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Foto: M rio Bock

Foto: M rio Bock

Um dia ensolarado, o fot¢grafo percorreu a cidade a fim de registrar o comportamento dos motociclistas. A grande maioria trafegava respeitando os princ¡pios b sicos de seguran‡a, ou seja, utilizando capacete, roupas adequadas, farol aceso e respeitando as leis de trƒnsito. SÆo os bons exemplos de como utilizar racionalmente a moto, aproveitando os benef¡cios de um ve¡culo vers til, sem deixar de lado a seguran‡a.

Por outro lado, foram registradas diversas cenas menos agrad veis, com motociclistas que desrespeitavam (ou desconheciam) as no‡äes mais prim rias de seguran‡a. A maioria justificou com o tradicional “‚ s¢ uma voltinha”, ou entÆo, “estou perto de casa, nÆo tem perigo”. Estes motociclistas sÆo bons exemplos de como nÆo se deve comportar no trƒnsito. Ou seja, sÆo os contra-exemplos.

Logo aparece o primeiro mau exemplo: uma moto com nada menos do que trˆs pessoas se equilibrando em cima. O mau exemplo come‡a pelo excesso de carga na moto que, al‚m de tirar a estabilidade, ainda ‚ proibido por lei e sujeito a multas. Para agravar, os trˆs estavam sem capacete. Neste caso, j  que o trajeto era pequeno, o melhor procedimento seria levar um passageiro e depois buscar o outro. Ou entÆo, tirar a sorte para ver quem iria na moto e quem iria de “nibus. Mas sempre de capacete!

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Mais adiante um caso polˆmico: o motociclista trafega num corredor formado pelos carros. Os manuais de seguran‡a reprimem tal procedimento, alegando que em caso de emergˆncia o motociclista nÆo teria por onde escapar, servindo de recheio para o sandu¡che de dois carros. No caso fotografado o motociclista estava usando capacete, luvas de couro e farol aceso. Uma vez que a moto possibilita ganhar tempo com o trƒnsito lento, deve-se agir com o m ximo de prudˆncia. Os motociclistas mais experientes chegam a julgar as rea‡äes do motorista, avaliando a expressÆo refletida no espelho retrovisor do carro e sempre evitam as posi‡äes perigosas, quando podem ser atingidos por carros mudando de pista. Para os inexperientes a melhor atitude ‚ se manter atr s dos ve¡culos, com boa distƒncia, pelo menos at‚ se sentirem mais seguros.

O dia estava quente e um motociclista nÆo resistiu … tenta‡Æo de sair usando apenas short e tˆnis. Ali s, o motociclista estava com tanto calor que resolveu tirar o capacete e prendˆ-lo no cotovelo. Para os dias quentes, a seguran‡a do motociclista pode ser preservada respeitando-se um m¡nimo de bom senso (leia reportagem aqui mesmo em Motonline). Se o capacete integral esquenta, pode-se usar o capacete aberto, desde que acompanhado de ¢culos para proteger a visÆo.  bom lembrar que o capacete preso no cotovelo, al‚m de prejudicar a pilotagem, est  sujeito a multas e, em caso de queda, pode contribuir para qeubrar o bra‡o em mais pedacinhos.

No cruzamento de duas grandes avenidas mais dois maus exemplos. Quando o farol fica vermelho um motociclista p ra em cima da faixa de pedestres, ficando sujeito a pesadas multas. O outro entra … esquerda, aproveitando uma brecha no trƒnsito, bem ao lado de uma placa proibindo a conversÆo … esquerda. Os dois motociclistas poderiam deixar de integrar a lista de maus exemplos tomando atitudes simples. No caso da faixa de pedestres, basta parar a moto antes da faixa, respeitando os pedestres (lembre-se que ‚ respeitando que se ‚ respeitado). No caso do cruzamento, a melhor forma de proceder ‚ dar a volta no quarteirÆo e atravessar o cruzamento de frente. A situa‡Æo mais perigosa para o motociclista ‚ ficar atravessado no meio de um cruzamento, com carros passando por todos os lados.

 domingo. Uma fam¡lia aproveita para dar uma voltinha de moto. Tudo aparentemente bem, nÆo fosse pelo detalhe da tripula‡Æo: duas crian‡as e dois adultos. Na frente, segurando-se no tanque, est  a crian‡a menor, com capacete de tamanho inadequado e desamarrado. Logo atr s, est  o adulto com o capacete desafivelado. No meio est  a crian‡a maior, tamb‚m de capacete solto. Finalmente, o quarto passageiro ‚ uma mulher, sem capacete.

