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Apesar de distribuídos as centenas de milhares e de fazerem barulho com buzinas e escapamentos, os entregadores formam uma multidão quase silenciosa no Brasil. Quase. Isso porque aos poucos surgem novas pesquisas e trabalhos científicos mostrando a realidade dos profissionais de delivery. E agora há novidades.

Um estudo de abrangência nacional trouxe novos dados sobre a vida de quem está no corre todos os dias, revelando sua condição de trabalho, classe social, jornada de trabalho. O levantamento foi realizado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e publicado nesta semana.

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Segundo pesquisa, há mais de 385 mil entregadores de aplicativo no Brasil. Na maioria, homens, negros e jovens

 

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Estudo sobre os entregadores

Patrocinada pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), a pesquisa concentrou seus esforços em motoristas e entregadores participantes das principais plataformas do país. São elas: Uber, iFood, 99 e Zé Delivery.

Além disso, a metodologia incluiu entrevistas por telefone, onde foram ouvidas 3.025 pessoas, entre agosto e novembro de 2022. Na lista, 1.507 entregadores e 1.518 motoristas, das 5 regiões do país. Segundo o Cebrap, a confiança dos dados é de 95% e o erro amostral é de 2,5%.

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Pesquisa ouviu mais de 1,5 mil entregadores e, segundo ela, quase 80% dos profissionais não cogitam largar esse trabalho tão cedo

 

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Quem faz delivery por app no Brasil

De acordo com os dados, há mais de 385 mil entregadores ativos a serviço dos aplicativos atualmente. Somados aos motoristas, são mais de 1,6 milhão de pessoas.

O grupo sobre duas rodas é tão grande quanto a população de capitais como Vitória (ES) e Palmas (TO). Naturalmente, enfrenta uma grande variação de carga horária de trabalho entre uma semana e outra (ou até um dia e outro), mas nem tudo é diversidade.

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Para os entregadores de aplicativo, o corre consegue apenas complementar a grana do mês. Assim, quase 50% deles têm ao menos mais um emprego – foto Agência Brasil

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Quando vemos a categoria de um ponto de vista quantitativo, há um claro perfil de quem é o entregador de aplicativo do Brasil na atualidade. Veja características:

– 97% são homens
– Raça: 68% se declaram negros ou pardos
Jovens: quase 80% têm de 20 a 39 anos (média: 33 anos)
– Classe social: segundo o Critério Brasil, 83% são da classe C ou inferior
– Escolaridade: 59% têm ensino médio completo (20% fundamental, 9% superior)
– Multiemprego: 48% tem mais de um trabalho
– Rendimento líquido: entre R$ 1.980 e R$ 3.039 para jornadas de 40 horas semanais
– 78% parecem satisfeitos, não cogitam deixar os apps neste momento

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Naturalmente, a pesquisa ainda revelou muitos outros dados interessantes. Entre eles, o fato de que 22% tinham outras atividades profissionais das quais abrirão mão para se dedicar exclusivamente aos apps. Já 28% estavam procurando emprego e acabaram se tornando entregadores. Confira a pesquisa na íntegra aqui.

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza