Muitos critérios podem ser usados para elencar quais são as melhores motos do Brasil. Talvez as mais potentes, as com melhores números de venda, quem sabe as com mais tecnologia ou melhor relação custo e benefício.
Aqui vamos apresentar motos que escreveram seu nome na história por trazer ao nosso mercado tecnologias que em breve conquistariam todo o setor. Já imaginou se nenhuma moto nacional tivesse injeção eletrônica ou freios ABS? Pois é, aqui você descobrirá a quem deve agradecer.
Melhores motos do Brasil: precursoras em tecnologia
Assim como nos carros, a tecnologia nas motos veio para ficar. Ela torna a pilotagem mais prazerosa graças a conectividade e ajustes eletrônicos, mais eficiente em virtude dos novos modos de alimentação e, sobretudo, mais segura. Até o desempenho e o consumo saem ganhando.
No ano passado falávamos justamente sobre este avanço, quando nos deparamos com diversos modelos trazendo o controle de tração como item de série – veja. Aliás, chega a ser curioso pensar que há 15 anos praticamente nenhum modelo fabricado em Manaus tinha sequer injeção eletrônica. Obrigado, tecnologia.
Melhores motos: modelos que inovaram no Brasil |
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Modelo | Por quê? | Ano | |
1 | BMW R 1200 GS | Primeira moto com ABS do país | 2004 |
2 | Yamaha XT 660R | Primeira moto nacional com injeção eletrônica | 2005 |
3 | Honda Gold Wing | Primeira moto à venda aqui com air bag | 2006 |
4 | Suzuki GSX-R 1000 | Precursora nos mapas de potência | 2007 |
5 | Honda CG 150 Mix | Primeira moto flex do mundo | 2009 |
6 | Honda VFR 1200 | Primeira com câmbio automatizado de dupla embreagem | 2010 |
1 – BMW 1200 GS trouxe os freios ABS
A maioria das tecnologias presentes nas motos foi herdada dos carros. O ABS, por exemplo, surgiria na BMW K1 em 1988, sendo que já equipava carros desde o Mercedes S W116 ano 1978 já possuía a tecnologia. Aliás, o primeiro conceito de ABS foi inventando na Alemanha ainda nos anos 1930.
Se nos carros o freio ABS permite manter a trajetória mesmo em frenagens bruscas, na moto o sistema significa que as rodas não irão travar mesmo em situações extremas, reduzindo drasticamente o risco de queda. Assim, ele salva vidas em ambos os casos.
A primeira moto a oferecer o componente por aqui foi a BMW R 1200 GS, em 2004. Aliás, a linha GS trouxe uma série de inovações ao mercado duas rodas em nível global – veja outras aqui.
2 – Melhores motos do Brasil: finalmente, a injeção eletrônica
Este é outro caso em que as motos nacionais levaram anos para adotarem determinada tecnologia. Décadas, inclusive.
A injeção eletrônica surgiu no exterior nos anos 1950 e aterrissou no Brasil apenas em 1988, com o saudoso Gol GTI. Porém, a primeira moto a aposentar o carburador seria a Yamaha XT 660R, já em 2005. Em 2005! Meses depois outra Yamaha, a Fazer 250, seria a pioneira entre as motos de baixa cilindrada.
Muito mais que nos livrar dos problemas do carburador (como a necessidade de manutenção constante e a possibilidade de ‘afogamento’), a injeção trouxe economia e eficiência. Os motores passaram a render mais e gastar menos. De quebra, ainda possibilitou o desenvolvimento de outras tecnologias, como os modos de pilotagem.
3 – Motos com air bag: Honda Gold Wing
Qual a melhor moto da Honda de todos os tempos? Muitos diriam que é a CB 750, de 1969. Entretanto, quem nasceu pensada para ocupar este cargo foi a Gold Wing, com primeira geração ainda na década de 1970.
Por isso o modelo tem sido precursor em uma série de tecnologias, levando o que há de melhor ao alcance da marca para as ruas. Uma delas é o air bag, que apareceu como opcional alguns anos antes e se tornou item de série em 2006. Aliás, até hoje a touring é a única moto com produção em série do mundo a adotar o sistema.
4 – Suzuki GSX-R 1000 trouxe os modos de pilotagem
Os modos de pilotagem ‘domesticam’ os poderosos motores de alta cilindrada, tornando a pilotagem mais segura e gradual. Assim, você não sente os mais de 100 (ou talvez 200) cv toda vez que toca o acelerador.
Deste modo, era de se esperar que eles surgissem primeiro numa superbike. Quem trouxe a tecnologia ao mundo (e ao Brasil) foi a Suzuki GSX-R 1000, ainda de uma forma mais básica, alterando basicamente o modo de alimentação em cada ajuste.
Mas logo a moda pegou. Hoje o item vem de série em praticamente toda a alta cilindrada e passa a equipar até mesmo motos menores e consideravelmente menos potentes. A nova geração da Apache RTR 200, por exemplo, tem modos para domar seus modestos 21 cv.
5 – Melhores motos do mundo: CG, a primeira moto flex
A primeira moto flex do mundo é brasileira. Tudo bem, poucos países usam o etanol como combustível, mas ainda assim é um fato memorável. E foi com ele que a Honda CG 150 Mix, de 2009, entrou para a história.
O sistema foi desenvolvido em parceria entre as equipes nacional e do Japão. Ele possibilita o uso de gasolina e etanol em qualquer proporção graças a um módulo de controle eletrônico (ECM). Ele atua junto de sensores que monitoram o motor, determinando o tempo da injeção. Além disso, o ‘time’ ainda conta com a sonda lambda, que mensura a quantidade de oxigênio da combustão.
Tal qual aconteceu anos antes com os carros, logo a tecnologia se espalhou entre as motos. Na Honda, as Bros, Biz, Twister e XRE também adotaram o sistema flex. A concorrência também passou a usar a tecnolgia, como a Yamaha e suas Factor, Fazer, Lander e Crosser.
6 – DCT, um câmbio de supercarros em motos
Se outras tecnologias da lista já ‘bombaram’ e foram adotadas por várias montadoras, esta, mais recente, ainda é exclusividade da Honda. A empresa foi a primeira a adotar o câmbio automatizado de dupla embreagem em motocicletas.
A primeira geração surgiu com a Honda VRF 1200 e tinha um funcionamento áspero, com trocas de marchas bruscas, que acabou impopularizando a tecnologia. Mas logo o DCT foi aprimorado e hoje você no máximo ouvirá um ‘tec’ com as trocas, sem qualquer tranco. Uma beleza.
Se nas motos apenas modelos como as X-ADV, Gold Wing e Africa Twin 1100 já utilizam o recurso, nos carros o seu sucesso é indiscutível. Como além de suave ele maximiza as respostas do motor, reduzindo a perda de potência entre as trocas, é amplamente difundido entre os esportivos. Os Audi R8 V10 e Ferrari California são apenas dois – dos muitos – exemplos.