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Recebemos um e-mail do André, que tem uma CB 300 e ele quer maior velocidade nas retas e por isso fez a seguinte pergunta:

Alongando a relação para mais velocidade

Alongando a relação para mais velocidade

Olá gostaria de saber qual a opinião de vocês a respeito de relação da CB 300 R, se compensa mudar para uma 15/34 ou uma 15/35 se vai forçar muito o motor e etc… desde já agradeço!

A relação final de uma moto é um item importante. A fábrica, quando escolhe a relação final para o seu produto leva em conta o uso normal, com a melhor capacidade de vencer as subidas, com a carga para a qual foi projetada.
Nas ruas, conforme o uso, também pode ser refeita a relação final para um uso mais específico, diferente do que foi feito pela fábrica. Se você é um piloto leve, não costuma carregar garupa ou carga na moto, a alteração pode ser vantajosa para você em termos de economia e velocidade média nas estradas. As motos dessa cilindrada, entre 150 e 300 são mais sujeitas a variações de performance por causa da carga que elas levam e tipo de percurso, pode ser interessante ajustar a relação para um uso específico.

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A CB 300 R com relação longa pode ter mais final - O motonliner quer alterá-la

A CB 300 R com relação longa pode ter mais final – O motonliner quer alterá-la

As mudanças para competição são mais usuais e esse método que explico pode ser útil para quem faz a adaptação como você, na sua moto (CB 300 R) ou em qualquer outra. É só ajustar os números.

As motos de competição têm as relações alteradas para cada pista

As motos de competição têm as relações alteradas para cada pista – (Foto Divulgação Vipcomm – Wander Roberto)

A relação original da CB 300 R é pinhão 13 e coroa 37. Isso vai dar uma relação de 2,846 – Quer dizer que para fazer uma volta na roda o pinhão vai dar 2,846 voltas. Quanto menos voltas ele der para fazer uma volta na roda, mais velocidade você terá na roda mas em contrapartida terá menos força.

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Para alterar, leve em consideração a tabela abaixo:

Tabela de relação de  transmissão final da Honda CB 300 R para diversos pinhões e coroas

Tabela de relação de transmissão final da Honda CB 300 R para diversos pinhões e coroas

Para se ajustar a relação final para uma pista, você sai da relação original e procura ajustar mudando 5% em cada passo, no sentido necessário, da seguinte forma.
Na maior reta da pista você deve conseguir a velocidade maior possível no ponto mais próximo do final da reta, antes de freiar para a entrada da próxima curva. Essa será a sua relação ideal, desde que nas relações intermediárias, haja uma marcha bem adequada do câmbio que lhe satisfaça em termos de aceleração, na maioria das saídas de curva. Para começo, essa é uma boa referência: a maior velocidade obtida no final da maior reta.

Quando se diminui demais a relação a velocidade máxima cai porque a resistência do ar impede o seu desenvolvimento, é necessário mais força. A relação está se mostrando muito longa, dê um passo para trás.

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Nas ruas, como as retas podem ser intermináveis a relação mais longa é aquela em que você obtém a velocidade máxima “pendurado no vento”, isto é, quando a pressão do vento não permitir aumento de velocidade, você atingiu a maior velocidade possível. Mas guarde alguma reserva, para um vento contra, subidas, ultrapassagens, etc.

Na minha prática ao longo dos anos mexendo em relação nas minhas motos ou de clientes, eu penso que o máximo de 5% a 10% é o ideal para um piloto normal (média de 80 Kg) em situação de rua. Mais do que isso a perda pode ser muito grande quando a situação for desfavorável, nas subidas, vento contra, etc.

Nesse caso um bom número para você seria a relação 13/35 ou 14/37 e o máximo seria 14/36.

Mais uma coisa a se levar em conta: quanto maior o pinhão menor será o desgaste da corrente, porque ela vai fazer uma curva mais aberta para contorná-lo. O limite será o espaço disponível nas carcaças do motor. Nesse sentido, a melhor escolha (e mais barata para você) será mudar apenas o pinhão para um 14 e deixar a coroa original, mas a palavra final é sua. Boa sorte.

Bitenca

Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.