Publicidade

O mercado de motos brasileiro está aquecido. Segundo a Fenabrave, mais de 1,58 milhão de novas motocicletas chegaram às ruas no ano passado – número que não se via desde 2013, fazendo de 2023 um ano histórico.

Além disso, o calendário marcou um aumento de 16,2% nos emplacamentos em comparação com o período anterior. Na produção, mais crescimento. Foram 11,3% em relação com 2022, conforme a Abraciclo. Desta forma, a frota brasileira de motos (considerando também scooters, cubs e ciclomotores) já ultrapassou a barreira das 33 milhões de unidades, segundo o Ministério dos Transportes.

mercado de motos - faixa azul

Em 2023 foram emplacadas mais de 1,58 milhão de motos 0km. Assim, a frota nacional já passa das 33 milhões de unidades

 

Publicidade

Mercado de motos acelerou em 2023

Em números absolutos, atualmente o mercado brasileiro é o maior do mundo fora da Ásia. Em alguns aspectos, pode ter números superiores aos dos principais países da Europa – somados. Mas afinal, o que está puxando o segmento para cima por aqui?

Segundo a Abraciclo, o setor vem numa crescente desde a pandemia, pegando carona no fenômeno do delivery. Isto acelerou a procura por motos de baixa cilindrada e fácil manutenção. A demanda foi tão grande que até empresas focadas na locação de motos para entregadores surgiram no ranking das mais emplacadas do país. Curiosamente, ao mesmo tempo, o segmento das máquinas de alta cilindrada também expandiu – num fenômeno que já apresentamos aqui.

BMW-R-1250-GS-Adventure-2023-768x512

Mercado brasileiro de motos cresceu em todas as direções, inclusive da média e alta cilindrada. Segundo a Fenabrave, foram 26 mil motos considerando apenas as aventureiras acima de 470 cc

 

Publicidade

Honda e Yamaha

A dupla de fabricantes japonesas seguiram dominando o mercado nacional. A novidade foi uma pequena queda no market share da Honda, que desceu dos 79% vistos em 2019 para 72,47% em 2023. Ainda assim, a marca registrou crescimento de 10% em relação a 2022, considerando o total de emplacamentos (1,14 milhão de motos).

cg 160 é líder no mercado de motos do brasil

Honda emplacou mais de 1,1 milhão de motos em 2023, configurando crescimento de 10% em relação ao ano passado

Citando o mesmo período, a Yamaha passou de 14% para 17,9% de participação no mercado nacional. Isso porque encerrou o ano com 284 mil novas motos na rua. Num paralelo com 2022, cresceu 27,7% no total de emplacamentos. A meta da companhia era ainda mais ousada, de ultrapassar a barreira das 300 mil motos e 25% de mercado, mas imprevistos como a seca histórica na Amazônia acabou trazendo obstáculos aos planos – dela e de concorrentes, claro.

Yamaha tinha uma meta ousada e chegou perto: queria emplacar 300 mil motos, concretizou 284 mil

Publicidade

 

Brasil, um país de motos urbanas

Dia desses falamos da Itália, o maior consumidor de motos da Europa e que é liderado pelas scooters. Aliás, a Honda é a marca no topo do ranking por lá e vendeu 77 mil motos no país em 2023 – mais de 60 mil eram scooters. Já no Brasil quem manda são as street.

Conforme a Fenabrave, das 1,58 milhão de novas motos, quase 670 mil eram urbanas de até 300 cc. Mais de 43% do total de emplacamentos. Segundo a Abraciclo esta fatia é ainda maior: 811 mil unidades, ou 51,3% da participação no mercado.

Segundo a Abraciclo, mais de 51% das motos emplacadas no Brasil são street. Ou seja, modelos econômicos e urbanos, de até 300 cc, voltados ao uso cotidiano das cidades – e entregas, claro

 

Portanto, todos os demais estilos, somados, correspondem a menos da metade do mercado. Conforte a Associação, as trail correspondem por 18,3% e as motonetas (cub) por 14,6%.

 

Motos de nicho

A partir daí, os nichos ocupam apenas uma casa decimal. As big trail respondem por 1,7% dos emplacamentos, enquanto as custom, por apenas 0,7%. As esportivas, sonhos de tantos fãs da MotoGP, são somente 0,4%.

mercado de motos com scooter motonline

As scooter seguem acelerando no Brasil. Com opções cada vez mais interessantes nas lojas, já emplacam quase 140 mil unidades por ano

Porém, há dois segmentos que merecem destaque. As scooter já correspondem a 8,8% do total de motos vendidas, beirando as 140 mil unidades – e com crescimento de 14,7% em relação ao ano passado. E falando em acelerar temos as naked. Totalizaram 2,2% dos emplacamentos, com 35 mil unidades – marcando 36% de expansão em comparação com 2022.

Sonho dos fãs de motovelocidade, as esportivas (de 300cc ou mais) representam apenas 0,4% dos emplacamentos. Já as custom, somente 0,7%

 

Mercado de motos deve seguir crescendo

Representante das principais fabricantes de motos do país, a Abraciclo está confiante para o novo calendário. Segundo a entidade, em 2024 devem ser produzidas 1.690.000 unidades – configurando crescimento de 7,4% em comparação com as 1.573.200 de 2023.

Para seguir acelerando, o setor deve aproveitar algumas oportunidades estratégicas. Para a Associação, entram na lista fatores como a evolução tecnológica dos produtos à venda no Brasil, bem como a economia proporcionada pela motocicleta e a expansão do delivery.

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza