A Freie Universitat de Berlim, Alemanha, formou um grupo de pesquisas em 2006 que usou um iPhone, um iPad e um aparelho que segue os olhos de um motorista para chegar a um Passat experimental quase totalmente autônomo.
Agora, usando uma interface de um game comercialmente disponível chamado Emotiv EPOC, conseguiram demonstrar que um automóvel pode ser dirigido exclusivamente pelo cérebro do motorista. O sistema AutoNOMOS, chamado BrainDriver, recebe sinais bioelétricos do motorista através de 16 sensores EEG num neuroreceptor EPOC.
Antes de se colocar ao volante, o motorista primeiro passa um pouco de tempo na caixa de ferramentas do software, aprendendo a movimentar um cubo para cima e para baixo, para frente e para trás numa tela de computador, alterando seu esquema de pensamento. Depois disso, quando já na estrada, o BrainDriver junta esses arranjos com atuações designadas (esterçamento, aceleração, frenagem) e envia os comandos apropriados ao sistema drive-by-wire do carro.
No primeiro teste desta tecnologia, o carro se dirigiu sozinho até uma interseção, quando seu ocupante humano usou seu esquema de pensamento para lhe dizer para que lado virar. No segundo teste, feito no aeroporto Tempelhof de Berlim, o ocupante se manteve controlando mentalmente a direção, a aceleração e a frenagem, com apenas um pequenino intervalo entre os comandos mentais e as reações do carro.
Por enquanto, o sistema é apenas um projeto de demonstração. Os pesquisadores, porém, acreditam que num futuro próximo poderá haver uma aplicação definitiva, como por exemplo permitir que passageiros possam ajudar veículos autônomos quando esses ficarem incertos quanto a que via devem se dirigir.
José Luiz Vieira, Diretor, engenheiro automotivo e jornalista. Foi editor do caderno de veículos do jornal O Estado de S. Paulo; dirigiu durante oito anos a revista Motor3, atuou como consultor de empresas como a Translor e Scania. É editor do site: www.techtalk.com.br e www.classiccars.com.br; diretor de redação da revista Carga & Transporte.
