A BMW Motorrad segue celebrando os 40 anos de seu maior sucesso, a família GS. Por isso, desenvolvemos três reportagens sobre o tema, explorando em diferentes perspectivas as Gelände Strasse, referência em aventura em todos os continentes.
Na terceira, aqui, mostraremos sua trajetória vitoriosa, seja atrevessando desertos, estradas ou batendo metas de vendas. Relembre as reportagens anteriores abaixo.
- BMW GS 40 anos: conheça a história (parte 1)
- BMW GS: 40 anos de inovações e tecnologia (parte 2)
- GS 40 Years, série especial da BMW, terá produção em Manaus
BMW GS: êxito em competições
Como já vimos, a GS surgiu com uma proposta inédita. Prometendo bom desempenho em qualquer situação, já trazia no nome as palavras ‘campo e estrada’ (em alemão) e, assim, foi a precursora do que hoje é um dos principais segmentos do mercado mundial, o das bigtrail. Mas antes ela precisou mostrar seu valor.
Nada melhor que o Rally Paris-Dakar, criado em 1979, para comprovar o discurso de velocidade, agilidade e resistência da GS. A R 80 G/S, primeiro modelo da família, estrou na competição ainda em seu ano de lançamento e obteve o segundo lugar nas mãos do francês Jean-Claude ‘Fenouil’ Morellet. Ao todo, a motocicleta conquistaria 4 troféus de primeiro lugar, cinco de segundo e um de terceiro na prova.
O primeiro título chegou em 1981, com o francês Hubert Auriol e uma GS original de fábrica. Em 83 ele repetiria o feito, mas agora com uma moto preparada para 980 cc e 70 cv, mesmo ano em a dupla também faturou o rali Baja Califórnia – e seus 1.200 km. Em 84 teve dobradinha da GS no Dakar, com o belga Gaston Rahier em primeiro e Auriol em segundo. No ano seguinte, Gaston garantiria a quarta conquista à R 80.
A BMW optou por deixar o Dakar de lado entre 1987 e 1998, quando voltou ao páreo com a F 650RR, baseada na F 650 GS, lançada pouco antes. Monocilíndrica, a moto participou de uma nova era no maior rali do mundo e faturou dois títulos consecutivos, em 1999 e 2000, sob comando do francês Richard Sainct.
Aliás, no segundo ano houve nova dobradinha, com o espanhol Oscar Gallardo e sua 650 em segundo. De quebra, o terceiro posto foi ocupado por outra BMW, a R 900 GS do americano Jimmy Lewis. Nada mau. Depois de provar a valentia de suas motos no rali, a BMW retirou-se definitivamente do Dakar no ano seguinte.
GS Trophy celebra o ‘espírito GS’
Com uma reputação consagrada em eventos off road mundiais, a BMW decidiu criar uma plataforma exclusiva para seus fãs e clientes. Pilotos que fossem apaixonados por aventura e que estivessem dispostos a uma nova experiência, única, diferente de tudo o que existia até então. Surgia assim o International GS Trophy.
Ele celebra o espírito aventureiro das lendárias GS. Na prática, o evento não é uma corrida, mas sim um desafio entre equipes onde cada país é representado por um time – sua seleção. Além de testes de pilotagem, eles colocam seus conhecimentos à prova em áreas como mecânica e trabalho em equipe. Desta forma, o GS Trophy conecta pessoas, culturas e motociclistas de todo o mundo.
A atividade acontece a cada dois anos e sua primeira edição ocorreu em 2008, na Tunísia. Em 2010, elegeu a África do Sul como palco. Dois anos depois o evento migrou do continente africano à América do Sul, na Patagônia, percorrendo Chile e Argentina. Depois vieram Canadá, Tailândia e Mongólia. A última prova rolou na Nova Zelândia, em 2020.
- Assista ao vídeo com os melhores momentos do GS Trophy 2020
Antes de continuarmos, uma curiosidade. A maior campeã do GS Trophy é a África do Sul, com três títulos consecutivos (2016, 2018 e 2020) e dois segundos lugares, sendo um em casa, em 2010. Já a Alemanha tem ‘apenas’ um título, obtido no desafio de 2012, e o terceiro posto de 2016.
