que pode me comprar por m¡seros R$ 30 e usar o endere‡o de e-mail que est  no livro para entrar em contato direto comigo! NÆo ‚ barato? E quem j  me “comprou” nÆo precisa mais entrar na fila da vala comum do “fale conosco” do Motonline, use o meu hot-line que est  no livro “O Mundo  Uma Roda”! (NÆo v  piratear esse endere‡o!).

E um recado …queles que confundem patroc¡nio com publicidade. O patroc¡nio ‚ uma forma de viabilizar projetos para ensinar pilotagem, mecƒnica ou simplesmente enaltecer nossa paixÆo pela moto. Publicidade ‚ receber para anunciar um produto, independentemente da qualidade. A Malboro patrocina as vit¢rias de Felipe Massa na F¢rmula 1 e ele nunca apareceu – nem vai aparecer – na m¡dia afirmando que fumar faz bem … sa£de!

Pois que fique esclarecido: estou … venda! Podem come‡ar as ofertas.


* Justi‡a seja feita: nos anos 80 a Agrale patrocinou minha participa‡Æo no campeonato paulista de enduro. Infelizmente – muito mais do que vocˆs imaginam – a pessoa respons vel pelo marketing, a ador vel e gentil Dolaimes St‚dile faleceu e lentamente a Agrale se retirou do mercado de motos. A Starplast/Bieffe tamb‚m me patrocinou uma temporada na motovelocidade, assim como meu amigo AlemÆo Rodas.