A Triumph apresentou recentemente no Brasil a sua nova bigtrail de 1200 cilindradas. A nova geração da Tiger 1200 causou uma grande movimentação no segmento e alguns até a chamam de novo benchmark da categoria… então nada melhor que fazer um teste com sua versão topo de linha, a Rally Explorer! Veja como ela se saiu ao longo de mais de mil quilômetros.
Teste da nova Tiger 1200 Rally Explorer
As motos da categoria bigtrail são conhecidas por sua capacidade de percorrer longas distancias com conforto e desempenho independente do terreno. Normalmente, são motos pesadas e altas, fazem muita curva e são dotadas de tecnologia de ponta. E a nova Tiger 1200 está ciente de tudo isso.
Rodamos por diversas estradas, inclusive no off road, e em várias situações. Levamos ela para passear no interior de São Paulo, passando por Guararema, Cambuí, Campinas, Holambra e São Roque. Podemos adiantar que a nova Tiger é muito competente em todos os quesitos, oferece conforto e segurança, assim como esportividade quando solicitada.
Pronta para encarar qualquer viagem
Uma gigante!
A nova Tiger 1200 impressiona pelo seu porte, ainda mais os modelos Rally ou GT Explorer com tanque de 30 litros. Logo podemos observar que o banco está alto – na Rally ou Rally Explorer ele fica de 875 mm até 895 mm do solo. Sendo assim pilotos com menor estatura terão mais dificuldades em alcançar os pés no chão. Considerada uma das motos de 1200 cilindradas com eixo cardã mais leves atualmente, ela perdeu aproximadamente 25 quilos em comparação a geração anterior. A versão avaliada pesa 261 quilos em ordem de marcha (com todos os fluídos).
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Nova balança traseira ajudou na redução de peso do modelo
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Novo eixo cardã deixa de lado o monobraço em prol do peso
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Versão Rally Explorer é a mais pesada da geração atual
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Tanque proporciona excelente proteção aerodinâmica
Tiger 1200 é uma moto off road?
Ela conta com muitas características que ajudam no fora de estrada – as rodas raiadas com pneus sem câmara já entregam um pouco disso. Agora equipada com aro de 21 polegadas na dianteira o que facilita muito a transpor os obstáculos no off road. Ela sai de fábrica calçando os pneus Metzeler Karoo Street com medidas de 90/90 21 na dianteira e 150/70 18 na traseira. Eles se saíram muito bem, seja no asfalto seco como no off road, seco ou molhado.
A posição de pilotagem em pé é muito natural e relaxada, o guidão possui altura ideal e por ser largo ajuda muito no controle fora de estrada. Ela conta também com o modo de pilotagem Off Road Pro, que desliga tanto o controle de tração como ABS, e que pode ser personalizado de acordo com o gosto do piloto. As pedaleiras podem ter sua borracha removida sem necessidade de ferramentas, o que ajuda muito no off road molhado. O pedal de freio pode ser facilmente ajustado em duas posições.
Posição de pilotagem em pé é relaxada e natural, a força do motor deixa a tocada off road muito divertida.
Os piscas e faróis auxiliares estão muito bem posicionados e seguros em casos de eventuais quedas. A versão Rally Explorer já sai de fábrica com protetores de motor, carenagem e carter, sendo assim em caso de quedas a proteção está garantida. O tanque, apesar de largo, possui ótimo encaixe para os joelhos e se movimentar em cima dela é fácil.
Claramente podemos afirmar que a nova Tiger 1200 possui uma ótima vocação off road. Isso se deve muito pelo seu projeto ter como inspiração a Tiger 900, que foi um marco dentro da marca em tornar as bigtrails da marca menos on e mais off road.
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Pedaleiras com borracha de fácil retirada e ajuste simples do freio
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Inédita roda aro 21 na dianteira para a categoria
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Pneus Karoo Street cumprem bem seu papel de ser um pneu misto
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Protetor de cárter em alumínio
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Tanque de 30 litros de alumínio com proteção de carenagem e motor
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Eixo cardã mais leve contribuiu para o uso fora de estrada
Nova Tiger 1200: motor, consumo e autonomia
Certamente, o ponto forte e mais divertido da nova Tiger 1200 é seu motor T-plane. Com 1.160 cilindradas e 150 cv de potência a 9 mil rpm e 13,26 kgf.m de torque a 7 mil rpm, ele empurra com vontade. A força está presente em qualquer regime de rotação independentemente da marcha. Isso se deve também a nova ordem de explosão 1 -3 -2 que busca unir o melhor dos bi-cilindricos com melhor torque em baixa e não perde a personalidade dos três cilindros em altos giros. Essa fórmula deu muito certo na irmã menor e foi adotada também na 1200.
