Mercado Por Guilherme Augusto 08/01/2021 09:11 (há 4 anos).

A Honda CB 500 chegou ao mercado brasileiro em 1997 e permaneceu nas lojas até 2005. Desta forma, a CB 500 ‘antiga’ sucedeu a CB 450 DX  e antecedeu a CB 600F Hornet, outros dois sucessos de vendas. Relembre a história, ficha técnica e imagens desta naked tem fãs até hoje, apaixonados pela sua robustez e desempenho.

Mesmo mais de uma década longe nas lojas, a CB 500 antiga ainda chama atenção nas ruas

Honda CB 500 ‘antiga’

Primeiro, uma explicação. Usamos o termo ‘antiga’ aqui para diferenciar a CB 500 da Honda CB 500F. Apesar do nome praticamente idêntico, são dois motos completamente diferentes. A primeira esteve à venda do final da década de 1990 ao início dos anos 2000, enquanto a segunda chegou ao Brasil em 2014 e permanece em produção até hoje. Chassi, motor, suspensões, eletrônica, nenhum item é compartilhado entre os dois modelos.

Modelo chegou ao Brasil com a missão de substituir a ultrapassada CB 450 e mostrar ao mercado (que acabara de receber importações) que a Honda também tinha tecnologia nas motos médias

CB 500 antiga ou nova: potência

A CB ‘antiga’ era alimentada por um moderno motor de dois cilindros em linha, arrefecido a líquido, com 498,8 cm³, DOHC, com oito vávlulas. Alimentado por dois carburadores, o conjunto era responsável por gerar 54 cv (9.000 rpm) e 4,50 kfg.m de torque (8.000 rpm).

O desempenho do motor é um dos pontos altos da antiga CB. Por isso não é raro ver unidades adaptadas para as pistas

Aliás, números bem similares aos da atual geração. Afinal, a CB 500F gera 50,4 cv e 4,55 kgf.m de torque – ou seja, uma redução de 6,7% na potência e acréscimo de 1,1% no torque. Além disso, o motor da nova 500 trabalha em rotações menores, entregando antes seus números máximos e apresentando comportamento ao guidão ligeiramente diferente.

Para quem prefere o sabor de nostalgia, a velha CB atingia a marca de 100 km/h em apenas 4,7 segundos. A sua velocidade máxima, ou top speed, era outro destaque do modelo, afinal a 500 superava os 170 km/h reais, chegando aos 200 km/h no painel.

CB 500 S, com semicarenagem, é uma das versões disponíveis na Europa e que não chegou ao Brasil

Consumo

O motor de ótimo desempenho e rotações altas (comparadas ao ‘padrão’ atual) e a alimentação por carburadores cobrava seu preço no consumo. A média ficava na casa dos 20 km/litro, mas caia para aproximadamente 13 km/litro em tocada esportiva. A atual CB 500F supera a marca de 28 km/litro em velocidade de cruzeiro.

Design era contemporâneo nos anos 1990, mas acusava a idade do projeto na época em que saiu de linha, em 2005

Sucesso nacional

A 500 chegou com uma missão difícil. Precisava substituir à altura a CB 450, um sucesso de vendas e ícone nacional de esportividade nos anos 1980. Além disso, precisava se mostrar atual para os ‘novos’ padrões da época, uma vez que o Brasil tinha aberto para importações recentemente.

CB 450, uma das melhores motos que se podia comprar num Brasil fechado para importações

E conseguiu. Ela já era oferecida no Europa (onde chegou a ter uma segunda geração e outras versões) e também agradou por aqui. Sua principal concorrente era a Suzuki GS 500E, que estava um passo atrás em tecnologia – especialmente pelo motor, com 2 válvulas por cilindro.

