Que tal um teste completo do Honda ADV 2022? O pequeno scooter adventure se apresenta como um opção ‘para ir além do asfalto’ e caiu no gosto do brasileiro, somando mais de 11 mil emplacamentos em 2021 e mais de 6,5 mil apenas nos primeiros meses do calendário atual. Mas será que vale a compra? Acompanhe como esse pequeno aventureiro se saiu nos mais diferentes tipos de terrenos.
Teste Honda ADV 150
O Honda ADV ganhou recentemente uma atualização na Asia, com upgrade de mecânico e visual, que ainda não chegou ao Brasil. Com isso, resolvemos conferir se o scooter de 150 cc com motorização herdada do PCX segue dando conta do recado por aqui.
O modelo é movido por um motor monocilíndrico OHC com arrefecimento líquido, de 149,3 cm³. Entrega potência máxima de 13,2 cv a 8.500 rpm e 1,38 kgf.m de torque máximo a 6.500 rpm. O câmbio é automático do tipo CVT (V-Matic).
Esse scooter com feições aventureiras apresenta logo de cara controles de manetes fáceis de alcançar. No lado direito temos o controle do Idling Stop, o pisca alerta e o botão de partida. Manete do freio dianteiro também está lá.
Do esquerdo, há comutador de farol baixo e alto, a buzina que está no meio e invertida – o que dificulta um pouco seu acionamento pela posição e direção. Logo abaixo temos o controle das setas. Mas sentimos a falta de um lampejador…
Acionar os controles do ADV é fácil. O compartimento embaixo do banco e o do tanque de combustível de 8 litros é acionado no mesmo botão. Em caso de problema de bateria ou de pane elétrica, a abertura pode ser feita com uma chave de modo manual. Para evitar ficar na mão, não se esqueça de desligar o sensor de presença.
Aliás, o espaço embaixo do banco é generoso, cabe um capacete fechado e um conjunto de capa de chuva sem problema. O porta luvas na carenagem tem tamanho razoável e uma tomada 12V tipo acendedor de cigarros.
Como é andar com o ADV 150 na cidade
Sem mais delongas, levamos o Honda ADV 150 para rodar. Ainda se deslocando pela cidade pudemos notar que o modelo se comporta bem nesse espaço. Tem uma boa saída sem trancos, sai suave e sua aceleração é contínua, pilotá-lo é fácil.
A sua altura do solo (165 mm) e amortecedores com maior curso (120 mm) o deixam mais confortável que um ‘scooter urbano padrão’, mas não tanto quanto uma motocicleta street – como uma CG 160. Andar com o ADV no trânsito é natural e leve, o modelo desvia com facilidade dos obstáculos e tem agilidade de sobra para corredores.
Na suspensão, um de seus destaques, o pequeno tem garfo telescópico na frente e dois amortecedores com Twin Subtank Showa na traseira. Mas devido às pequenas rodas de aro 14 na frente e 13 atrás, os impactos para o corpo (entenda coluna) ainda chegam no piloto.
O Idling Stop é bem prático para um trânsito mais carregado ou no ‘anda e para’ dos semáforos. Esse sistema promete economia de combustível – desliga o motor quando o scooter está parado e liga automaticamente ao acelerar. Falando nisso, registramos 38,50 km por litro de consumo na cidade.
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Na estrada com o scooter Honda
Devido às mudanças na caixa de ar e um pouco na posição do escapamento, o ADV sobe a rotação do motor um pouco mais rápido que no ‘irmão’ PCX. O modelo logo chega aos 90 km/h, já acima de sua velocidade de cruzeiro. No teste, a velocida máxima que o Honda ADV atingiu foi de 108 km/h (no painel)… Como um bom scooter urbano, não foi feito para correr!
Aliás, o modelo vem de projetos mundiais da Honda, com isso não conta com tecnologias dedicadas especialmente ao mercado brasileiro. Ou seja, o ADV não é bicombustível. Com isso, não pudemos testar qual seria o desempenho da 150 com etanol na estrada. Na gasolina registramos 33 km por litro.
