Fundada em 1973, na cidade de Cachoeirinha (RS), a Fábrica Brasileira de Motos (FBM) foi responsável pela produção das motocicletas, as MZ 250 RS e a MZ 250 RSJ, a partir de 1984. Mas antes de falarmos dessas motos que hoje são clássicas e disputadas por colecionadores, vamos conhecer um pouco da história da FBM, que em 1986 passou a se chamar MZ Simson do Brasil.
A FBM começou produzindo ciclomotores, com motores da Zanella da Argentina, sob licença da Minarelli italiana. Como as motos eram muito caras naquela época, inacessíveis à maioria do povo brasileiro, a chegada de uma “moto” econômica e barata despertou o interesse de grande número de pessoas, trazendo sucesso econômico à FBM.
Satisfeita com seu desempenho no mercado, a FBM continuou fabricando motos simples até 1979, quando resolveu ampliar sua linha de produção, lançando no mercado motos de maior cilindrada, inicialmente com motores Zanella de 125cc, 2 tempos (2T), modelos street e trail. Depois, produziu uma 200cc trail, também 2T, utilizando a mesma procedência dos motores.
Com a concorrência da Yamaha e seus ótimos modelos de 125 e 180cc, a FBM sentiu o baque com a queda vertiginosa no volume de vendas e teve que tomar uma decisão que a mantivesse viva, buscando assim abocanhar novas fatias de mercado onde não sofreria concorrência tão feroz.
MZ 250 RS
Resolveu então partir para produzir uma 250cc e para isso fez acordo com a fábrica Motorradwerke Zschopau (MZ) da Alemanha Oriental, que utilizava tecnologia das extintas motos DKW. Assim nasceu a MZ 250 RS, moto de tecnologia e design ultrapassados, 2T, refrigerada a ar, com pedal de partida do lado esquerdo e pouco potente (21CV), contudo com fama e imagem de ser resistente como um trator e exigir pouca manutenção.
Mesmo com o lançamento de uma versão mais sofisticada em 1986, a MZ 250 RSJ, isso não foi suficiente para fazer frente à concorrência das japonesas Honda. Yamaha e Suzuki, evento que determinou a desaparecimento da FBM em 1987.
O motonliner Marcos Vieira teve uma delas e nos disse que era uma moto arisca por ser uma 2 Tempos. Sua potência despertava e o torque aparecia somente acima de médias rotações. Não era econômica (lógico) mas seu tanque de mais de 20 litros lhe dava boa autonomia. O freio dianteiro era super dimensionado, causando sustos ao ser acionado bruscamente.
Não era muito boa de curvas, devido ao seu quadro de aço estampado que sofria torções, complicado ainda mais pelo motor “pendurado”, que por outro lado provocava olhos arregalados dos curiosos. Outra particularidade, era seu pedal de partida do lado esquerdo, coisa advinda de sua origem na Europa socialista.
Andava bem, como toda dois tempos que se preza, mas o acabamento era bem rústico. A chave do contato, por exemplo, era tão simples que podia ser substituida por um prego amassado, isso pela origem do seu projeto, atrás da cortina de ferro, onde os roubos eram quase nulos.
Fotos recentes de uma MZ 250
Fontes: Wikipédia – fotos: Mário Figueredo