Dizem alguns pensadores que o mundo não é um lugar justo. Talvez por isso ser ‘apenas’ uma boa moto não é suficiente para fazer sucesso. Conheça alguns modelos que amargam vendas tímidas no nosso mercado, mesmo com atributos técnicos interessantes e às vezes até o melhor custo benefício da categoria.
Boas motos que vendem menos que mereciam
Quando pensamos em boas motos, logo lembramos das líderes de vendas, como se houvesse uma ligação direta entre a qualidade dos produtos e seu sucesso comercial. Entretanto, o mercado brasileiro é repleto de motocicletas interessantes que ficam longe do topo do ranking de emplacamentos. Veja 7 exemplos de motos que mereciam vender mais por aqui. Os números são da Fenabrave.
1. Bajaj Dominar 160
A Dominar 160 possui atributos interessantes. É a moto 160 cc mais potente do Brasil, tem freio ABS na dianteira e até suspensão invertida, recursos ausentes em muitas concorrentes. Entretanto, acaba ficando à sombra da irmã de 200 cilindradas, com melhor custo benefício. Enquanto a D200 vendeu quase 700 unidades, a 160 emplacou apenas 350 motos em 2023. Assim, o sucesso de vendas da indiana segue sendo a Dominar 400, com mais de 2.300 registros.
2. CBR 1000RR-R Fireblade
É provável que você lembre da Fireblade quando pensa nas principais motos esportivas do mercado. Ainda mais em sua atual geração, a poderosa Triple R que oferece nada menos de 216 cv de potência e tecnologia de ponta. Para acelerar ainda mais as coisas, tem versões especiais, como a SP e a belíssima 30th Anniversary Edition.
Porém, os consumidores do segmento parecem acabar optando por outras opções na hora de passar o cartão de crédito. Apesar da ficha técnica competitiva e qualidade internacionalmente reconhecida, a CBR 1000RR-R Fireblade emplacou diminutas 49 unidades por aqui em 2023. Para comparação, a líder do segmento S 1000 RR caminha para as 1.000 motos no mesmo período.
3. KTM 390 Duke
Certamente, esta é uma das motos mais ‘injustiçadas’ do nosso mercado. A 390 Duke é um produto global da KTM e está entre as responsáveis pela expansão da marca laranja ao redor de mundo. Uma naked moderna, com ficha técnica interessante e personalidade própria.
Entre os destaques está o comportamento apimentado do motor de um cilindro, 44 cv e 3,8 kgf.m de torque. Também, o visual agressivo e a ciclística precisa, com a conceituada suspensão WP. E ainda tem preço próximo das concorrentes, custando R$ 37.200 nas lojas (fipe). Porém, nada disso foi suficiente para alavancar suas vendas. Em 2023, emplacou somente 98 unidades no país.
4. Kawasaki Z 400
A Z 300 era uma ótima moto, mas a sucessora Z 400 é superior em todos os quesitos. Seu motor com 48 cv de potência e 3,9 kgf.m de torque oferecem uma experiência de pilotagem que diverte a todos sem assustar os menos experientes. Além disso, o visual remete às grandes máquinas da família Z e a acertada ergonomia permite pilotar por longos períodos sem cansar excessivamente.
Uma naked e tanto entre as opções de média cilindrada. E que vendeu apenas 740 unidades em 2023. Claro que é um número respeitável (e superior a algumas concorrentes) mas que nem de longe se compara com a líder do nicho. No mesmo período, a Yamaha MT-03 emplacou 7.540 motos. Ou seja, 10 vezes mais.
Veja também:
- Teste da Kawasaki Z 400 (vídeo)
- Ficha técnica e mais: como é a nova Sahara 300
- BMW tem promoção para GS 1250 e outros modelos
5. Haojue NK 150
Nossa lista de boas motos que mereciam vender mais segue com outro ótimo exemplo de modelo que não vê suas vendas fazerem jus aos seus atributos. É hora de falar da NK 150, a trail da Haojue.
Na sua lista de equipamentos há freio ABS na dianteira, tomada USB, bagageiro em alumínio e painel completo. Além disso, seu motor se destaca pela suavidade e economia. Ou seja, uma das melhores opções do segmento, mas não uma das mais vendidas. Enquanto Bros e Crosser emplacaram 131 mil e 29 mil unidades, a chinesa registrou 1.300 motos comercializadas. Nem no ranking da Haojue ela se destaca: é apenas a quinta moto mais vendida da marca.
6. BMW G 310 R
O conceito de uma ‘mini GS’ agradou o brasileiro. Por isso, a pequena GS 310 acompanha a grande R 1250 GS na dobradinha que lidera as vendas da BMW no país. Porém, enquanto a pequena aventureira soma mais de 2.500 emplacamentos este ano, a irmã R tem desempenho bem mais tímido.
Até agora, a G 310 R comercializou apenas 430 unidades. Apesar de compartilhar uma série de itens com a aventureira (incluindo o motor de 34 cv, iluminação full-LED, suspensão dianteira invertida e acelerador ride by wire), a roadster acaba ficando na sombra da irmã no quesito preferência do público.
7. Dafra Apache RTR 200
Mais que ‘apenas’ na lista das boas motos, a Apache RTR 200 é costumeiramente citada quando falamos nas motos com melhor custo benefício do mercado. Por cerca de R$ 18 mil, ela oferece até suspensão ajustável da Showa e painel com conectividade bluetooth e sistema de navegação.
A lista de atributos segue com motor de 21 cv, visual esportivo, luzes em LED, tomada USB, freio ABS e 3 modos de pilotagem. Ou seja, é possivelmente a 150 – 250 cc mais equipada do Brasil… e emplacou ‘somente’ 990 unidades em 2023. O número faz dela a segunda mais vendida da Dafra, mas não se compara com concorrentes como CG 160 (366 mil), Fazer 250 (38,4 mil) ou FZ15 (29,8 mil).