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Após dois anos de intenso desenvolvimento, chega ao Brasil a Himalayan, a trail aventureira da Royal Enfield. Essa nova moto deve marcar o início do avanço da marca no mercado brasileiro, com a abertura – finalmente – de novas lojas para alcançar níveis de venda muito maiores que o ínfimo volume de 522 motos vendidas em 2018. A Himalayan já está disponível na loja da marca em São Paulo em versão única nas cores preta ou branca (Granite ou Snow) sem qualquer opcional. As malas e o mata-cachorro são acessórios.

Himalayan vem em versão única, duas cores e com preço agressivo: R$18.990

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A moto é totalmente nova e não traz nada em comum com suas irmãs clássicas já a venda no Brasil desde 2017 – Bullet, Classic 500 e Continental GT -, exceto a marca, claro. Como uma verdadeira moto para todos os usos, inclusive aventuras por qualquer terreno, a Himalayan teve seu desenvolvimento realizado no cenário que dá nome à moto, a cadeia de montanhas do Himalaia, uma das regiões mais inóspitas do planeta. “Foram mais de dois anos de trabalho intenso, com a participação direta de todos os principais executivos da empresa para chegar a esta moto”, fala Arun Gopal, diretor de negócios internacionais da Royal Enfield, evidenciando a grande expectativa de que a Himalayan poderá ser de fato a alavanca que a marca precisa para alcançar sucesso em novos mercados, “principalmente o Brasil”, enfatizou Gopal.

Arun Gopal: Alavanca para a Royal Enfield crescer no Brasil é a Himalayan; plano de abrir 10 lojas até o final de 2019

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Himalayan, simples e robusta

A Himalayan foge ao design tradicional das trail e traz um visual compacto e até um pouco “old fashion”. Uma primeira olhada rápida e ela lembra a BMW R 80 GS da década de 1980 e que levou a marca germânica às primeira vitórias no Rally Dakar. Apesar de seu caráter aventureiro, a moto foi feita para qualquer piloto, mesmo os de menor estatura, com a altura do banco de 800 mm. O Farol é redondo e protegido por uma carenagem com para brisa. Destaca-se na parte frontal e de cada lado da moto uma proteção tubular que envolve o tanque de combustível com capacidade para 15 litros e que traz o nome da marca.

Semelhança? Além da estética, a Himalayan tem na robustez sua mais marcante característica, assim como aquela BMW R 80 GS, que ganhou alguns Rally Paris-Dakar na década de 1980

Semelhança? Além da estética, a Himalayan tem na robustez sua mais marcante característica, assim como aquela BMW R 80 GS, que ganhou alguns Rally Paris-Dakar na década de 1980

O banco em dois níveis é forrado em tecido antiderrapante muito agradável ao toque e há espaço para encaixe das pernas no tanque. As pedaleiras e o guidão permitem posição de pilotagem natural e relaxada. Na traseira a lanterna em LED e um pequeno mas muito prático bagageiro dão o toque de robustez para a moto, junto com as rodas raiadas aro 21″ na dianteira e 17″ na traseira, ambas calçadas com pneus Pirelli MT60. Chama a atenção o escapamento em aço escovado que sai pelo lado direito da moto acompanhando a linha inferior do chassi e sobe com a ponteira na altura da metade da roda traseira, lembrando as motos street.

O Chassi foi construído em aço tubular no formato de berço duplo para oferecer mais robustez e sustentar todo o conjunto e oferecer equilíbrio e agilidade à moto. “Essa configuração permite mantermos o centro de gravidade da moto mais baixo, ajudando muito no equilíbrio da moto, sobretudo no off-road, onde a moto é submetida a condições extremas”, explicou Claudio Giusti, diretor da Royal Enfield no Brasil. As suspensões seguem o padrão da categoria, com garfo telescópico na dianteira com tubos de 41 mm e 200 mm de curso, enquanto na traseira há um único amortecedor central com link, 180 mm de curso e regulagem da pré-carga da mola com porca -castelo. Os freios são à disco nas duas rodas (300 mm na dianteira e 240 mm na traseira) com ABS não comutável.

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Novo motor LS 410 na Himalayan

Para a Himalayan, a Royal Enfield criou um motor completamente novo, mas seguiu os cuidados para não perder a simplicidade e a robustez mecânica, virtude importante das motos da marca. O Resultado é o motor denominado LS 410, um mono-cilindro, 4 tempos de longo curso (78 mm x 86 mm), que resulta em mais torque em rotações mais baixas, 411 cm³ de capacidade cúbica, refrigerado a ar e com comando de válvulas no cabeçote. Esse motor gera 24,5 cv a 6500 rpm e 3,4 kgf.m entre 4000-4500 rpm, o que não parece muito, mas é suficiente para uso normal em velocidades regulamentares em qualquer cidade ou estrada brasileira. Para melhorar o rendimento do motor, a Himalayan possui radiador de óleo e ganhou um eixo balanceiro no virabrequim para atenuar as vibrações e suavizar o funcionamento.

