A mais aventureira das Triumph Tiger 800, o modelo XC já tem suas características analisadas no motonline. Esse modelo, mais estradeiro, tem componentes que podem adaptar a moto a um uso mais comum entre todos os motociclistas. Ela se adapta melhor ao uso urbano, por estradas asfaltadas e mais especificamente as estradas de terra, tão abundantes no Brasil.
Visualmente, até nos dois modelos, o que chama mais atenção é a ausência de painel lateral. O chassi à mostra é que se destaca. Nessa moto, a grande diferença fica por conta das rodas de liga leve, que na XC são raiadas. Também a roda dianteira tem seu diâmetro menor, com o aro de 19 polegadas. Essa diferença implica em várias outras características, como a altura total da moto, dirigibilidade e recursos de regulagem na suspensão, que nesse modelo se limita à pré carga da mola traseira.
Então, sentando nela, os pés tocam no chão com mais facilidade, ainda mais com os quatro modos de ajuste da posição do banco do condutor. E a posição na condução não é tão ereta como na XC. Nessa moto o guidão é um pouco mais estreito e um pouco mais avançado. Tudo para mais performance no asfalto.
Motor: Ao sair, como toda Triumph, se não estiver acostumado você corre o risco de calar o motor. A primeira é bastante longa, e isso não é exclusividade da Triumph. Veículos ingleses, inclusive automóveis são assim – Acostuma-se logo, e a tendência é maior economia de combustível no trânsito urbano. A contrapartida é um uso mais intenso da embreagem. Cansativo? Não, acostuma-se mesmo.
Acelerando-a as marchas devem ser passadas rápido, porque o giro sobe rápido e o tempo em cada uma é bastante curto, para atingir o limite da 10.000 rpm, da faixa vermelha. E isso é fácil porque o câmbio favorece com trocas rápidas e com boa sensibilidade na alavanca.
Se abrir todo o gás então, nem se fala.
Essa é a condição em que a velocidade chega mais rápido, mas se a idéia é desfilar com tranquilidade, uma marcha mais longa é facilmente suportada e com o acelerador você ajusta o seu rodar com muita precisão. Os três cilindros proporcionam essa grande elasticidade. Características essas, iguais às da Tiger XC.
Mas a moto, além de ser mais baixa, é mais curta também. A distância entre eixos, diminui de 1.545mm para 1.530mm. Pequena diferença, decorrente da altura mais baixa da frente. Ela assenta perto de 25mm mais baixa, e então, porque o chassi “roda” sobre o eixo traseiro, isso faz com que a distância entre eixos também fique menor, e junto com isso a medida do trail e o ângulo do rake. Uma pequena mudança traz grande transformação na dirigibilidade de uma motocicleta. Um pouco na linha do que se faz com uma moto de cross para ajustar a dirigibilidade como uma de SuperMoto. Onde há uma roda 21″ se coloca uma 17″, e então a mudança é ainda mais radical.
Então a Tiger 800 faz curvas com mais destreza e rapidez do que sua irmã aventureira. Está mais na mão, é capaz de manobras mais rápidas, mas em compensação sofre de um pouco mais de sensibilidade a obstáculos em piso ruim.
Mudanças na suspensão: Mais simples, sem os ajustes nas válvulas hidráulicas essa moto não apresentou qualquer discrepância na calibração de fábrica. Faça o ajuste do sag para o seu peso com a regulagem da pre carga da mola traseira e estamos conversados, nada mais a fazer.
Em movimento, nas vias mais acidentadas você percebe a calibração mais dura que esse modelo tem em relação ao outro (XC). Na terra, essa calibração representa menos conforto mas ainda bastante apropriada, se a tocada não for muito forte.
Freios: de novo, consequência da mudança da roda, mais uma característica que se altera. O freio dianteiro se torna mais forte do que na XC. Por causa do diâmetro menor da roda as forças provenientes do disco são transmitidas mais intensamente ao piso, aumentando a força de atrito e o resultado é um freio mais forte e sensível. Melhor para piso de asfalto.
Quanto ao consumo durante o teste esta se manteve muito próximo da outra moto. A XC realizou a média de 17,62 e o modelo em questão fez 17,89 Km/litro.