Para a Honda, as irmãs CB 500 X e 500 F são os primeiros degraus no mundo da alta cilindrada. E, de fato, apresentam um novo padrão de conforto e desempenho para quem vem das motos menores, com 150 ou até 300 cc. Mas vale a pena comprar a crossover? Veja pontos positivos e negativos.
CB 500 X é boa?
A 500X chegou ao Brasil em 2014, junto das irmãs naked e esportiva, CB 500F e CBR 500R. Com bom desempenho e versatilidade, logo conquistou seu espaço no mercado e ótimos números de vendas. Aliás, fôlego que manteve nos anos seguintes: em 2023 foi a ‘moto grande’ mais vendida da Honda, com mais de 4.100 motos emplacadas no Brasil, segundo a Fenabrave.
A CB 500X é um sucesso de vendas da Honda. É versátil, confortável, econômica e com bom fôlego para viagens – mas poderia ser ainda melhor
Por trás do sucesso, há uma moto bem resolvida. Compartilha uma série de itens com a CB 500F, como o motor de 2 cilindros e 471 cc, mas é voltada ao uso em diferentes situações. Assim, entrega 50 cv de potência, 4,54 kgf.m de torque e conta com suspensão dianteira invertida Showa, embreagem deslizante, iluminação full-LED e outros atributos.
Motivos para comprar
1. Versatilidade
Como uma boa crossover, a CB 500 X é uma moto versátil. Seu conjunto mostra agilidade na cidade e muito vigor para a estrada. Sua posição de pilotagem confortável, ótimo torque e funcionamento suave fazem da Honda uma ótima companhia para viagens – talvez longas, inclusive.
A 500X não é uma moto off-road, mas encara trechos de terra com tranquilidade – ainda mais se estiver com os pneus certos
E também manda bem na terra. Mesmo sem ter a pretensão off-road de uma big trail, sua ciclística equilibrada garante desenvoltura em terrenos ruins – potencial que pode ser ainda mais explorado com pequenos ajustes, como pneus de uso misto e riser de guidão.
2. CB 500 X é econômica
Um dos pontos mais elogiados da CB 500 X é seu baixo consumo. Na rodovia, faz cerca de 28 km por litro ao manter velocidades entre 100 e 120 km/h. Assim, garante quase 500 km de autonomia com seu tanque de 17,7 litros. Em tocada econômica, é possível beirar (ou passar) dos 30 km/litro – nada mal para uma moto de quase 500 cilindradas.
As irmãs CB 500F e 500X são constantemente elogiadas por quesitos como torque e economia. Na estrada, podem beirar os 30 km por litro
3. Uma moto em evolução
Outro aspecto interessante da CB 500 X é que ela não é uma moto ‘estagnada’. O modelo chegou ao mercado há ‘apenas’ dez anos e passou por uma série de aprimoramentos desde então. Estas evoluções chegaram ao visual, suspensões, rodas, itens de série e desempenho do motor.
Parece uma versão menor da velha NC 750X, mas assim era a CB 500 X em sua primeira geração. Quanta evolução, não?
Interessante notar, também, que as novidades sempre buscam reforçar a identidade própria da CB 500X, lhe aproximando da proposta aventureira e reduzindo as semelhanças com a irmã naked. Assim, a atual geração da X é bem diferente daquela que veio ao mercado em 2014 e que, quase com crise de identidade, compartilhava quase tudo com a 500F e herdava o visual da NC 750X.
4. Fácil de pilotar
Como dito no início, a CB 500 X é a primeira ‘moto grande’ de muita gente, o primeiro modelo ‘de alta cilindrada’ para muitos que saem das 150 ou até 300 cc. E é um upgrade seguro, pois não irá causar traumas pelo consumo ou custo de manutenção para quem estava habituado às pequenas.
Também agrada pela facilidade de pilotar. Com 184 kg a seco, é uma moto compacta e leve, de fácil manuseio mesmo em baixas velocidades ou na hora de serpentear entre os carros. Já o motor de 50 cv entrega potência de forma linear, sem sustos aos que estavam acostumados a números bem mais modestos.
5. Honda Assistance
Outro fator que pode incentivar a compra de uma CB 500 X é o Honda Assistance. É o serviço de assistência exclusivo aos clientes de alta cilindrada da marca, válido pelos 3 anos de garantia da moto – e que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Honda Assistance é uma espécie de seguro oferecido na alta cilindrada da Honda. Ajuda o proprietário numa série de perrengues – e fora do Brasil, inclusive
O serviço é uma espécie de seguro e tem cobertura no Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai e Bolívia. Inclui assistências como socorro e transporte da moto; depósito ou guarda da motocicleta; transporte do usuário em caso de sinistro; remoção em caso de pane seca; e até serviço de despachante em caso de perda total ou furto.
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Motivos para desistir
1. Pouco equipada para viagens
Apesar da vocação aventureira – garantida pelo bom desempenho do motor, conforto e ciclística – a CB 500 X não sai da fábrica preparada para encarar longos trechos. Falta, por exemplo, para-brisa elevado (e com ajuste manual, sem ferramentas), bagageiro, protetores de mão ou carenagem e até tomada 12V. Alguns itens são vendidos como opcionais, apenas. É o caso do cavalete central, com preço sugerido de R$ 1.500.
A 500X oferece cavalete central, tomada 12V, cavalete central, bolsa de assento e protetor de manopla… mas tudo como opcional. Eles somam mais R$ 5.300 ao modelo
2. Painel
O painel da CB 500 X poderia melhorar em diferentes aspectos. Primeiro, no quesito visibilidade, já que o LCD invertido (blackout) costuma oferecer brilho excessivo sob o sol forte. Segundo, no nível de informações, uma vez que não apresenta alguns dados relevantes para quem está na estrada – como autonomia (range) e temperatura ambiente.
Painel LCD invertido (blackout) sofre com o excesso de reflexos. Algumas concorrentes oferecem até TFT colorido
Indo um pouco além, ele bem que poderia ser TFT. Uma tela colorida com conectividade (ainda que com funções básicas ao invés de complexos espelhamentos) garantiria vários pontos ao modelo. Concorrentes diretas, como a Versys 650, já têm. R$ 55.324
3. Preço
Para fechar nossa lista de motivos para ponderar a compra da CB 500X, o preço. O valor sugerido pela marca é R$ 43.260, mas o preço médio encontrado nas lojas beira os R$ 50 mil. Segundo a Fipe, a crossover costuma ser negociada a R$ 49.461 em compras à vista.
Nas lojas, a CB 500 X custa cerca de 50 mil – o que tira pontos de sua competitividade. Assim, acaba ficando próximo de modelos mais equipados e potentes, como Versys 650 e Tiger 660
Assim, acaba se aproximando de modelos mais potentes e equipados. A já citada Versys 650, por exemplo, oferece motor de 67 cv, tanque de 21 litros, painel TFT, conectividade com smartphone e controle de tração. Custa R$ 55.324 nas lojas, ‘apenas’ R$ 5.800 mais que a CB. Na sequência há outras rivais poderosas, como Triumph Tiger 660 (R$ 57.401) e Suzuki V-Strom 650 (R$ 57.572).
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