Graças ao desenho do banco em dois níveis e acolchoado, suspensões e posição dedicada para os pés, o modelo é confortável na estrada. Além disso, as pedaleiras são tipo plataforma, oferecendo duas posições para os pés – um pouco mais reto e outra mais avançada. Na estrada isso ajuda bastante a aliviar o cansaço. Além disso, o 150 cc tem bolha de proteção na dianteira com duas posições de altura, de fácil regulagem, sem necessitar de ferramentas para ajustes.
Dá para andar com o Honda ADV no off-road?
Este é o ponto central do teste: o scooter Honda ADV é off road? Até onde ele vai quando o asfalto termina? Esta é uma pergunta que levantou curiosidade desde seu lançamento, afinal ele tem estilo inspirado no irmão maior, X-ADV, com vocação aventureira reconhecida em todo o mundo.
Vamos lá. Apesar da ‘cara de modelo grande’, ele é pequeno, ágil e leve. Como está sempre ‘à mão’, é possível rodar em solo arenoso, cascalhos, pedras, subidas, descidas e até um pouco de lama. Mas sem exageros.
Além da ciclística, a experiência de andar na terra com o ADV é beneficiada pela posição de pilotagem, com guidão ‘de moto’e bom espaço para os pés na plataforma. Numa situação emergencial, é possível até andar de pé – ainda que um tanto desengonçado.
Os pneus de uso misto (110/80 frente e 130/70 atrás) também ajudam, aderindo bem aos terrenos com menor grip. O freio traseiro passa segurança no off-road pois não tem ABS – na dianteira tem o sistema, garantindo segurança no asfalto.
Aproveitando, o scooter consegue andar na lama ou água? Pode até ir, no entanto, tem limitações extra por se tratar de um scooter, como o escapamento e filtro de ar localizados em posições baixas. Além disso, os para-lamas ficam bem junto aos pneus também.
Teste: consumo do Honda ADV 2022
Se na buraqueira da cidade ele surpreendeu e no off road atendeu às expectativas, no quesito consumo o ADV 150 ficou um pouco aquém do que esperávemos. Os dados oficiais, fornecidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), são de 50,9 km/litro na cidade e 34,2 km por litro na estrada, mas houve divergências.
No computador de bordo, chegamos aos 47,6 km/litro na cidade, mas ao conferir na bomba o número despencou para 38,5 km por litro na cidade. Já na estrada, o ADV 150 fez 32 km por litro, em média. Nas estradas de chão o total ficou perto, 31 km por litro. Não é uma catástrofe, mas esperávamos mais.
Veredito: vale a pena comprar o Honda ADV 150?
Os brasileiros adoram veículos com ‘visual aventureiro’, basta ver o sucesso que carros urbanos com com grandes molduras plásticas nos paralamas fazem por aqui há mais de 20 anos. Então era de se esperar que as motos pudessem seguir o mesmo caminho – e o ADV provou que os scooter também.
Graças a maior altura do solo, pneus de uso misto, posição de pilotagem e suspensões (mais longas e progressivas), o pequeno ADV consegue encarar algumas estradas de interior numa boa. E também acelera em rodovias, mas a baixa velocidade final deixa claro que sua praia é a cidade – onde o conforto extra mostra maior resultado, inclusive.
Então o scooter aventureiro da Honda é uma boa compra? Se você busca um veículo urbano, com a possibildiade de usá-lo eventualmente em outros lugares e que se diferencia da multidão, sim. Ele agrada pela experiência e visual, que chama a atenção em meio aos demais scooter e ganha muitos pontos pelo excelente acabamento. Só esteja preparado a pagar um pouco mais por esta exclusividade.
O ADV 150 2020 tem preço sugerido de R$ 20.120, contra R$ 16.740 da versão topo de linha do PCX, por exemplo. Entretanto, segundo a FIPE os preços praticados pelas lojas são um pouco mais salgados: R$ 24.092 e R$ 20.377. Se a proposta lhe agrade escolha entre o Vermelho e o Branco Perolizado e boa compra.