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Como jornalista tive o privilégio de participar da etapa brasileira do GS Trophy, competição exclusiva organizada pela BMW para reunir donos da linha GS da marca alemã numa final mundial. Realmente uma experiência incrível que quero compartilhar com você.

Fotos de Johanes Duarte

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Indescritível. Essa é a palavra certa para descrever sobre esta competição. É verdade, muito difícil de descrever. Mas eu vou tentar. É mais ou menos o seguinte. Pegue um final de semana de muita trilha, aventura, lama, areia, buracos e provas em que você leva a motoca e o piloto até o limite e o ultrapassa algumas vezes.

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A ideia da competição é aproximar o competidor o máximo de uma aventura sem igual. A maioria das provas são realizadas em duplas e cada aspirante a vaga para o mundial dorme o final de semana em barracas montadas pela equipe da BMW. Tudo montado com atenção aos mínimos detalhes para tornar este fim de semana o mais especial possível. Para se ter ideia, de noite o hotel fica com todas as luzes apagadas e cada participante tem somente um lampião para se virar.

Briefing da competição

Briefing da competição

Começamos o evento já na sexta, quando rolou o briefing de abertura da competição, momento em que todos são apresentados para a competição e tem uma pequena prévia do que vem adiante. E para quem pensa que é moleza, imagine que as 00:30 da sexta-feira fomos acordados com berros e alto falantes anunciando a primeira prova surpresa.

O clima entre todos é de total descontração, afinal todos estão ali para se divertir, curtir as motos, o final de semana sem igual e quem sabe representar o Brasil na Tailândia.

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Nossa hospedagem pelo fim de semana

Nossa hospedagem pelo fim de semana

Moto, moto e mais moto

Começamos o sábado precisamente às 6:00, horário em que é necessário colocar o equipamento off road e se preparar para o que vem a seguir. Após o café da manhã, rola a segunda prova da competição e a primeira com moto.

A primeira prova do dia é simples, simples e ao mesmo tempo complicada para quem não tem nenhuma intimidade com navegação off road. Começamos com um Enduro de Regularidade, eu e o meu parceiro de competição – Minhoca, outro jornalista – e não temos absolutamente nenhuma aptidão, ou mesmo prática com a navegação no fora de estrada. Bastaram algumas referências para que nós pudéssemos nos perder pelos arredores do hotel. Alguns minutos perdidos e então resolvemos voltar ao ponto de começo para acertar a navegação. Esse não foi o último erro da prova, pode apostar.

Gangorra na prova de habilidade

Gangorra na prova de habilidade, prova realizada com a BMW F 800 GS

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Depois de algum tempo as referências começavam a fazer sentido, mas ainda era difícil controlar a BMW GS 650, aliando a navegação para chegar aonde deveríamos. Após algum tempo e algumas referências erradas nos perdemos novamente. Novidade, parecia que errar o caminho era rotina e acabamos nos perdendo em um caminho que não dava em lugar nenhum. Pura falta de conhecimento e prática na navegação. Se nós tivéssemos pensado, era mais fácil parar a moto, olhar na planilha e localizar a referência mais próxima, mas não. Acabamos errando e parece que entramos em um círculo vicioso.

Para você ter uma ideia de quão perdidos estávamos, nós cogitamos a ideia de ligar o GPS do celular para localizar o hotel, pois no meio do canavial era quase impossível nos localizarmos. Pode rir, porque nós rimos também!

Prova de habilidade contou com obstáculos inusitados

Prova de habilidade contou com obstáculos inusitados

Por sorte encontramos com mais dois competidores que estavam perdidos no mesmo local que a gente e como 4 cabeças pensam melhor que duas, resolvemos nos juntar para continuar a prova.  Após muito tempo e diga-se de passagem – algumas horas atrasadas – resolvemos abortar o final da prova, pois ainda tínhamos muitas atividades pela frente. Mas aí cometemos outro erro incrível.  Ao final de cada tarefa ou prova é necessário carimbar um passaporte, dizendo que você concluiu a tarefa e no caso da prova de regularidade esquecemos total dessa parte. Acontece.

Eu e meu companheiro de competição, o Minhoca

Eu e meu companheiro de competição, o Minhoca

Pausa para um rápido almoço, servido com lanches, suco, água e voltamos para a moto. O relógio apontava 14:30 e restava pouco tempo para finalizar as tarefas. Nós literalmente passamos o dia sobre a moto – largamos as 10:00 e terminamos o dia às 18:00.

