A KLR 650 é uma moto trail que a Kawasaki parece ter acertado em quase tudo, ainda no lançamento de 1987. Tanto é que a marca não precisou de uma grande versão de atualização até o ano 2008. Mas como essa aventureira resistiu a tanto tempo? Conheça os segredos do modelo!
A história da Kawasaki KLR 650
Existem várias versões de modelos para a trail da Kawasaki. A pioneira foi a KLR650-A introduzida em 1987 e baseada na KLR 600 (em produção de 1984-1986). Quando chegou a novidade apresentava um motor monocilíndrico de 651 cc com refrigeração líquida e produzia 37 cv. A transmissão era de cinco marchas com acionamento por corrente.
A estrutura era de aço, tipo berço semi-duplo. O curso da suspensão dianteira era 220 mm e na traseira de 200 mm para absorver bem os buracos. Os freios eram a disco, mas sem ABS e a roda dianteira era de 21” equipada com pneu 90/90 R21 e na traseira de 17” com composto de medidas 130/80.
O tanque de combustível tinha capacidade para 23 litros. Outra particularidade da moto era o preço acessível frente às concorrentes. Ou seja, era um grande pacote sobre duas rodas na época.
KLR 650-B “Tengai”
Na década de 1990 a Kawasaki decidiu trazer uma versão mais empolgante da moto padrão simples. Surgiu a “Tengai”, modelo que tinha como destaque o visual buscando se parecer um pouco com os protótipos do rali Paris-Dakar – sucessos na época.
Sem dúvida, pretendia competir cara a cara com rivais como a Honda Africa Twin e a R 80 GS da BMW. Para isso, a Tengai recebeu carenagem frontal completa, novos painéis laterais e deixou de lado o para-lamas dianteiro suspenso.
KLR 650-C
Na metade dos anos de 1990, a Kawasaki lançou a KLR650-C – um modelo amplamente modificado, que alguns amam e outros não! A moto recebeu nova carroceria e tanque de combustível de pouco mais da metade da capacidade do KLR650-A – com 14 litros.
Já o peso seco da moto aumentou de 152 kg da KLR650-A para 167 kg – em parte devido aos freios com pinças duplas. Os garfos dianteiros também aumentaram em diâmetro, para 41 mm e receberam molas mais rígidas.
A moto também recebeu protetor de cárter, para se adequar ao seu papel mais off-road e as rodas foram equipadas com raios de aço. Vale dizer que as peças para o KLR650-C podem ser mais difíceis de se encontrar que as 650-A e nem todas são intercambiáveis entre os dois modelos.
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Modelo ganhou grande atualização em 2008
Foi somente em 2008 que a Kawasaki deu uma grande repaginada na trail da velha guarda, com a KLR650-E. A fabricante fez questão de pesquisar junto aos proprietários da moto os pontos em que mais gostavam e os que poderiam ser mudados. A Kawasaki não queria correr o risco de ‘estragar’ a moto que estava a décadas no mercado.
Com isso, a KLR650-E recebeu freios aprimorados com discos estilo pétala e pinças duplas. Já o novo braço oscilante traseiro, com sistema de choque único UNI-TRAK, proporciona pré-carga de 5 opções. A roda também ganhou reforços com raios de 4 mm.
Mais tarde, para evitar os ‘mergulhos’ da suspensão durante a frenagem, a Kawasaki adotou unidades com 200 mm de curso, em comparação com os garfos dianteiros de 228 mm de curso do modelo mais antigo. Enquanto o tamanho das rodas e pneus permaneceram os mesmos.
O motor do KLR650-E não foi amplamente alterado, mas foi aprimorado com a taxa de compressão ajustada para 9,8:1. e teve o sistema de refrigeração melhorado. E foi somente ano passado, em 2021, que a trail ganhou injeção eletrônica e sistema ABS.
Quanto custa uma Kawasaki KLR 650
Naturalmente, a KLR 650 ainda é uma das motos mais populares da Kawa, oferecida em muitos mercados. Nos Estados Unidos, por exemplo, o modelo custa 6.900 dólares (cerca de R$ 36 mil em conversão direta), enquanto aventureiras mais modernas custam consideravelmente mais caro – é o exemplo da Versys 650, que parte dos 8.900 dólares (R$ 46,4 mil).
Curiosamente, a KLR 650 nunca veio de fato ao Brasil, país onde a Kawasaki tem operação bastante consolidada. Por aqui as aventureiras da marca são a Versys X-300, com preço sugerido de R$ 33.810 e a Versys 650, que custa R$ 50.640.