O evento de 2022 será na Albânia, o que, segundo a BMW, é ‘um dos últimos paraísos off-road ainda praticamente intocados na Europa’. O relevo do país favorece a competição por possuir montanhas, planaltos, florestas densas, leitos de rios e praias. Serão 22 equipes em disputa e, pela primeira vez, seis times formados exclusivamente por mulheres.
BMW GS: fenômeno de vendas
De acordo com a BMW, a GS coleciona mais de 1,3 milhão de clientes em todo o mundo. A família está disponível em todos os continentes e sua versão topo de linha, antes a R 1200 e agora a R 1250, detém o posto de bigtrail mais vendida do planeta. Nada mau.
O Brasil é um reflexo deste sucesso. Por aqui, foram emplacadas mais de 65 mil GS, considerando todos os modelos e versões, entre 2009 (ano de inauguração da fábrica) e o primeiro trimestre de 2021. Só das 1200 e 1250 foram quase 25 mil motos. O ano recorde foi 2020, quando 3.680 unidades da R 1250 GS conheceram seus novos – e felizes – proprietários. Os números são da Fenabrave.
Razões do sucesso
Não é difícil entender o sucesso da GS no segmento, sobretudo no Brasil, mas ainda assim é relevante fazer análises a respeito. Diferente do que acontece em segmentos de entrada, como o street, no nicho das bigtrail alguns valores estão muito acima de preço. Tecnologia, conforto, potência, segurança, status. Embora concorrentes também possam apresentar todos eles, os números de venda apontam que, por algum motivo, são mais buscados nas motos da BMW.
Procurando oferecer mais do que ‘apenas’ uma moto potente, inegavelmente confortável graças as suspensões exclusivas e eficientes em qualquer condição de uso, a R 1200 GS decidiu apostar pesado em tecnologia. E a sucessora R 1250 GS, claro, trouxe recursos aprimorados que garantiram uma experiência ainda mais ímpar de pilotagem.
Além de itens já vistos na 1150 Adventure, como tomada 12V e freios abs, a 1200 trouxe, ao longo dos anos e versões, acelerador eletrônico, controle automático de estabilidade (ASC), sistema de monitoramento da pressão dos pneus (RDC), cruise control e partida sem chave (smart key). Ainda, havia assistente de partida em aclive, luzes em LED e Shift Assist (quick shifter).
Também foi ela quem estreou a adoção dos modos de pilotagem, com cinco opções para domar o motor que neste momento entregava 125 cv, 12,7 kgf.m de torque e tinha arrefecimento a líquido – outra novidade do modelo. Ainda, essa BMW GS passou a contar com o ajuste eletrônico da suspensão (ESA), possibilitando configurar ações como compressão e retorno com simples toques em um botão.
Na atual R 1250 GS tudo foi aprimorado. Shift Assist Pro, ABS otimizado para curvas, controles dinâmico de tração (DTC) e de freios (DBC), painel TFT colorido, novos modos de pilotagem ainda mais refinados. Tudo está lá. Além disso, a 1250 de 2019 trouxe mais duas novidades.
Na eletrônica, houve adoção da moderna suspensão ajustável Dynamic ESA. Na prática, o sistema atua como uma suspensão ativa, configurando os recursos dianteiro e traseiro automaticamente para obter melhor desempenho de acordo com o peso da carga e uso que está recebendo. Já o motor, de 1254 cm³ e 136 cv e 14,5 kgf.m de torque, passou a contar com o igualmente atual comando de válvulas variável, o BMW ShiftCam.
Série especial BMW GS 40 anos
A BMW GS, mais importante família de motos da marca alemã, celebrou 40 anos em 2020. Em virtude da data foram realizadas ações e, em julho, apresentada a Edition 40 Years, uma série especial que contempla toda a atual gama de aventureiras da empresa. A novidade agora é a vinda da linha ao Brasil, com direito a produção local na fábrica de Manaus.
A edição comemorativa está disponível em praticamente toda a família GS, nas F 750, F 850, F 850 Adventure, R 1250 e R 1250 Adventure. Entre os itens exclusivos está a pintura e grafismos que mesclam tons de amarelo e de preto, em alusão aos modelos dos anos 1980. Algumas também têm aros dourados, em alumínio.