O novo motor agora com 150 CV e mais leve empolga ao girar a manopla do acelerador
O pior consumo que alcançamos foi de 17 km/l, acelerando forte no off road, e no anda e para da cidade. O melhor foi de 19 km/l, rodando principalmente em rodovias com velocidade média entre 100 e 120 km/h. O consumo médio ficou em 17,8 km/l, sendo assim sua autonomia beira facilmente incríveis 530 quilômetros. Autonomia mais que suficiente para cruzar a maior parte das regiões inóspitas do planeta.
Tecnologia embarcada – segurança
Como uma digna bigtrail, a nova Tiger 1200 conta com um vasto pacote tecnológico. São muitas siglas e funcionalidades que ajudam no conforto e segurança. Sendo assim, ela já conta com controle de tração e ABS adaptativo para curvas, onde é possível escolher a dosagem por 6 modos de pilotagem, que mudam muito o comportamento da moto, seja na frenagem ou entrega de potencia. O TPMS, sistema que confere a pressão dos pneus ajudam a saber se tem algo errado.
Ela conta com faróis, piscas e farol auxiliar em LED que ilumina muito bem à noite. As luzes de curva, composta por pequenos leds que se acendem conforme a inclinação da moto para iluminar o lado interno das curva não têm o efeito esperado – não senti uma diferença tão grande nesse modelo, para ser sincero.
Sistema de iluminação em led é eficiente e possui uma nova assinatura.
O Hill Hold, assistente de rampas funciona muito bem e ajuda a arrancar com a moto em rampas, ele segura a moto mesmo sem acionar o freio por alguns segundos para que o piloto possa arrancar com segurança.
A unidade avaliada conta com o novo sistema de ponto cego, composto por um radar na parte traseira da moto que efetua a leitura dos veículos que se aproximam. Ele pisca uma luz no retrovisor correspondente ao lado do objeto. Um sistema de fácil uso e que ajuda bastante no quesito segurança, em nossos roteiros muitas vezes o carro ou moto não aparecia no retrovisor mas o radar apontava que ele estava lá.
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Radar de ponto cego localizado logo acima do farol traseiro
Tiger 1200 Rally explorer
Uma luz no retrovisor indica a presença de algum veículo
Suspensões assinadas pela Showa semi ativas com 220 mm na dianteira e traseira, funcionam muito bem e copiam o terreno de forma muito eficaz, fizeram um ótimo trabalho no off road, mas em uso mais extremo ela apresentou final de curso uma vez.
Tecnologia embarcada – conforto
Olhando pelo prisma do conforto, as tecnologias contidas na nova Tiger são compostas por: painel TFT de 7 polegadas com conectividade ao sistema My Triumph, onde é possível controlar as músicas que se ouve pelo intercomunicador, atender ligações, navegação por sistema de setas (não é possível visualizar o mapa no painel), gravar seus trajetos e até controlar sua GoPro – essa função não funcionou como esperado.
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Compartimento para carregar o celular debaixo do banco do garupa
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Sistema de chaves de presença para ligar a moto e abrir o tanque de combustível
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Manoplas aquecidas e com retro iluminação
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Comandos simples e de fácil navegação
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Bancos confortáveis e com aquecimento
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Painel de TFT 7 polegadas, agrada a muito e outros acham que poderia se melhor aproveitado o grafismo
Aquecedores de manoplas e bancos, do garupa e piloto, com aquecimento ajudam muito nos dias mais frios. O TSA (Triumph shift assistant) funciona perfeitamente e deixa a tocada mais esportiva e confortável, praticamente só se utiliza a embreagem para engatar a primeira marcha. Tomada 12 v padrão europeu ajuda em caso de utilizar um gps ou celular próximo ao painel e guidão, ela conta também com um compartimento a prova d’agua abaixo do banco do garupa com tomada USB para carregamento de celular. Uma terceira tomada abaixo do banco do garupa colabora para carregar o celular ou utilizar para roupas com aquecimento (muito comum nos países mais gelados).
Apesar do seu tamanho e peso, ela vai muito bem no uso fora de estrada
Sistema de desligamento automático das setas, que funcionam de forma um pouco diferente do comum. Se acionado de forma breve, ele pisca somente três vezes, se acionar por um tempo mais longo ele fica por ativado por 8 segundos ou mais de 65 metros. Chave de presença para acionamento da moto e abertura do compartimento de combustível completam o pacote.
