Lançada há cerca de apenas uma semana, a Yamaha FZ 15 está dando o que falar. E, cá entre nós, é fácil entender os motivos que fizeram da nova Fazer 150 a moto mais comentada do momento.
A pequena Yamaha possui vários itens de série raros em motos de baixa cilindrada, especialmente se comparada com a líder isolada do segmento, Honda CG 160 Titan. Mas será que ela vale mesmo a compra? Rodamos na moto e vamos falar.
Teste Yamaha FZ 15 – Fazer 150
O modelo foi apresentado como a primeira ‘small premium’ do mercado brasileiro. Ou seja, uma moto street pequena, mas com equipamentos até então encontrados apenas em modelos maiores. Assim, conta com freio ABS, painel (quase) completo, suspensão traseira monolink, lanterna em LED, suspensão dianteira com tubos de 41 mm e farol com canhão em LED e DLR.
A mecânica é curiosa. Se por um lado tem o já conhecido motor 150cc da Yamaha (o mesmo que equipa Factor, YS Fazer e Crosser) por outro traz um conjunto completamente novo. Nada de seu chassi, suspensão ou freios é compartilhado com outras motos da marca. É tudo novo.
E o preço? Competitivo. O modelo foi lançado a R$ 16.990 (R$ 17.555 para o estado de São Paulo), logo acima das principais concorrentes – que não têm a mesma lista de itens de série.
Ficha técnica nova Fazer 150
Antes de falar como é rodar com o modelo, vamos às apresentações oficiais. A nova Fazer 150 FZ 15 se destaca pelo design esportivo e volumoso, herdado diretamente da FZ 25, mais recente geração da Fazer 250. É um projeto encontrado em alguns países da ásia, mas que recebeu modificações exclusivas ao mercado brasileiro. Entre elas, o conjunto óptico.
Na ciclística, conta com suspensão traseira com monoamortecida com 120 mm de curso e dianteira com tubos grossos, de 41 mm, e 130 mm de curso. O chassi é em aço e do tipo diamente, ou seja, com o motor fazendo parte de sua estrutura. Outro destaque são os pneus sem câmara Pirelli Diablo Rosso II, com medidas 100/80 17 na dianteira e 140/60 17 atrás. Por enquanto, são exclusivos do modelo.
Falando nele, o motor é o já conhecido SOHC, com 2 válvulas e arrefecimento a ar. Com 149 cm³, entrega 12,4 cv de potência e 1,3 kgf.m de torque, a 7.500 rpm e 6.000 rpm no etanol – na gasolina são 12,2 cv. A alimentação é por injeção eletrônica e a moto tem sistema BlueFlex.
Ela também é compacta. Tem 2.000 de comprimento, 780 mm de largura e 1.080 mm de altura. Para comparação, a Fazer 150 ‘tradicional’ é 3 cm mais estreita, porém, 1 cm mais curta. Ao todo, ela pesa 125,9 kg a seco (ou 135 kg já completamente abastecida).
Como é andar com a FZ 15 na cidade
Realmente, o visual da FZ 15 agrada já no primeiro contato. As carenagens são volumosas e bem acabadas, que conduzem o olhar sobre toda a motocicleta. Detalhes como a chave em posição central (sobre o tanque e não junto ao painel) dão um charme a mais – reforcem a pegada premium, talvez.
Na cidade ela está em casa, é muito leve e passa com naturalidade pelos carros e corredores apertados. Pudemos comprovar isso no caótico trânsito das 17h de São Paulo, inclusive. Fruto da boa ciclística.
Falando nela, a ciclística é um dos pontos altos do modelo. Estável, com pneus largos (e de ótimo grip) e pela posição de pilotagem é impossível não lembrar da FZ 25, a Fazer 250. Claro que há diferenças, mas a FZ 15 remete diretamente à irmã maior.
Outro ponto que fica claro na cidade é o conforto oferecido pelo banco que, mesmo em dois níveis, é largo e comprido. As suspensões são um pouco mais rígidas que o padrão das street, mas copiam bem o terreno e não passam impactos pequenos ao piloto.
Um detalhe que ajuda no corre é o lampejador de farol alto, sempre útil para sinalizar algo ao veículo da frente. Outro componente que ajuda é o painel em LCD. Mesmo com fundo invertido (blackout) ele tem boa visualização, sem sofrer com reflexos excessivos, e conta com indicador de marcha engatada, relógio e trip A e B, além da função ECO que auxilia na pilotagem econômica.
