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Eles viajam o dia todo sacolejando dentro de um caminhÆo; varam a noite apertando parafusos, trocando rodas e pneus; consertam o estrago de mais uma etapa. Param por alguns minutos para jantar ou tomar banho, que tempos depois nÆo ter  mais nenhum efeito.

Quando est  tudo pronto conseguem, …s vezes, dormir de trˆs a quatro horas… Ainda de madrugada desmontam o acampamento e partem para mais um dia atravessando as p‚ssimas estradas africanas, centenas de quil“metros at‚ o pr¢ximo destino… Essa ‚ a rotina dos mecƒnicos do Rally Paris-Dakar, verdadeiros “salvadores da p tria” dos competidores.

Dois brasileiros participam da prova como mecƒnicos: Geraldo Lima, respons vel pela manuten‡Æo da moto KTM de Jean Azevedo, e Ronaldo Pinto, estreante no maior rali do mundo e que ajuda nos consertos do caminhÆo Tatra de Andr‚ Azevedo. Os checos que correm com o Andr‚ perceberam que ele ‚ um excelente soldador e agora Ronaldo sempre ‚ chamado para a fun‡Æo. “ o soldador oficial da equipe”, elogiou o colega Geraldo, propriet rio da HT Motos, oficina especializada em Campos do JordÆo/SP.

Ronaldo ‚ o “coringa” da turma. Ele tem disposi‡Æo de sobra para ajudar no que for preciso nas madrugadas barulhentas e empoeiradas do deserto. NÆo raro est  sempre dando uma mÆozinha para cuidar do equipamento do Jean e tamb‚m da organiza‡Æo do caminhÆo de assistˆncia exclusivo da equipe Petrobras Lubrax. “Para mim tudo ‚ diferente, novo. Estou gostando da experiˆncia.  cansativo, mas tudo bem”, contou Ronaldo.

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Para os pilotos, ter mecƒnicos bons e competentes ‚ sin“nimo de conseguir bons resultados na prova. “Eles sÆo fundamentais. Se a moto, o carro e o caminhÆo nÆo tiverem uma manuten‡Æo bem feita, corremos o risco de ficar pelo caminho e abandonar o rali, jogando fora um ano inteiro de trabalho e investimentos. O mecƒnico ‚ extremamente importante principalmente em corridas de longa dura‡Æo como o Paris-Dakar”, disse Jean.

“O trabalho dos mecƒnicos ‚  rduo e cansativo. ·s vezes eles atravessam … noite cuidando dos ve¡culos e continuam o trabalho no dia seguinte sem parar”, contou Klever Kolberg. Kolberg e Andr‚ Azevedo, do caminhÆo de corrida da equipe, tamb‚m j  tiveram os dias de “mecƒnicos”. Quando participaram do rali pela primeira vez, 17 anos atr s com duas motos, os brasileiros nÆo contavam com nenhuma infra-estrutura. Levavam uma mala de pe‡as e ferramentas presas … motocicleta e eram obrigados a fazer a manuten‡Æo depois de cada etapa.

Nesta quinta-feira … noite os mecƒnicos tiveram “folga” no Dakar. A etapa entre Ayo-n El Atro-s e Tidjikja, na Mauritƒnia, ‚ “maratona”, quando os pr¢prios competidores tˆm que fazer a manuten‡Æo de carros, motos e caminhäes. Os “salvadores da p tria” nÆo passaram em Tidjikja e seguiram direto para Nouakchott, capital do pa¡s e o pr¢ximo destino da prova. Ali terÆo uma merecida noite de hotel, com banho quente e cama. De verdade. Azar dos pilotos, que colocarÆo a “mÆo na graxa”.