Nova Tiger 1200 no asfalto
Inegavelmente é o ambiente onde a nova Tiger 1200 mostra para que veio. Com posição de pilotagem muito relaxada e banco extremamente confortável, rodar o dia inteiro com ela não irá lhe trazer fadiga.
O motor apresenta uma vibração maior do que a geração anterior, mas nada que incomode. Subir o giro com vontade em terceira ou quarta marcha faz com o que saia um som delicioso da pequena e bonita ponteira de escape. A bolha deixou de ter seu acionamento de regulagem elétrico para dar lugar a um sistema manual, o que ajudou a diminuir o peso do modelo – e que é muito simples e de fácil utilização. A proteção aerodinâmica proporcionada pelo tanque, carenagens e bolha, desviam o vento do piloto com eficiência.
Atacar de forma esportiva as curvas é fácil e divertido
Em estradas mais travadas e com muitas curvas a diversão é garantida. Colocar no modo Sport deixa ela ainda mais divertida, entregando muita potência em qualquer rotação do motor. Ela muda de direção de forma natural e rápida, então contornar curvas e chegar no limite de inclinação das pedaleiras é tarefa fácil. Em terceira marcha com giros entre 4 e 6 mil rpm, foi onde o motor se mostrou com mais vibração, mas nada que atrapalhe.
Os freios da marca Brembo Stylema, com monobloco e pinças radiais e discos duplos de 320 mm na dianteira e pinça de pistão único na traseira com disco de 282 mm, funcionam muito bem!
Veja também:
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- Triumph ‘de baixa cilindrada’ flagrada em testes finais
- Moto com nome de carro: como é a nova moto elétrica da Can-Am
Nova Tiger 1200 no off road
Conforme relatamos anteriormente, ela possui ótimas características e aptidões off road. O motor se comporta muito bem em baixos giros deixando sempre disponível muita força e torque, é muito fácil destracionar a roda traseira em segunda e até terceira marcha. O ABS off road funciona muito bem, com ele é possível travar a roda traseira e ter uma atuação na medida certa na roda dianteira. Se você não está tão acostumado a destracionar a roda traseira, o controle de tração no modo off road se preocupa em deixar a roda deslizar somente o suficiente. 
Pilotar em pé é natural nesse modelo, os braços ficam relaxados e todos os comandos estão de fácil acesso, retirando as borrachas das pedaleiras se aumenta o grip da bota mesmo em dias molhados. Movimentar-se em cima da moto para realizar o contra peso ou a transferência de peso é natural.
As suspensões trabalham muito bem e ajudam a absorver os impactos do terreno, somente em casos de uso mais extremos ela apresentou fim de curso – creio que muito pelo seu peso, que exige maior espaço para parar a moto, pedindo assim um cuidado extra. Uma boa dica é sempre que possível procurar ir para o off road com meio tanque ou menos de combustível, o que ajuda a diminuir e centralizar o peso.
Veredito: vale a pena comprar a Tiger 1200?
A nova Tiger 1200 foi lançada como um novo benchmark da categoria. Ela realmente traz um motor mais potente, menos peso do que concorrente direta BMW R 1250 GS, um pacote tecnológico completo e uma boa aptidão off road (ponto esse que não era tão forte na geração anterior). Certamente ela irá agitar o mercado e isso favorece a todos, tendo as concorrentes que correrem atrás de mostrar algo melhor e com preços competitivos.
A nova familiar da Tiger 1200 veio para o Brasil em três versões. A de “entrada” sendo a Rally Pro, com tanque de 20 litros e rodas raiadas custando R$ 104.990; a GT Explorer com tanque de 30 litros e rodas de liga leve com o preço de R$ 111.990; e a unidade avaliada Rally Explorer, com tanque de 30 litros e rodas raiadas por R$ 118.990.
Todas elas possuem e opção de adquirir junto com a moto e com um ótimo desconto o kit de malas de alumínio fabricadas pela Givi. Os suportes para o encaixe das malas também faz parte desse combo.
A Tiger 1200 evoluiu muito em sua nova geração e chegou ao Brasil com um preço competitivo… mas se isso vai ser suficiente para ameaçar o reinado da GS 1250, só o tempo dirá
Nos dois primeiros meses de vendas em terras tupiniquins, a nova Tiger 1200 já emplacou mais de 383 unidades (contra 1.233 da GS no mesmo período). Se ela será capaz de ameaçar o reinado da GS, só o tempo dirá, mas que possui claramente todos os requisitos para tal… isso ela possui!
Sendo assim ela pode ganhar potenciais compradores que vem das 800/900 cilindradas que buscam maior conforto para viagens longas, sem ter grandes perdas quando quiser se arriscar no fora de estrada.
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