Desde que foi lançada, em setembro de 2002 ela já mostrava qualidades estéticas e mecânicas que chamaram a atenção do público. Muita gente achou o motor fraco demais. Para estes a Yamaha tem a XT660 e as especiais de competição. A “xistezinha” é mais esguia, com mais aptidão “off” do que as outras 150 cc da mesma categoria no mercado e, portanto, menos confortável.
A proposta dessa moto é oferecer uma solução mais barata para o consumidor que gosta do estilo off road, que necessita de uma moto versátil e econômica para o uso urbano, mas que pode abrir mão de um motor mais vigoroso.
A sua maior vocação é urbana e ela vai muito bem no “rally” das ruas bem esburacadas e com piso irregular das grandes cidades brasileiras. Nas estradas e rodovias ela fica devendo. Pouca potência, sofre muito com o arrasto aerodinâmico e o resultado é que a velocidade máxima dificilmente chega a 100 km/h (no GPS). Ou seja, falta a necessária agilidade e velocidade para trafegar com desenvoltura por entre os carros e caminhões nas vias expressas. Definitivamente a xistezinha não é apropriada para esse tipo de uso. Já no off road, a coisa é bem diferente, porque para ter mais destreza na terra a relação das marchas tem um escalonamento estreito para não perder aceleração. Resumo: sua versatilidade se limita ao uso urbano e ao off road.
Na terra
O uso na terra pode ser considerado o habitat perfeito para a XTZ 125 porque ela é extremamente leve e bem equilibrada. A eficiência das suspensões se destacam e dão conta do recado. Claro que o motor não cria muita demanda para o chassi e suspensões porque seus componentes são bastante leves e não criam situações críticas na pilotagem. O resultado é um comportamento equilibrado que a torna apta a encarar os mais duros obstáculos, desde que não seja exigido muito motor para isso. Como já foi dito, ela não conta com muito motor.
Na cidade
A mesma coisa se observa no uso na cidade. As manobras são rápidas e muito precisas por causa da ótima geometria do chassi e suspensões competentes. O piloto “veste” a moto e a linguagem corporal é facilmente assimilada pela pela moto. Qualquer movimento e a resposta é imediata, precisa e sem dificuldade. O banco é esteito e duro, a suspensão um pouco ríspida e o piloto deve esquecer o conforto oferecido pelas motos trail de maior cilindrada, com o a Honda Bros, por exemplo. Contudo, no rally urbano de todos os dias pode-se andar em maior velocidade que a buraqueira das ruas mal conservadas passa completamente despercebida por baixo das rodas raiadas da pequena Yamaha.
Nas estradas
Esqueça. Use a XTZ 125 como uma moto urbana, para trabalho e para diversão na terra. Nas vias expressas, se for impossível evitar, ande com atenção e velocidade compatível com o local. Não saia para a esquerda quando o fluxo estiver perto da sua velocidade máxima. Ela não tem motor para isso e deixará o piloto em situação embaraçosa e perigosa.
Avaliação técnica
Ciclística
O chassi tem a configuração diamond (duplo triângulo) com o motor fazendo parte da estrutura dianteira inferior. No triângulo traseiro duplo a bateria e caixa de ar dividem o espaço sob o banco. Essa é uma estrutura clássica para motos 4t trail e no caso da Yamaha XTZ 125 ela se apresenta com uma estrutura muito leve, que aceita bem as tensões na dinâmica do seu funcionamento, sem nenhuma flexão importante que afete a pilotagem.
Suspensões
Leve e progressiva na dianteira conta também com bom amortecimento mesmo em impactos maiores, mas a traseira sente um pouco a falta de progressividade por causa da fixação direta do amortecedor na balança. Apesar disso, com um pouco de peso, (acima de 80 Kg) a traseira já se acomoda com um bom sag (curso negativo) e esse problema desaparece.
Motor
Bom motor, com boa aceleração. A curva de potência é bastante plana e acelera sem sustos, por toda faixa de rotação. Para uma 125 moderna entretanto poderia ter mais potência. Talvez uma injeção eletrônica fizesse essa diferença.
Transmissão
O câmbio de cinco marchas tem escalonamento perfeito para o motor de forma que sempre tem uma marcha própria para cada situação. As trocas são bem definidas, mas poderia ser menos barulhenta. A relação final por corrente é bastante leve e silenciosa. poucos ajustes são necessários em uso urbano.