Esta dispensa apresentações, né? A CB 600F Hornet chegou com a missão de substituir a CB 500 antiga

Assim, a CB 500 ‘antiga’ vendeu mais de 21 mil unidades no país. Aliás, o modelo era nacionalizado, integrando a linha de montagem da fábrica da Honda em solo verde e amarelo, localizada em Manaus. Depois foi substituída por outro sucesso que dispensa apresentações, a CB 600F Hornet.

Suzuki GS 500E era a principal (praticamente a única) concorrente direta da CB 500

Pontos positivos

A Honda CB 500 era uma ótima moto para ser usada tanto no dia a dia das cidades como para passeios de final de semana. Na estrada agradava pelo vigor de seu motor. Some isso a um modelo com baixo índice de manutenção e bom acabamento e pronto, terá um produto top de linha em sua época.

Até hoje a CB 500 serve como base para infinitos projetos de customização

Lembrando mais uma vez que para os que gostam de rodar em rodovia, o bom acerto do conjunto e o câmbio de seis marchas favorecem muito a pilotagem. Outro ponto forte a ser destacado é a boa aceitação na revenda, assim como consquente valorização das usadas. Se um dia você quiser ou precisar se desfazer da querida não será difícil encontrar interessados.

Pontos negativos

Mesmo com a fama de resistência, o elevado valor das peças de reposição costuma ser criticado por proprietários. Até mesmo itens de manutenção preventiva, como pastilha de freio, filtro de ar, discos e relação, podem ser um tanto salgados. Mas, acostume-se, você não está mais rodando com uma moto de baixa cilindrada.

O consumo era penalisado pelos carburadores, enquanto a estabilidade perdia pontos pela adoção da ultrapassada suspensão bichoque

Um elemento que faz falta é o marcador de combustível no painel, quase raro para a época. E por último, precisamos criticar a falta de atualizações que o modelo recebeu ao longo dos anos em que ficou no mercado brasileiro, que mostravam o peso da idade da CB quando ela estava chegando a sua aposentadoria.

CB 500 antiga ainda vale a pena?

Um sonho que agora pode se tornar realidade? Depois da antiga versão da CBzona sair de linha, e preços caírem, pode ter chegado a hora propícia de adquirir uma. Apesar disso, unidades em bom estado de conservação costumam ter preços elevados devido ao sucesso entre os entusiastas.

Se em bom estado de conservação, a CB 500 antiga ainda pode ser uma ótima opção de moto para lazer

Sem luxos ou itens tecnológicos, o modelo é uma boa opção para as motos de maior cilindrada. Garantia de diversão e estilo. Segundo a FIPE, o modelo 1997 tem preço médio de R$ 8.634. Já o valor médio cobrado em uma 2005 é de R$ 19.364. A atual CB 500F, 0km, costuma sair das concessionárias por R$ 32.179.

Para saber mais, ver a ficha técnica ou opinar sobre a Honda CB 500, acesse o Guia de Motos!

Ficha técnica Honda CB 500

Motor
Tipo 4 tempos, 2 cilindros em linha, DOHC
Cilindrada 498,5 cc
Arrefecimento Liquido
Combustível Gasolina
Potência Máxima: 54 cv a 9.500 rpm
Torque Máximo: 4,5 kgf.m a 8.000 rpm
Alimentação: Dois carburadores
Partida: Elétrica
Transmissão: 6 velocidades
Suspensão e rodas
Suspensão dianteira: Garfo telescópico, curso de 115 mm, sem ajustes
Suspensão traseira:
Bichoque, curso de 117 mm, ajuste de pré-carga da mola
Chassi: Aço
Pneu Dianteiro: 110/70 17 sem câmara
Pneu Traseiro: 150/70 17 sem câmara
Dimensões e capacidades
Peso a seco: 173 kg
Comprimento: 2090 mm
Largura: 720 mm
Altura do Banco: 775 mm
Distância entre Eixos: 1430 mm
Capacidade do tanque: 18 litros
Preço (FIPE, janeiro de 2021)
1997: R$ 8.634,00
2005: R$ 19.364,00

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza
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