Se você já fez algum pedido de comida por delivery, certamente conheceu um entregador de moto. Os famosos motoboys estão por toda a parte cumprindo um papel fundamental para conectar estabelecimentos comerciais com seus clientes. Mas, você já se perguntou quanto ganha um profissional do delivery e como funciona sua remuneração? Veja a resposta abaixo e saiba se o corre vale a pena.
Quanto ganha um entregador de comida?
Esta questão possui uma infinidade de respostas. Afinal, a remuneração irá variar a bordo de fatores como a jornada de trabalho, a região e as metas a serem batidas. Porém, um estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) mostrou um recorte interessante da realidade desses trabalhadores.
A pesquisa “Mobilidade urbana e logística de entregas”, de 2023, foi realizada com o apoio do iFood. Seu objetivo era apontar quanto ganha um entregador de comida dependente diretamente do tempo de engajamento com o aplicativo. Ou seja, quantas horas do dia ele permanece à disposição do APP para realizar as entregas.
Segundo pesquisa, um entregador de comida no Brasil ganha pouco mais de 2 salários mínimos por uma jornada de 40 horas semanais
Dessa forma, como cada motoboy geralmente define seus horários e duração da jornada de trabalho, fica difícil ter uma base exata para todos. Além disso, a ociosidade – o tempo logado sem realizar entregas – influencia significativamente a renda. Por isso, o estudo decidiu medir o ganho médio por hora de trabalho desses motoboys.
Sendo assim, o estudo revela que a média bruta por hora trabalhada alcança R$ 23,00. Portanto, para jornadas de 20 horas semanais, o valor oscila entre R$ 807 e R$ 1.325, dependendo da ociosidade. Já para 40 horas semanais, a renda líquida fica entre R$ 1.980 e R$ 3.039. Vale lembrar que esses trabalhadores operam fora das normas de CLT e, por isso, precisam recorrer a outros mecanismos de contribuição do INSS e não são cobertos pelos benefícios da carteira de trabalho.
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Motoboys recebem mais do que o salário mínimo em média
Portanto, os números indicam que a renda mensal dos entregadores está acima do salário mínimo nacional, que era de R$ 1.212 na época da pesquisa. Comparando com a PNAD, a média salarial de quem tem ensino médio completo – categoria que inclui 59% dos entregadores – é de R$ 1.812. Assim, os ganhos dos entregadores com aplicativos tendem a ser maiores do que os de trabalhadores com a mesma escolaridade.
Adicionalmente, 70% dos entregadores reportam uma renda entre 1 e 3 salários mínimos. Esse dado, no entanto, leva a uma observação importante: as baixas remunerações podem estar ligadas a jornadas de trabalho reduzidas, com dedicação de apenas algumas horas por semana. Este estudo não apenas mostra a realidade financeira dos entregadores de aplicativos no Brasil, mas também abre caminho para discussões mais profundas sobre as condições de trabalho neste setor em constante crescimento.
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