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O ano de 2012 deve ser esquecido pela maior parte da indústria e do comércio de motocicletas no Brasil. Enquanto a venda de automóveis e comerciais leves cresceu 6,11% em 2012, o segmento de motocicletas amargou uma queda de 15,62% no mesmo período. Em números absolutos, foram emplacadas em 2012 no Brasil 1.637.481 motos e 3.634.421 carros, o que dá uma média de 4.486 motos e 9.957 carros novos por dia nas ruas brasileiras.

Evolução de venda de motos por marca: para a maioria foi uma grande retração

Evolução de venda de motos por marca: para a maioria foi uma grande retração

Em 2011 foram emplacadas 1.940.533 unidades, ante as 1.637.481 registradas em 2012. No começo de 2012 a Abraciclo previa um crescimento de 5% e a indústria preparou-se para isso. A queda na venda resultou em cerca de 400 mil motos a menos de produção e venda e cerca de 300 lojas fechadas, segundo dados informados pela Fenabrave, o que significa um encolhimento em 11% do número de concessionárias de motocicletas no Brasil. No início de 2012 haviam 2.700 lojas e em dezembro apenas 2.400. “Esse número mostra um cenário de quase tragédia para o setor de motocicletas em 2012”, falou o presidente da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, Flávio Meneghetti.

No comparativo entre os meses de novembro (121.776 motos) e dezembro (137.986 motos), o resultado foi de alta de 13,31%. Apesar do pequeno aumento apresentado em dezembro, as previsões para 2013 não são otimistas. “O segmento de motocicletas ainda sofre com a retração de crédito e as previsões são tímidas e espera-se resultado bem parecido com o deste ano ou de pequena alta, próxima de 1%”, comentou Meneghetti.

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Participação na venda de motos por região do Brasil

Participação na venda de motos por região do Brasil

Uma dado que chama bastante a atenção é o crescimento forte da participação da região Nordeste nas vendas do mercado brasileiro de motocicletas. Em dezembro, o Nordeste representou quase 40% das vendas de motos no Brasil, enquanto que a região Sudeste teve participação diminuída para aproximadamente 26%. “As duas regiões tinham participações de mercado parecidas até meados do ano, com 35% cada uma aproximadamente, mas a forte presença da modalidade de venda por Consórcio na região Nordeste foi o fator que favoreceu a venda de motocicletas naquela região”, explicou Meneghetti.

Exceções

Neste cenário, poucas marcas conseguiram alcançar crescimento em 2012. As exceções foram as duas principais marcas “premium” – BMW e Harley-Davidson – que cresceram 32% e 58% respectivamente e a Shineray, que alcançou a expressiva marca de 30,85% de crescimento em 2012 em relação ao ano anterior no segmento de motos populares.

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Deve ser levado em consideração ainda que esses números são baseados em emplacamentos, o que deixa no ar o verdadeiro volume de venda da marca Shineray, uma vez que a empresa vende alguns modelos de 50cc enquadrados como ciclomotores pela legislação, o que em muitas cidades do Nordeste leva seus proprietários a não registrarem e emplacarem suas motos e, portanto, eles não aparecem nos números oficiais dos órgãos de registro de veículos.

Pelos números, é possível estimar que para cada 10 motos de 50cc ou ciclomotores vendidos no Brasil, apenas 3 são emplacados

Pelos números, é possível estimar que para cada 10 motos de 50cc ou ciclomotores vendidos no Brasil, apenas 3 são emplacados

Mas é possível fazer uma estimativa deste volume olhando os números de produção das marcas que fazem parte da Abraciclo e que vendem motos de 50cc e ciclomotores. O quadro ao lado mostra que para cada 10 motos vendidas, apenas 3 (aproximadamente) são registradas e recebem emplacamento.

Portanto é razoável supor que o ranking de vendas em 2012 coloca as marcas Shineray, Dafra e Traxx com volumes de venda superiores aos registrados pela Fenabrave, o que certamente muda a posição de cada um no ranking de vendas nacional.

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Porém, como o critério considerado por MOTONLINE é o de emplacamento, a análise simples dos números apresentados em 2012 continua mostrando uma disputa forte pelo terceiro lugar entre Dafra e Suzuki (desde 2011) e a perda de fôlego da Kasinski, que demostrava apetite no início de 2011, mas perdeu a força. Aliás, das marcas que possuem expressão no mercado brasileiro, a Kasinski é a que mais caiu em 2012 (28,9%), seguida da Yamaha (25,5%), Dafra (24,3%), Traxx (18,1%), Suzuki (16,2%), Honda (15%) e Kawasaki (13,1%).