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A edição do Rally Dakar deste ano não terminou do jeito que os brasileiros gostam, quando um nosso conterrâneo ergue nossa bandeira no degrau mais alto do pódio, mas apesar de não ter sido nas motos, a nossa linda bandeira esteve por lá. Jean Azevedo (HSA Rally Team), único brasileiro nas motos, entrou na disputa do Rally Dakar, pela 18ª vez. No entanto, o paulista de São José dos Campos abriu mão da competição para que o colega Javier Pizzolito pudesse continuar. Como teve a prova comprometida devido ao tempo que ficou parado, ele caiu para as últimas posições e achou por bem ceder o radiador da moto ao companheiro que estava mais bem colocado na época. Uma queda em etapa anterior o deixou com dores por todo o corpo e isso também contribuiu para a decisão.

Leandro Torres e Lourival Roldan ostentam a bandeira do Brasil no pódio do Dakar 2016 - foto: Sanderson Pereira

Leandro Torres e Lourival Roldan ostentam a bandeira do Brasil no pódio do Dakar 2016 – foto: Sanderson Pereira

O Brasil começou a disputa do Rally Dakar 2016 com dez brasileiros. Ao longo da prova, restaram duas duplas. Nos carros, João Franciosi e Gustavo Gugelmin (Mitsubishi Petrobras) e nos UTVs, Leandro Torres e Lourival Roldan (Xtreme Plus/Polaris Racing International) nos UTVs. No último sábado (16), eles completaram a última etapa do maior rali do mundo e provaram que a principal dificuldade da competição é chegar ao final de um percurso de 9.623 quilômetros, incluindo todas as categorias.

Franciosi e Gugelmin terminaram a competição na 57º colocação e Torres e Roldan ficaram em 59º. Cada dupla enfrentou provas que chegaram a durar quase 10 horas em apenas um dia, mas superaram o desafio de levar a bandeira brasileira à linha de chegada da prova off-road mais difícil do planeta.

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Apesar do 59º lugar na classificação geral, a dupla brasileira dos UTVs ficou em terceiro lugar na categoria T3.3. Leandro Torres e Lourival Roldan escreveram seus nomes na história ao serem os únicos brasileiros a subirem no pódio da edição 2016. Pela primeira vez, o Brasil ficou entre os três melhores colocados da competição nesta categoria. A dupla completou a prova a bordo de um UTV Polaris RZR XP 1000 e tiveram o apoio da equipe de preparação Xtreme+ Racing.

O Dakar 2016 foi duríssimo para todos os veículos - foto: Sanderson Pereira

O Dakar 2016 foi duríssimo para todos os veículos – foto: Sanderson Pereira

“Completar o Dakar já é uma vitória. Subir ao pódio é uma sensação indescritível. Enfrentamos todo tipo de desafio possível, provas que duraram mais de 10 horas em um dia, mas conseguimos. A disputa exigiu muita preparação e técnica, mas valeu cada segundo. Meu filho esteve presente e acompanhou tudo de perto, o que me dava mais forças para continuar. Estou muito feliz em poder compartilhar essa conquista com cada brasileiro”, comentou Leandro Torres.

Dakar2016_logoNos quadris, o piloto Marcelo Medeiros (Taguatur Racing) entrou para a lista de competidores do Brasil que alcançaram a vice-liderança da competição, mas sofreu uma queda e precisou abandonar o sonho de completar e, quem sabe, vencer o Dakar, com suspeitas de ter fraturado a clavícula.

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Da região Sul, a dupla Jorge Wagenfuhr e Joel Kravtchenko (LifeSil), estreou na disputa na categoria dos carros, mas saiu da corrida logo nas primeiras etapas após problemas no motor, que não puderam ser reparados até a próxima largada. Guilherme Spinelli e Youssef Haddad (Mitsubishi Petrobras) deixaram a competição pelos mesmos motivos.

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Mário Sérgio Figueredo
Motociclista apaixonado por motos há 42 anos, começou a escrever sobre motos como hobby em um blog para tentar transmitir à nova geração a experiência acumulada durante esses tantos anos. Sua primeira moto foi a primeira fabricada no Brasil, a Yamaha RD 50.