As motocicletas podem representar muito mais que meras ferramentas de transporte. Algumas são sinônimo de liberdade, prazer, status, desejo e, como o Brasil é um dos maiores mercados do mundo, é natural que alguns modelos nos marcaram de forma especial. Bora relembrar motos marcaram época por aqui?
Selecionamos um modelo para cada década, começando em 1970. Naturalmente, em alguns casos citamos duas motos justamente porque criaram uma rivalidade tão grande que é impossível separá-las. Por isso, te convido a ver comigo quais foram as que marcaram cada era, desde a década de 1970 até a de 2010.
Motos que marcaram época: anos 1970, RD 50 e CG 125
Inicialmente as motos mais comuns no Brasil eram as pequenas scooter, como Vespa e Lambretta, até que nos anos 1970 nosso mercado se fechou para importações. A medida varreu as importadas das ruas e favoreceu marcas que investiram em fábricas por aqui. E daí surgiram os dois principais nomes que conhecemos tão bem: Honda e Yamaha.
Com o mercado tão restrito o simples fato de ter uma moto já era incrível. Não importa se era pequena ou simples, era uma motocicleta novinha! Assim, os maiores símbolos de desejo eram as nacionais RD 50, lançada em 1974, e a CG 125, apresentada dois anos depois. Elas seguiam receitas diferentes de motor e comportamento, mas tinham o clássico visual dos anos 1970… e a Honda até chamou o Pelé para ser seu garoto propaganda.
Motos que marcaram época nos anos 1980: CB 750 e RD 350
Esqueça a necessidade de ir e vir e a simplicidade das pequenas motos street. Nos anos 1980 dois símbolos de poder surgiram no Brasil e são até hoje lembrados, além de muito valiosos no mercado de usadas. Honda CBX 750F e RD 350.
A disputa entre Sete Galo e Viúva Negra até hoje é venerada. A CB chegou um pouco antes, importada do Japão, e logo seria nacionalizada. Era a melhor esportiva da Honda no mundo! Neste intervalo, a Yamaha inaugurou sua fábrica em Manaus com uma rival à altura, a RD. A Honda era poderosa, grande, caríssima e dona de um som único, enquanto a RD era menor mas muito mais leve, ganhando em agilidade.
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Suzuki Hayabusa: ícone dos anos 1990
Na década seguinte as esportivas ficariam ainda mais em evidência. Elas seguiam sendo símbolos de desejo e com a abertura do mercado para importações tivemos uma enxurrada de lançamentos vindos do Japão e da Europa. A disputa de quem corria mais estava posta.
E foi exatamente neste contexto que surgiu a Suzuki Hayabusa. Criada para ser a moto mais rápida do mundo ao superar os 300 km/h, a GSX 1300R foi lançada em 1998 e logo chegou ao Brasil. Tinha um grande valor agregado, pois representava o suprassumo do desempenho. Além disso, carregava linhas únicas. O sucesso foi tanto que o modelo perdurou e segue nas lojas até hoje, já em sua terceira geração.
Motos que marcaram época: Hornet, febre dos anos 2000
Na década seguinte a febre foram as naked, quase tão potentes quanto as carenadas mais mais ágeis. E aí surgiu um novo ícone, até hoje amplamente citado em lançamentos e usado como parâmetro de comparação, a Honda Hornet 600.
A CB 600F Hornet foi lançada em 2004 e logo se tornou uma verdadeira febre por aqui – tanto que o Brasil foi, em vários meses, o maior mercado consumidor do modelo no mundo. A receita do sucesso era simples: visual esportivo, grande motor exposto (e de aproximadamente 100 cv de potência) e o peso de uma marca como a Honda. Aposentada em 2014, até hoje é um dos modelos mais procuradas no mercado de usadas.
Nos anos 2010 a BMW R 1200 GS foi o grande destaque
As motos que marcaram época sempre refletiram os valores, necessidades e desejos do país. O locomoção nos anos 1970, a esportividade nos 1980 e 1990, a invesão das ruas nos anos 2000. Em meados de 2010 quem começava a ganhar espaço eram as big trail.
Hoje este fenômeno está consolidado e as aventureiras são a primeira opção de quem busca versatilidade e conforto para viagens, além de potência e símbolos de status. Tudo isso começou na década passada, através de modelos como a BMW R 1200 GS, precursora da R 1250 GS – lançada em 2019 e um sucesso absoluto. Aliás, hoje quase todas as marcas tem suas big’s. Até a Harley-Davidson rendeu-se ao movimento, criou a Pan America… e trouxe ao Brasil, claro.