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O segmento da reparação automotiva deve se adequar aos processos mais limpos e menos poluentes de reparo e descarte de resíduos, atendendo às exigências legais e procedimentos que respeitam o meio ambiente.

O recado é dos especialistas que participaram no último dia 22, do encontro -Certificação Ambiental para Empresas de Reparação Automotiva: como atender a legislação evitando riscos e desenvolvendo novas oportunidades-, realizado em São Paulo, pelo IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), em parceria com o SEBRAE, Sindirepa-SP e Senai Ipiranga.

“Responsabilidade ambiental é um tema que ganha corpo em todo o mundo e este encontro marca uma etapa significativa de inserção do segmento no assunto. É preciso que haja maior consciência dos profissionais da área sobre o assunto”, declarou Getúlio Hanashiro, ex-secretário de Transportes de São Paulo, durante o evento, que contou com a participação de 150 empresários e profissionais de reparação automotiva.

Fábio Sartini, especialista em equipamentos para funilaria e pintura, destacou a importância do uso e manutenção da cabine de pintura para evitar a poluição do solo, água e o ambiente de trabalho pelo uso de tintas e solventes. “A cabine de pressão positiva, por exemplo, possui ambiente pressurizado, com ar, filtro e vedação, o que evita contaminações externas”, informou. Sartini ressaltou que a manutenção correta e periódica dos equipamentos utilizados pelas oficinas ajuda a minimizar os impactos ambientais. “Os equipamentos devem ser mantidos em boas condições de uso para evitar desperdício de energia. Já nas cabines de pintura, é importante sempre realizar a troca do filtro com a periodicidade recomendada pelo fabricante”, disse.

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Descarte – Manoel Padreca, consultor do SEBRAE, destacou que a gestão ambiental não visa somente a redução de impactos ambientais, mas também aspectos econômicos. Neste contexto, de acordo com o especialista, as oficinas devem implementar ações visando reduzir consumo de água, energia e geração de resíduos, por meio do reaproveitamento de materiais e da reciclagem, medidas que trarão retornos financeiros diretos.

“Reduzir o consumo de água, ao reaproveitar a água da chuva para a limpeza ou para outros processos, ou ainda possuir um sistema elétrico com alimentação solar são medidas ambientalmente corretas que também ajudam a reduzir os custos de produção das oficinas”, destacou.

Os resíduos gerados também podem ser reaproveitados ou encaminhados para a reciclagem, gerando renda extra. “Os resíduos, quando descartados de maneira inadequada, são de responsabilidade das empresas e essa destinação imprópria pode incorrer em multas ou autuações. Já a gestão ambiental, que prevê o destino correto destes materiais, traz resultados econômicos ao propiciar a redução de resíduos gerados e reaproveitamentos dos materiais descartados”, informou.

Padreca destacou o trabalho realizado pelo Ecopalace, que patrocinou o evento. O centro de captação realiza trabalho de separação dos resíduos e dá uma destinação adequada ao lixo, seja para tratamento ou reciclagem. “As oficinas que aderem ao projeto têm orientações amplas sobre a destinação dos seus resíduos”, comentou.

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José Palacio, auditor do IQA, também destacou procedimentos ecologicamente corretos que propiciam economia de recursos. Como exemplos, ele citou o reciclador de solventes, que recicla em média 85% do solvente utilizado e o lixamento a seco, no lugar do processo a água, que pode economizar 50 litros de água por veículo.

O Instituto lançou recentemente a Certificação Ambiental, em parceria com o CESVI BRASIL, para a área da reparação, que analisa requisitos específicos sobre questões ambientais em funilaria, pintura, mecânica e administração. “Para a certificação, todos estes aspectos são analisados, como uso de equipamentos apropriados, economia de recursos, manutenção de equipamentos, descarte adequados de peças, fluídos e resíduos entre muitos outros. A certificação ambiental é um sólido apoio para a empresa no atendimento às legislações ambientais e gestão de processos sustentáveis”, afirmou.