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O transporte de crian‡as em motos ‚ outro ponto polˆmico. A maioria insiste na afirma‡Æo de que ‚ apenas uma voltinha. O que se recomenda ‚ s¢ levar crian‡as que j  tenham estatura suficiente para andar na garupa, com os p‚s na pedaleira (geralmente por volta de 7 anos). Levar crian‡as na frente do piloto prejudica a dirigibilidade e altera a distribui‡Æo de peso da moto, sem contar as irrequietas perninhas que ficam perto do motor quente. J  existem no mercado capacetes espec¡ficos para crian‡as, dimensionados corretamente. Finalmente, j  que ‚ para p“r o capacete na cabe‡a, entÆo por que nÆo prendˆ-lo corretamente?  justamente a parte mais simples. Al‚m disso, um capacete solto ‚ tÆo £til quanto um chap‚u de palha.

Duas motos rodam lado a lado, como se os pilotos estivessem conversando. Os dois estÆo com o farol apagado. Um dos princ¡pios mais elementares de seguran‡a ‚ trafegar somente com farol aceso, uma recomenda‡Æo que chegou at‚ a virar placa de trƒnsito. Mas o pior da cena ‚ o tratamento dado ao (£nico) capacete da dupla, colocado no cotovelo, enquanto sua cabe‡a (que normalmente ‚ o ¢rgÆo mais vital que o cotovelo) estava restrita … prote‡Æo de um bon‚!

O farol abre. De repente; uma moto arranca violentamente levantando a roda dianteira, num arriscado wheeling. O trƒnsito flui normalmente com carros por todos os lados, mesmo assim, o motociclista desafia o equil¡brio rodando numa s¢ roda, numa manobra tÆo arriscada que se fosse flagrado por um guarda provavelmente perderia sua carteira de habilita‡Æo (isto se ele a tivesse) por pilotar agressivamente. Fazer wheeling ‚ um risco calculado, desde que em local adequado, realizado por pilotos experientes e como espet culo (veja mat‚ria sobre wheeling nesta edi‡Æo). Na rua os riscos sÆo imensos, principalmente se o motociclista errar a manobra e cair, ficando exposto a atropelamento pelos outros ve¡culos. Al‚m disso, durante o tempo em que a roda dianteira fica no ar, o poder de frenagem fica restrito … roda traseira. Caso o trƒnsito pare na frente do malabarista, as conseqˆncias poderÆo ser bem doloridas.

Para encerrar a (terr¡vel) seqˆncia de maus exemplos, uma moto corre entre os carros com piloto e garupa desfilando sorridentes. O piloto est  na postura de “feroz-abutre-…-espera-de-uma-v¡tima”, com a coluna cervical descrevendo um arco, o que trar  problemas s‚rios de sa£de no futuro. Ainda com o agravante de que nesta postura as rea‡äes numa situa‡Æo de emergˆncia sÆo mais lentas. Na garupa um jovem sorri, sem camisa e com os p‚s fora da pedaleira. Ao avistar o fot¢grafo, faz um sinal de “positivo”, como se fosse o pr¢prio exemplo de bom menino. Negativo, meninÆo, est  tÆo errado que ganhou o destaque mau exemplo do domingo.

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Felizmente, os maus exemplos sÆo a minoria. Atualmente os motociclistas sabem que a seguran‡a ‚ indispens vel, mesmo quando ‚ s¢ “para dar uma voltinha”. Para os motociclistas exemplares (no bom sentido), nÆo existe distƒncia nem temperatura para rodar com seguran‡a. Eles sabem que um descuido pode acontecer na esquina de casa, sob um sol abrasador.