Cuidado máximo para não cair

Cuidado máximo para não cair

Após o almoço começa o chamado “Outdoor de estratégia“. Nós recebemos um mapa com diversos roteiros e estradas. A ideia desta prova é a seguinte: no mapa estão espalhadas diversas provas, algumas obrigatórias, outras não. Você precisa passar por todas as obrigatórias, mais vai de você decidir se quer fazer ela ou não.

As provas são as mais improváveis e divertidas de realizar, tirolesa, bungee jump, paintball, stand up padlle, corrida lenta, arco e flecha, lamaçal, morros íngremes para descer, entre outros. Estávamos devidamente atrasados e fora do cronograma, então tivemos de pensar bem e definir com clareza a nossa estratégia.

Prova final, remar na jangada

Prova final, remar na jangada com a BMW

Apesar de existir provas com a pontuação alta, a nossa prioridade era passar por todos os pontos obrigatórios, caso não o fizéssemos, estaríamos desclassificados e nossa chance iria por água a baixo. Após a relargada estávamos em um trio – o 4º integrante desistiu do resto, pois estava sem gasolina – abrimos o mapa no banco da moto e começamos a analisar.

Para chegar aos pontos obrigatórios de passagem era necessário certa habilidade de navegação e sabemos que a sorte para navegação não estava do nosso lado nesse dia. Mesmo assim partimos em busca do nosso objetivo. A cada prova obrigatória concluída, um sorriso e a chance de classificar para o domingo aumentava.

Pneus, obstáculo divertido e técnico

Pneus, obstáculo divertido e técnico

Nesse momento nós três já estávamos alinhados como um grupo. Todos trocavam ideias e se ajudavam, cooperação era a palavra chave e achar o último ponto obrigatório era o objetivo a ser concluído.

Pronto, ufa! Completamos todas as tarefas obrigatórias e aquilo era um alívio. Assim que terminamos essas provas decidimos continuar com gás total, afinal precisávamos ganhar o máximo de pontos para classificar com chances reais para a final. No fim do dia nosso hodômetro marcava cerca de 120 km percorridos.

Reconhecimento do traçado

Reconhecimento do traçado

A noite veio e ela trouxe uma janta acompanhada de um bom Rock and Roll e churrasco para agitar e preparar para o domingo.

Prova de Habilidades

O domingo começou cedo também. Começamos às 7:00 e o dia era reservado para a prova de habilidade. Igual para todos, as únicas motos que foram usadas no dia foram as BMW GS 800. A prova era um percurso de Extreme-Test, muito comum em provas de Enduro FIM. A velocidade não importava nada e a única coisa que valia era não colocar o pé no chão e completar o percurso da maneira mais limpa possível.

Diversão

Diversão

Convenhamos que é difícil encarar slalom, pneus, troncos de tudo quanto é maneira- incluindo na transversal-, subidas e descidas, pedras e um atoleiro para apimentar a competição com uma moto totalmente desconhecida.

Levando uma caixa de 20 Kg até o topo da estrutura para completar uma prova

Levando uma caixa de 20 Kg até o topo da estrutura para completar uma prova

Logo após a seção do Extreme-Test cada participante partia para a última prova da competição. Em um lago havia uma jangada com uma BMW devidamente amarrada. A dupla tinha que contornar o lago remando, tentando ser o mais rápido possível.

Infelizmente na prova de habilidade cometi alguns erros que me custaram a classificação. Entretanto, fui muito bem em alguns trechos do circuito que achei que eram impossíveis. A parte mais difícil é alinhar com uma moto que eu nunca havia andado e encarar um percurso casca grossa para classificar.

Por causa dos meus erros não consegui a classificação. Mas competição é isso, tem que saber perder também e se tem algo que a competição ensina, pode acreditar que é isso. Perdi a chance de representar o Brasil no Mundial, mas estava realizado por passar um final de semana com muito off road e muita moto na companhia de amigos.

Se você tem uma GS e curte as competições off-road, não marque bobeira não. Entre em contato com a BMW e inscreva-se para a próxima etapa classificatória do GS Trophy. Eu garanto: diversão e aventura na veia!Separador_motos

Jan Terwak
Publicitário, curte motos desde que se conhece como gente, é piloto de motocross, enduro, cross-country e trilhas. Empresta sua experiência no off-road para as avaliações de motos no Motonline.