E na estrada, a FZ 15 é boa?
Nosso roteiro também incluiu um bom trecho em rodovias, incluindo pelo lindo e preservado Caminho do Mar. Na estrada a FZ 15 surpreende pela estabilidade e garante diversão em curvas, novamente uma consequência da boa ciclística. Destaque aqui aos pneus Diablo Rosso (salvas as medidas são os mesmos da Z 400, por exemplo) e rodas menores, de 17 polegadas.
Já o motor deixa um pouco a desejar no qusito fôlego. Se na cidade ele responde bem em baixas e médias rotações, na estrada sentimos falta de alguns cavalinhos a mais de potência. Ainda assim, é fácil manter velocidades logo acima dos 100 km/h e, na ocasião do teste, tivemos top speed logo acima dos 125 km/h. O consumo nós não pudemos medir, infelizmente.
Outro quesito em que a FZ 15 ganho nota positiva foi a frenagem. O sistema de freios tem um grande disco de 282 mm na frente (onde há ABS) e traseiro de 220 mm. Responde muito bem a qualquer movimento no manete e para a moto com segurança, como tem que ser.
Preços e versões da nova Fazer 150
É importante ressaltar que a vinda da FZ 15 não aposenta a antiga YS 150 Fazer. Os modelos modelos ficarão nas lojas, assim como as Factor 150 e Factor 125i. A ideia da Yamaha é ofercer uma grande escada com pequenos degraus dentro da sua família de motos street, atendendo diferentes públicos, interesses e orçamentos.
Assim, a FZ 15 está disponível em versão única, nas cores Midnight Black (preto metálico), Racing Blue (azul metálico) e Magma Red (vermelho metálico). O preço sugerido é de R$ 16.990 (R$ 17.555 para o estado de São Paulo), já o valor da FIPE, que considera os preços praticados pelo mercado é um pouco maior: R$ 19.196.
O modelo conta com garantia de 3 anos e Revisão Preço Fixo, onde os valores dos serviços periódicos são os mesmos em todo o país. Assim, pode ser comprada com 30% de entrada mais 36x de R$ 547 pelo banco Yamaha. No consórcio da marca, sai por 72x de R$ 356, numa carta de crédito de R$ 18.983.
Vale a pena comprar a nova FZ 15?
A FZ 15 tem uma proposta interessante e um produto bem acabado. Para colocar ainda mais dúvidas na cabeça de possíveis compradores, tem preço bem próximo ao das principais concorrentes. Aliás, o segmento tem várias opções – e a Titan é a principal delas.
Com preço FIPE de R$ 18.868 (sugerido: R$ 15.060), nas lojas a CG 160 Titan custa ‘apenas’ R$ 330 a menos que a FZ 15 e tem um conjunto bem mais simples. Não possui ABS (sequer freio a disco atrás, aliás), painel com indicador de marchas, luzes em LED, suspensão monoamortecida e pneus sem câmara. Porém, conta com a maior rede de concessionárias do país.
Outra opção é a interessante Haojue DR 160. Custando R$ 20.187 nas lojas (sugerido: R$ 18.996) ela tem exclusividades como suspensão dianteira invertida e ainda conta com banco bipartido e spoiler no motor, tudo para refoçar a esportividade. Conta com farol em LED, painel completo e motor de 162 cc que entrega 15 cv e 1,43 kgf.m de torque.
Quer mais? A Dafra aposta na Apache RTR 200. Por ‘apenas’ R$ 17.393 (sugerido: R$ 16.990) a street entrega motor com 21 cv de potência e suspensão dianteira SHOWA. Também conta com injeção eletrônica Bosch, carregador USB, farol em LED e embreagem deslizante, que evita o travamento da roda traseira em reduções bruscas. Os freios são combinados, CBS.
Yamaha, Titan, DR 160, Apache… Então, vale a pena comprar a FZ 15? O modelo é uma boa opção para quem busca uma moto de baixa cilindrada e bom nível de equipamentos, ainda contando com a segunda maior rede de assistência técnica do país. Isto porque o modelo une uma série de recursos interessantes à mecânica já consagrada das pequenas Yamaha.