Infelizmente, quando o tema é Suzuki no Brasil, nunca há posicionamentos oficiais sobre qualquer assunto. Aqui a marca é representada pela empresa J. Toledo da Amazônia, que não mantém qualquer relacionamento com a imprensa, o que é ruim não só para os proprietários de motos da marca, que ficam às escuras, mas para todos os fãs de motociclismo e entusiastas deste que é, sem dúvidas, um dos maiores nomes do segmento, com produtos excelentes.
Sem notas oficiais, buscamos informações nos bastidores, normalmente com pessoas com alguma ligação com a marca ou com concessionários dela, mas que nunca desejam ter seus nomes revelados. E foi o que fizemos. Apuramos informações com concessionários e consumidores para tentar montar um quebra-cabeças sobre esta misteriosa e nebulosa situação da marca Suzuki no Brasil, que começa a causar certo desespero nos consumidores.
Recentemente, uma nova peça veio a público: uma nota do Consórcio Nacional Suzuki informando a descontinuidade da produção de 16 modelos. Teoricamente, o Consórcio Nacional Suzuki teria enviado uma nota aos seus consumidores informando o fim dos modelos, onde solicita que os clientes entrem em contato para efetuar a substituição do bem padrão. A imagem veio a público na internet recentemente, mas, como era de se esperar, não foi possível confirmar a sua veracidade junto da Suzuki do Brasil, visto que não há qualquer informação sendo repassada à imprensa sobre assuntos que envolvam as motos, sua produção, distribuição, ou até mesmo a permanência da marca no Brasil.
Alguns dos modelos que a Suzuki teria tirado de linha Motonline já havia antecipado em maio, com a simples verificação do site oficial da marca no Brasil. De quebra, tinham levado junto a Intruder 125. Agora, a lista completa é composta por Boulervard M800, Boulevard M800R, Burgman 400, GSR 750, GSR 750A, Bandit 650, GSR 750ZA, GSX 1250 FA, GSX 1300R, GSX 650F, GSX R750, EN 125 YES, GSR 125, GSR 125S, Intruder 125 e Inazuma 250.
Situação da Suzuki no Brasil, uma incógnita
Diante de tantos boatos e rumores, fica difícil saber o que realmente está acontecendo – e tentar prever o futuro – com a Suzuki no Brasil. A falta de transparência da J. Toledo para com seu público e imprensa, cria margens para ‘teorias da conspiração’ envolvendo a marca japonesa. A principal delas aponta para um possível fim da atuação da JTA, ao menos como fabricante e distribuidor exclusivo da marca Suzuki no Brasil, abrindo três possibilidades: a vinda da Suzuki oficialmente ao Brasil, dispensando representações terceirizadas; a nomeação de outro representante para a marca no País, ou o fim definitivo das operações da marca no país.
Hoje, todas as outras grandes marcas que atuam no Brasil (Honda, Yamaha, BMW, Kawasaki, Triumph, Harley-Davidson, etc) têm fábrica aqui, ou pelo menos representação oficial, como é o caso da KTM, Indian e Ducati, que mantém parceria com a Dafra para montar suas motos aqui. A única exceção, representada por terceiros, é a Suzuki, em contrato firmado ainda na década de 1990, há praticamente 20 anos. Também soa ‘estranho’, a rede de distribuição Suzuki passar a vender motos Kymco e Haojue no Brasil…
Há ainda uma explicação oferecida por algumas pessoas que acompanham o assunto há mais tempo dando conta de que o contrato de representação exclusiva para motocicletas da marca Suzuki no Brasil estaria por vencer no próximo ano, após seus 20 anos de vigência e, por isso, a Suzuki estaria minando seu representante local porque não tem interesse em renovar o acordo. Essa hipótese faz sentido e até certo ponto explica porque surgiu uma nova empresa – JTZ – para comercializar algumas motos Kymco e Hao Jue. Coincidentemente, a JTZ tem sede no mesmo local que a JTA, monta suas motos também na mesma fábrica em Manaus e distribui e vende estas motos nas mesma lojas Suzuki que hoje estão aberta.
Enquanto não surgem informações oficiais, acompanhamos os desdobramentos dos bastidores. Mas nossa torcida é que os consumidores não sejam deixados desamparados pela JTA nem pela Suzuki. Se você quiser contribuir com o assunto, sinta-se à vontade para entrar em contato com a redação, através dos emails [email protected] e [email protected].