Freios
Os freios tem boa pegada, notadamente o dianteiro. Com leve pressão imobiliza a moto com determinação e controle, muito bem modulável. Já o traseiro sofre com a movimentação da suspensão que muda a modulação do freio por causa da geometria do varão. Causa um certo descontrole da frenagem em descidas acidentadas.
Tecnologia
Para a cilindrada de 1/8 de litro como essa 125 cc a Yamaha XTZ 125 se encontra no limite da tecnologia, uma vez que muitos motores dessa cilindrada já contam com injeção eletrônica. O carburador CV (ou Velocidade Constante), dessa moto tem o acionamento do acelerador proporcional ao vácuo produzido pelo motor e isso garante uma combustão limpa e uma progressividade constante no acelerador, que permite ser homologado no PROMOT3. Porém, a entrega de potência fica limitada ao crescer do vácuo do coletor de admissão e a aceleração e potência máxima também ficam limitadas.
Equipamentos
Para uma moto trail a XTZ 125 conta com todos os equipamentos necessários. Mas falta como na maioria das motos atuais dessa categoria, o protetor de carter que antes equipava esse tipo de moto.
Acabamento
O acabamento é condizente com o preço do produto um pouco alto. Os encaixes das peças são perfeitos, a boa pintura e soldas no chassi primam pela conformidade.
Para uma moto lançada em 2002 a XTZ 125 da Yamaha ainda se mantém atualizada. Apesar de usar carburador consegue regular as emissões de poluentes aos níveis aceitáveis atuais e ao preço de R$7.410,00 (modelo K – partida a pedal) e R$8.158,00 (modelo E – partida elétrica), ambos preços de tabela Fipe em 21/03/2011, continua a ser uma boa opção para quem gosta de uma moto trail sem compromisso na terra e capaz de trafegar com facilidade e economia pelas cidades.
Ficha técnica
MotorQuatro tempos, OHC , refrigerado a ar, 2 válvulas |
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Quantidade de cilindros | 1 cilindro |
Cilindrada | 125 cm3 |
Diâmetro x curso | 54 x 54 mm |
Taxa de compressão | 10,0 : 1 |
Potência máxima | 10 CV a 7.500 RPM |
Torque máximo | 1,0 kgf.m a 6.000 RPM |
Sistema de partida | Elétrica (modelo E) – Pedal (modelo K) |
Sistema de lubrificação | Cárter úmido |
Alimentação | Carburador BS 25 Mikuni |
Transmissão5 velocidades, engrenamento constante |
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Embreagem | Multidisco banhado a óleo |
transmissão primária | Engrenagens |
transmissão secundária | corrente |
Parte Elétrica |
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Sistema de ignição | CDI |
Bateria | 12 V x 5 Ah |
Dimensões |
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Comprimento total | 2.090 mm |
Largura total | 810 mm |
Altura total | 1.125 mm |
Altura do assento | 840 mm |
Distância entre eixos | 1.340 mm |
Altura mínima do solo | 265 mm |
Peso seco | 104 Kg |
Raio mínimo de giro | 2,1m |
Chassi |
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Quadro | Diamond |
Rake | 27,5° |
Trail | 106 mm |
Pneu dianteiro | 80/90 – 21 48T MT90 |
Pneu traseiro | 110/80 – 18 58T MT90 |
Freio dianteiro | Disco de 220 mm de diâmetro,acionamento hidráulico, 2 pistões |
Freio traseiro | Tambor de 130 mm de diâmetro |
Suspensão dianteira | Garfo telescópico, mola e óleo |
Suspensão traseira | Braço oscilante, único amortecedor com mola a óleo e gás, Active Monocross |
Curso da suspensão dianteira | 180 mm |
Curso da suspensão traseira | 180 mm |
Painel de Instrumentos | Velocímetro, hodômetro total, hodômetro parcial, indicador de farol alto, indicador de pisca, Luz indicadora de anomalia da ignição, indicador de neutro |
Erro do velocímetro | +12% |
Cores Azul, preta, vermelha |
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Preçotabela Fipe 24-03-2011 |
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XTZ 125 K (pedal) | R$7.410,00 |
XTZ 125 E (elétrica) | R$8.158,00 |
Consumo
Trecho | Km percorrido | Consumo (litro) | Km/litro |
Uso urbano/estrada | 198,4 | 6,01 | 33,01 |
Uso urbano | 231,2 | 6,4 | 36,13 |
Uso urbano | 210,7 | 5,68 | 37,08 |
Uso urbano/estrada | 197,2 | 5,17 | 38,13 |
Total/média | 837,5 | 23,26 | 36,13 |
óleo trocado com 530 Km |
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