Num pequeno stand, em meio a tantos outros, sem pilotos internacionais, luzes coloridas ou games de realidade virtual. Assim foi a participação da SWM no Salão Duas Rodas 2019, refletindo o modo modesto como a marca tem operado no Brasil. Mas que tem, tem – ainda que você nunca tenha visto uma de suas motos rodando por aí.
- Relembre o início: quando rodamos com as clássicas SWM na Itália
- Veja a ficha técnica das SWM (e mais sobre como seria sua operação aqui)
Segundo os responsáveis pela representação da montadora em solo verde e amarelo, a empresa segue presente no país. Atualmente, vende modelos big trail e de enduro em quatro lojas, distribuídas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Aqui, vamos detalhar como está o trabalho no território nacional e onde encontrar uma SWM para compra.
Sobre a SWM no Brasil
Antes, um refresco à memória. A SWM Motorcycle é uma montadora italiana de motos e anunciou sua vinda ao Brasil lá em 2017. Logo após a chegada por aqui ocorreram mudanças e a Muteki (empresa com experiência no mercado de peças de reposição) assumiu sua representação.
Aconteceram mais alterações. Inicialmente o foco seria em modelos clássicos (Gran Milano e Silver Vase), mas depois mudou-se a estratégia para motos off road, voltadas ao enduro e outras modalidades. Também, há disponibilidade de uma big trail, a Superdual.
Cabe lembrar que o Motonline tem acompanhado o assunto de perto ao longo destes três anos – muitas vezes com informações exclusivas, como acontece agora. Inclusive, fomos convidados para a primeira ação da marca destinada ao nosso mercado, um ride em suas clássicas, na Itália. Relembre aqui.
SWM vende big trail e modelos para enduro
Desta forma, atualmente a SWM comercializa três motos no Brasil: RS500R, RS300R e Superdual. As duas primeiras são destinadas ao uso fora de estrada, especialmente no enduro, e a terceira é sua única opção de motocicleta para as ruas.
A 300 se destaca pelo baixo peso (111 kg) e suspensões Kayaba (com sistema Soft Damp na traseira). O motor tem alta taxa de compressão (12,9:1), arrefecimento a líquido e 297,6 cm³, porém, os números de potência e torque não são fornecidos pela marca. Já a 500 segue a mesa receita, incluindo os freios Brembo. A mudança está, basicamente, no motor. O propulsor da RS500R tem 501 centímetros cúbicos e diâmetro x curso de 67,5 mm x 97 mm (ante 55 mm x 83 mm da irmã menor). Veja as fichas técnicas da SWM aqui.
A Superdual tem plataforma exclusiva, tratando-se de uma big trail de 650 cm³. No exterior ela está à venda em duas versões, X e T, mas ao Brasil é importada apenas a T, com acessórios para mais conforto em viagens.
Superdual: big trail deriva da Husqvarna TE610
Ela deriva da antiga Husqvarna TE610, desenvolvida para competições de enduro, o que explica a adoção do motor monocilíndrico (de 600 cilindradas), que desenvolve 54,3 cv e 5,4 kgf.m (6.500 rpm). Outra marca de seu passado nas pistas de terra está no sistema de freios com a opção de desligar o ABS da roda traseira, permitindo as necessárias derrapagens no off-road.
Além disso, a Superdual se destaca pelas dimensões curtas, baixo peso (169 kg a seco), tanque de 18 litros e materiais de qualidade, como a suspensão traseira Sachs (progressiva, com sistema Soft Damp) e dianteira invertida Fast Ace. Os freios são Brembo (disco de 300 mm na frente e 220 na traseira) e os pneus que vestem as rodas de 19″ e 17″ são Metzeler. Há, ainda, protetores de mão, faróis auxiliares em LED e os bagageiros Givi. Veja sua ficha técnica.
Modelos e preços SWM
RS300R: R$ 40.000
RS500R: R$ 47.000
Superdual T: R$ 47.000
Onde encontrar uma SWM à venda
Desde o início da operação com a Muteki os modelos estão sendo comercializados em lojas multimarcas – e não em espaços exclusivos. Em São Paulo elas podem ser encontradas a pronta entrega nas lojas Bikebox e Muteki, enquanto no Rio de Janeiro são vendidas pela Moto Brexó e no Rio Grande do Sul estão na vitrine da BASE41, no município de Farroupilha.
Segundo o principal executivo da representante, Sérgio Costa, os responsáveis ainda não viram a necessidade de uma loja própria. “Não estamos focados em números, mas sim na estabilidade da marca e no bom atendimento aos nossos clientes”, afirmou. “Somente o tempo vai mostrar o que estamos falando hoje. O plano é que em 10 ou 20 anos, o cliente que apostou na SWM veja que a marca continua estável e sendo representada pela mesma empresa, diferentemente do que acontece no Brasil com quase todas as marcas importadas, que são trocadas de representação cada 2 ou 3 anos”.
Aproveitando a entrevista, pedimos que Sérgio resumisse o atual estágio da SWM no Brasil em uma palavra. Ele foi categórico. “Sucesso. Um moto competitiva em termos de componentes, muito mais barata que as concorrentes”.
E o Sertões?
Para atestar a qualidade de seus produtos, lá em 2018 a SWM afirmou que teria motos acelerando nas principais competições off road do Brasil, incluindo o rali dos Sertões. Entretanto, até agora nenhuma equipe oficial alinhou no gate.
De acordo com Costa, os responsáveis sentiram que ‘a moto ainda não está dando o seu máximo por causa da variedade do combustível braseiro entre postos de diferentes regiões’ e que o problema está sendo trabalhando junto com a matriz italiana. A operação incluiria, inclusive, a participação de Rogério Otani – do Instituto Brasileiro de Mecânica de Motos.
“Um dos pontos fortes da SWM é o motor projetado por Ampelio Macchi, que vem sendo evoluído e é considerado um dos melhores propulsores do segmento. O motor é verdadeiramente “racing”, com componentes de titânio de fábrica. Podemos extrair ainda mais potência dele e aí sim fazer com que a moto seja bem competitiva. Buscamos um mapeamento perfeito, por isso a moto está passando por um sério processo de climatização”, disse.
“A SWM recebe amostras do nosso combustível em caráter bimestral para que este fator seja sempre monitorado”, concluiu o executivo. Estamos aguardando – e torcendo para que o público brasileiro possa contar com mais essa montadora na hora de comprar uma moto nova.