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Olhe para os retrovisores, mas não se esqueça de voltar seu olhar para frente

 

Amigo leitor. Quando você se prepara para fazer uma ultrapassagem, você olha para frente ou para os espelhos retrovisores de sua moto? Talvez a resposta seja óbvia. Em um primeiro momento você deve olhar para os retrovisores, pois outros podem estar ultrapassando você também. Em um segundo momento deve olhar para frente, pois outro veículo poderá estar mais lento do que você, ou até mesmo parado, podendo causar uma colisão traseira.

Um dia desses presenciei um acidente onde um motociclista saiu da frente de outro para deixar ser ultrapassado. Amigos! Sabem aquele momento em que se olha no espelho retrovisor e se esquece de olhar para frente? Pois bem, esse motociclista se esqueceu disso e bum! Colidiu com um carro que de repente frenou. Ou seja, fez certo de olhar para o retrovisor e ter deixado ser ultrapassado, sem ser pressionado pelo quem estava querendo ultrapassar, mas fez o “errado” de não voltar o olhar para frente.

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O contrário pode acontecer, quando você quer ultrapassar e não olha para o espelho retrovisor e, assim, não percebe a presença de outro veículo querendo ultrapassá-lo. Será que estas atitudes se caracterizam como falta de técnica na pilotagem? Ou será um pouco de ingenuidade da parte do ser humano quando dirige ou pilota?

O dicionário traduz ingenuidade como: simplicidade extrema; falta de bom senso prático; credulidade excessiva.

Ser ingênuo é acreditar que os outros não possam errar.

Insisto na tese que os acidentes são causados principalmente por falha de comportamento humano. O comportamento foi errado para quela situação. Ser ingênuo no trânsito é acreditar que os outros não erram. Ser ingênuo é acreditar que aquele que o pressiona para ultrapassá-lo irá parar de pressioná-lo. Ser ingênuo é acreditar que os outros o respeitam.  Ser ingênuo é acreditar que TODOS obedecem às leis, como você. Porém, ser ingênuo não significa falta de atenção ou falta de habilidade na condução, ou mesmo ser imprudente.

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No exemplo do acidente mencionado acima, mesmo com uma super técnica de frenagem dificilmente o piloto não se acidentaria, pois não teve tempo de frear (Conheça as três fases de uma frenagem). Ou mesmo com uma técnica apurada em curvas, o piloto em questão não conseguiria desviar do carro que frenou repentinamente a sua frente, pois não havia espaço para isso. Assim, eu digo: AS TÉCNICAS NA PILOTAGEM SERVEM PARA EVITAR OS ACIDENTES QUANDO NOS FALTA O COMPORTAMENTO, e, mesmo assim não será suficiente dependendo da dinâmica do trânsito. Portanto, meu conselho ao pilotar uma moto é treinar seus sentidos, observar as atitudes dos outros no trânsito e, antes que precise usar de uma técnica especial de pilotagem, evite riscos desnecessários saindo, se afastando dos mal comportados condutores, sejam eles motociclistas, ciclistas ou motoristas. Não se esqueça dos pedestres que insistem em não respeitar o semáforo e atravessam por entre os carros fora da faixa.

Um instrutor que conheci já dizia: ‘… nunca subestime a capacidade dos outros errarem…” Assim, se defenda dessas probabilidades de erros prevenindo-se evitando riscos.

Nos próximos artigos analisaremos a diferença entre ultrapassagem e pilotar em “corredores”. Quais dessas atitudes são mais perigosas para o motociclista?  Aguardem.

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Carlos Amaral
Carlos Amaral - Instrutor de pilotagem defensiva certificado pela Honda, instrutor de trânsito do Detran-SP na especialidade Direção Defensiva, palestrante da Porto Seguro Cia de Seguros Gerais, blogueiro e diretor operacional da Carlos Amaral Motorcycle Training