E aí, bora continuar aprendendo como fazer curva de scooter e outros tipos de motos? Dica muito útil a todos os motociclistas, em especial aos que têm scooter, esta é a terceira publicação da série 5 Segredos das Curvas. Assim, o terceiro segredo aborda os dois limites de inclinação, os quais o piloto deve conhecer e confiar.
- 5 segredos das curvas pt.1: as três partes da curva
- 5 segredos das curvas pt.2: olhar que atrai ou distrai
- Moto parada na quarentena? Veja dicas de manutenção para evitar surpresas
Na série explicamos detalhadamente a melhor forma de fazer curvas em uma pilotagem defensiva. Então, para recordar, no primeiro tópico falamos sobre as três partes da curva e, no segundo, relembramos a importância de olhar para o ponto correto enquanto se pilota, no olhar que atrai ou distrai?
Hora de fazer curva de scooter ou motocicleta. Qual é o limite da inclinação?
Antes de começarmos a falar sobre a inclinação em si precisamos nos ater para alguns aspectos externos. Eles podem prejudicar a segurança na pilotagem urbana e estradeira, seja com uma motocicleta ou com sua scooter:
– Curvas mal projetadas: como as curvas em superelevação negativa – que jogam a moto para fora da curva exigindo do piloto maior inclinação para superar a força centrífuga;
– Buracos e outras imperfeições de solo: encostar algo fixo da moto (pedaleiras, por exemplo) em uma vala ou buraco pode causar um travamento e consequente queda;
– Tipo de solo– nível de aderência: saber diferenciar solo asfáltico de solo terroso ampliará a capacidade do piloto em aplicar técnicas apropriadas a cada tipo de chão;
– Pouca visibilidade da trajetória da curva: pilotagem em condições adversas de tempo (meteorologia), noturna e falta de iluminação artificial nas vias;
– Pneus em más condições e mal calibrados: o pneu é um dos itens principais para a segurança em uma trajetória sinuosa.
Pronto? Então vamos nessa!
Afinal, quais são os dois limites de inclinação?
1: Limite de segurança
2: Limite físico
O limite de segurança (fator piloto)
Sentir um frio na barriga ao avistar uma curva é algo que acontece com praticamente todos os motociclistas, então saiba que você não está sozinho. Ainda mais importante, lembre-se de que motos foram feitas para contornar curvas.
Uma das provas disso está nos pneus. Por incrível que possa parecer, as laterais do pneu (que vamos chamar “borda de ataque” ou “ombro dos pneus”) são as que possuem maior área de contato da borracha com o solo.
Desse modo, como diria o amigo e instrutor de pilotagem Tite Simões “o maior perigo está nas retas, onde o contato do pneu ao solo é menor. Já nas laterais, o contato ao solo é maior e, portanto, gera mais aderência”. Portanto, é isso mesmo.
Geralmente, a borracha na borda de ataque é macia o suficiente para dar “deformações” que ajudam a ampliar o limite de inclinação, fazendo até mesmo chegar a encostar partes fixas da moto nas curvas. O maior perigo, portanto, não está no limite de segurança, mas sim no limite físico. Entenda:
Limite físico (fator mecânico)
Aqui, entendemos por físico tudo o que está ‘preso’ (fixo) à moto. Escapamento, carenagens, slider e, principalmente, as pedaleiras. Assim, aqui está uma das principais diferenças na hora de fazer curva de scooter ou com outro tipo de motocicleta, já que as scooter têm mais itens próximos ao solo do que, por exemplo, as street (como a CG 160) ou as trail (como a Crosser 150).
O perigo aqui é o contato dessas partes fixas com o solo. Caso isso aconteça de forma abrupta a queda pode ser inevitável. Por isso, conhecer esses limites é um tema muito importante ministrado em cursos de pilotagem defensiva.
Geralmente, o primeiro item a encontrar o solo quando se inclina a moto são as pedaleiras – que podem até ser retrateis, diminuindo as chances de causar uma queda. Contudo, irá variar de um modelo de moto ou scooter para outro. Pode ser o cavalete central ou o pezinho lateral, por exemplo.
De scooter ou moto, é conhecer para confiar
Neste quesito as scooter requerem um cuidado especial. É comum que elas tenham carenagens longas ou escapamentos baixos que podem tocar o solo ‘facilmente’, além, claro, dos cavaletes e pezinhos. Assim, é fundamental que o piloto conheça os limites e características da própria motocicleta.
Desse modo, algumas motos (como as trail) possuem limites físicos maiores, enquanto outras (como as custom) são mais limitadas neste quesito. Neste aspecto, as scooter estão mais próximas do segundo time do que do primeiro, então tenha cautela.
Aproveitando, preciso fazer uma ressalva aqui. Não estou incentivando você a fazer curvas em inclinação máxima, raspando o cotovelo (ou a pedaleira) como se estivesse em uma prova da MotoGP. Apenas estou buscando lhe dar mais segurança ao mostrar que as motos foram sim projetadas para fazer curvas.
E, ainda, é importante lembrar que muitos acidentes ocorrem por falta de conhecimento ou por medos em determinadas situações. Então, fique tranquilo e busque perder o medo de inclinar aos poucos.
Próximo episódio: a dança
E aí, curtindo a nossa série? Estamos sendo detalhistas em cada um dos aspectos, em cada um dos 5 segredos das curvas. No próximo episódio iremos dar continuidade ao tema ângulos de curvas ao falar sobre o movimento do corpo. É hora de chamar sua moto, seja uma scooter ou não, para bailar!
Até a próxima semana 😉