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Foto: ABS da BMW

Foto: ABS da BMW

Em mais de 20 anos, os freios ABS já salvaram muitos motociclistas.

O sistema de freio de uma motocicleta sempre foi (e sempre será) um assunto que levanta discussão sobre sua eficiência. Muitos pilotos acreditam no poder dos freios; já outros não são tão confiantes na hora da frenagem. Dispositivos para melhorar a frenagem como, por exemplo, o freio antibloqueio (conhecido pela sigla ABS, anti-block system) é mais famoso no mundo das quatro rodas, porém ano após ano ganha espaço também no universo motociclístico.

A tecnologia, que começou a ser desenvolvida na década de 80, tem salvado a vida de muitos motociclistas mundo afora.

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O objetivo dos freios ABS, tanto nas motos como nos carros, é frear com mais segurança e controle do veículo. Segundo o IIHS (Insurance Institute for Highway Security, instituto das seguradoras norte americana para a segurança viária), motos com ABS representam 28% a menos de acidentes fatais em cada dez mil motos registradas nos Estados Unidos.

Para uma boa frenagem, além de bons freios, é necessária também prática na pilotagem.

Como funciona? – Para os leigos, o sistema ABS atua nos freios da moto, impedindo que a(s) roda(s) trave(m). Seu princípio de funcionamento é parecido com o de um automóvel. Pequenos discos (semelhantes ao disco de freio, porém cheios de ranhuras) instalados no cubo das rodas atuam com os sensores do ABS e realizam a “leitura” da velocidade das rodas durante a frenagem. Quando a roda está prestes a travar, os sensores enviam um sinal para a central do ABS e a mesma envia um sinal para “aliviar” a pressão aplicada no freio. “O sistema ABS colabora para manter o comportamento equilibrado da motocicleta em frenagens em diferentes pisos e, consequentemente, oferece maior segurança ao motociclista”, explicou
Alfredo Guedes Jr, engenheiro da Honda.

Com ou sem ABS – Muitas motos apresentam versões com e sem o recurso. Essa prática é normal ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Abordando a questão de vendas o apelo da segurança que o sistema oferece ainda não chama muito a atenção dos motociclistas. Ou o preço superior da versão com ABS acaba fazendo o consumidor abrir mão de sua segurança.

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Para se ter uma idéia da preferência do consumidor, tome-se como exemplo a Honda CB 600F Hornet. Segundo a montadora, no primeiro trimestre de 2009 foram vendidas apenas 546 unidades da naked equipada com sistema ABS, que tem preço sugerido de R$ 34.280. Já na versão standard o número de vendas chega perto do dobro: 970 unidades. E o preço também cai bastante, a Hornet sem ABS sai por R$ 31.980

As alternativas do antibloqueio – Mesmo sem o ABS, montadoras já criavam sistemas de freios mais eficientes. Foi o caso da Honda com a sport touring CBR 1100 XX Black Bird, lançada em 1997. Na época era considerada a motocicleta mais rápida do mundo; como alguém tem que “parar a besta”, a fábrica equipou a moto com potentes freios a disco aliados ao sistema batizado de Dual CBS. O sistema passava longe de ser um ABS e funcionava da seguinte maneira: ao acionar somente o manete ou pisar no pedal, automaticamente os freios dianteiro e traseiro eram acionados. Algo como um sistema combinado de freios, o que a própria sigla do sistema significa. Atualmente o CBS é oferecido na musculosa custom VTX 1800.

A BMW F 650 GS fabricada no fim do século XX retratava um sistema curioso do ABS. Vinha de série equipada com o freio antibloqueio apenas na roda traseira. Era um bocado estranho o piloto pisar com vontade no pedal de freio traseiro, senti-lo subir e querendo voltar pra posição normal. Mal sabia que era o ABS em funcionamento…
A história não para

Um dos principais objetivos dos avanços tecnológicos é a segurança. Mas para as novas tecnologias chegarem às motocicletas levou certo tempo. Nos carros, a alemã Mercedes Benz deu o passo inicial oferecendo como opcional os freios antibloqueio na série S, já em 1978. Nas motocicletas o primeiro ABS surgiu apenas dez anos depois com uma conterrânea, a BMW K 100.

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Como a história do dispositivo é recente, poucos estilos de motos têm como opção o uso do ABS.

Para termos uma idéia do “atraso” desse recurso, somente em 2009 uma superesportiva pode vir equipada de fábrica com tal atrativo.

Trata-se das Honda CBR 2009, nas versões de 600 e 1000 cm³, disponíveis no exterior e equipadas com um moderno sistema eletrônico de frenagem.

Excluídas da legislação – A resolução 312 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) torna obrigatório o uso do ABS em toda a frota nacional e importada produzida a partir de 1º de janeiro de 2014. Infelizmente, o veículo motocicleta não faz parte dessa lista.