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Desde os primórdios da humanidade, no seu princípio fortemente influenciado pela sobrevivência, as sociedades são constituídas entre elas, e internamente entre os seus membros, por um eterno processo de busca de sua subsistência e sucesso, cujos mecanismos para tanto geram competição entre elas e seus membros.
No início se baseavam em questões básicas de garantia desta sobrevivência, por vias e em muitas vezes, com a aniquilação ou dominação das outras e outros, das sociedades e indivíduos, como uma primitiva e segura forma da sua plena manutenção.
Com o passar do tempo, tanto sociedade como indivíduos, introduziram uma maior complexidade neste processo de subsistência e sucesso que gera a competição, aplicando neles objetivos estratégicos, onde determinado movimento hoje é elaborado com vistas à obtenção de vantagens futuras, e que muitas vezes são imperceptíveis pelo outro.

E é mais ou menos neste ponto que nos encontrávamos até um momento recente, em termos de sociedades e indivíduos no mundo.

Bom, vocês devem estar pensando assim: “e o kiko?”.

Na lata: a vida não é uma competição.

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A antiga visão de total soberania das sociedades, representadas pelos países, e dos indivíduos, representados por todos nós, não existe mais.

Alguém tem dúvida que no mundo as fronteiras estão caindo? Que países e autoridades insistem em afirmar que não, que cegamente não percebem e que continuam as vê-las ainda pelas linhas divisórias em tantos mapas e globos terrestres na sua tradicional e formal representação gráfica?

Nunca em toda a história da humanidade o mundo esteve exposto a tal de nível de migração e influência, e não é dos indivíduos que estamos a ressaltar, embora também seja maior como nunca dantes, mas principalmente de informação, de conhecimento. E isso é só o começo.

O que vocês acham que está passando pela cabeça da juventude destes países em regime de sectarismos extremados quando expostos pelas diversas redes e mídias sociais aos pensamentos da juventude e de intelectuais do mundo todo?
Vide a eclosão de tantos movimentos pelo mundo clamando por justiça e liberdade. E isso é só o começo.
Mesmo num processo inverso, o que passa na cabeça da juventude do mundo inteiro com as percepções da vida de restrições e extremismo desta outra juventude?

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Esta equação de perdedores e vencedores na competição da vida ao seu final, e nos moldes de sobrevivência que a humanidade sempre adotou, só gera perdedores. Se continuarmos assim, a médio e longo prazo só existirão perdedores.
Perdedores porque o foram na condição de derrotados, e perdedores embora ganhadores, porque esta visão míope e de curto prazo na busca de subsistência e sucesso somente dos seus, mantém a vida à luz da competição, e em algum dia a derrota chega.

Qual das sociedades representadas por seus impérios ao longo da história da humanidade sobreviveu até ao dias de hoje? Nenhuma.
O desaparecimento destas sociedades aconteceu com a decadência dos Impérios Gregos, Romanos, Bizantinos e com muitos outros.
O que é hoje o país considerado “o grande campeão” das últimas décadas na “competição” com outros países?

As fronteiras estão caindo. E isso é só o começo.

E entre nós aqui? Brazucas e do lado de baixo do Equador. Vamos dar uma olhada no nosso umbigo e por onde andas as nossas necessidades de subsistência e sucesso? Por anda o nosso senso de competição para alcançá-los?
Não é muito diferente da sociedade capitalista e consumista mundial, onde mesmo motociclistas e triciclistas, somos viventes desta competição no nosso trabalho e nas nossas expressões em todos os contextos da vida, inclusive no motociclismo.

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A vida não é uma competição, onde se precisa sempre extrair vantagens de todas as coisas.

A vida não é uma competição, na qual ao final restará apenas perdedores e ganhadores.

O sentido da vida não provem de uma competição, ao contrário, ele deve ser provido do espírito do melhor da nossa natureza humana, suplantando a também nossa, mas nociva, competitividade e a abstração de que o importante é nos sentirmos vivos.

“Dizem que o que procuramos é um sentido para vida. Penso que o que procuramos são experiências que nos façam sentir que estamos vivos” (J.Campbell)