Os primeiros testes da moto no Brasil indicaram consumo médio de 28 km/l de gasolina (a Himalayan não é bicombustível), o que resulta em uma autonomia perto de 350 km com segurança. Alguns detalhes adicionais que observamos na moto que são interessantes, como o bom protetor de cárter em aço combinando com o escapamento, um segundo para lama na roda dianteira além do que está rente à roda, que na verdade é um bico com função apenas estética, as laterais plásticas que são parafusadas e que trazem o logotipo “Himalayan” em baixo relevo, o botão para ligar lanterna e farol, algo extinto em todas as motos no mundo.

O Painel é bem completo e traz até uma bússola, além do conta-giros, do marcador de combustível e do velocímetro (todos analógicos). Dentro do velocímetro há um display digital que traz informações do hodômetro total e parcial, relógio, temperatura ambiente e um útil marcador de marcha engatada. No meio disso tudo uma porção de luzes-espia de advertência da bateria, da injeção eletrônica do motor, luz alta, neutro e ABS e um botão para pisca alerta.

Himalayan puxa a fila

A Royal Enfield é uma empresa indiana (a marca é inglesa, mas as motos são fabricadas na Índia) que já estabeleceu uma subsidiária no Brasil. A sede está em São Paulo, onde também está a sua única loja que vende as motos da marca desde o início de 2017, quando foram apresentadas as primeiras motos clássicas da centenária marca de motos que são fabricadas de forma ininterrupta desde 1901, primeiro na Inglaterra e depois na Índia.

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Frente e verso da Himalayan: projeto adequado ao Brasil

Frente e verso da Himalayan: projeto adequado ao Brasil

O lançamento da Himalayan vem acompanhado de um ousado plano de expansão no mercado brasileiro que prevê a abertura de 10 novas lojas da marca no Brasil até o final de 2019. Brasília, Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba, além de mais duas em São Paulo já estão encaminhadas. “As outras três lojas serão definidas e todo o planejamento estará em caminhando no ritmo do aumento de nossas vendas”, explica Gopal, colocando na Himalayan a responsabilidade de puxar a fila. Se em 2018 a marca vendeu apenas 522 motos, todas clássicas, com a Himalayan o espectro de potenciais consumidores se amplia muito, não apenas pelas características de versatilidade da nova moto, mas pelo potencial de mercado.

“Acreditamos que vamos atrair clientes novos para o segmento, mas consumidores que pensam numa trail como a Yamaha Lander ou a Honda XRE 300 podem se interessar pela nossa moto por várias razões, mas principalmente pelo preço muito próximo”, disse Giusti, que tem a responsabilidade de colocar o plano da marca para o Brasil em bom ritmo de vendas. Indagados sobre o volume de vendas que esperam para a Himalayan, os executivos fugiram da resposta. “A lot, a lot, a lot” (muito, muito, muito) limitou-se a dizer Gopal. Mas ele fez questão de frisar o desempenho da marca nos últimos 8 anos para ilustrar o que a empresa é capaz de fazer. “Saímos de 50 mil motos em 2010 para 820 mil motos vendidas em 2018”, exemplificou.

Em 2015 a empresa iniciou seu plano de globalização para mercados europeus e também aos Estados Unidos e América Latina (Colômbia, Argentina e Brasil). “Temos capacidade de produção na Índia de 900 mil motos por ano e a Índia absorve 96% de nossa produção. Mas aos poucos estamos deslocando essas motos produzidas também para os países que planejamos expandir as vendas; o Brasil é prioridade”, fez questão de dizer Arun Gopal. Se obtiver sucesso com a nova moto, o executivo não descarta a implantação de uma montagem local em regime de CKD. “No momento certo vamos definir se com uma fábrica própria ou através de outra unidade já existente, dependendo do volume de motos que o mercado brasileiro tiver capacidade de absorver”, finalizou Gopal.

Ficha Técnica Royal Enfield Himalayan

Motor Um cilindro, 4 tempos, refrigerado a ar, SOHV
Capacidade 411 cm³
Diâmetro x Curso 78 mm x 86 mm
Taxa de Compressão 9.5:1
Potência Máxima 24,5 cv a 6500 rpm
Torque Máximo 3,4 kgfm a 4000-4500 rpm
Sistema de Ignição Ignição eletrônica digital
Embreagem Multidisco em banho de óleo
Câmbio 5 marchas
Lubrificação Carter úmido
Alimentação Injeção Eletrônica de Combustível
Filtro de Ar Elemento Filtrante de Papel
Partida Elétrica
Chassi Tubular de aço em formato berço duplo, desmontável
Suspensão dianteira Garfo telescópico com tubos de 41 mm, curso de 200 mm
Suspensão traseira Monoamortecimento central com link, 180 mm de curso e ajuste na pré-carga da mola por porca-castelo
Distância entre eixos 1465 mm
Distância livre do solo 220 mm
Comprimento 2190 mm
Largura 840 mm
Altura 1360 mm (com o para-brisa)
Altura do assento 800 mm
Peso seco 185 kg
Capacidade do Tanque 15 litros
Pneus Dianteiros 90/90 – 21
Pneus Traseiros 120/90 – 17
Freio Dianteiro Disco de 300 mm, cáliper de dois pistões com ABS
Freio Traseiro Disco de 240 mm, cáliper de pistão simples, com ABS
Sistema Elétrico 12 volt – CD
Bateria 12 volt, 8 Ah
Farol 60 / 55 W, Halógena
Lanterna traseira LED

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Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.