Você já deve ter ouvido falar de mais uma engenhosa alternativa para reduzir as chances de ter sua moto levada por bandidos. Sim, estamos aqui para falar da “vacina”, que promete reduzir as chances de roubo de moto. Essa tendência nada mais é que a marcação de peças a fim de inibir a possível revenda em caso de qualquer sinistro. Será que funciona?
“Vacina” contra roubo de moto
A chamada “vacina antifurto” pretende deixar as motos menos atraentes para os criminosos. Isso porque a novidade consiste em marcar todas as peças com o número de chassi ou placa da motocicleta. Aliás, o serviço também pode ser feito em carros e caminhões.
No mercado, a tal vacina custa entre R$ 150 e R$ 220 para motos. As empresas que realizam a marcação ainda colocam adesivos refletivos nas peças vacinadas (marcadas). Segundo os clientes e responsáveis pelo trabalho, é uma alternativa para fugir da insegurança.
De fato, nem toda peça de um veículo – carro ou moto – vem de fábrica com identificação. Algumas, quando retiradas do conjunto, não possuem códigos ou números identificadores. Desta forma, podem ser comercializadas clandestinamente com maior facilidade.
Segundo Edgar Francisco da Silva, presidente da Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil (AMABR), a “vacina antifurto” é de extrema importância para quem trabalha com moto na região metropolitana de São Paulo.
Fato corroborado com a informação da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Nos primeiros quatro meses deste ano, o número de roubos e furtos de motos aumentou 27,6% em comparação ao mesmo período de 2022.
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Marcar peças funciona?
A “vacina antifurto” não é ilegal perante a lei. No entanto, a novidade não é garantia de fim dos furtos e roubos. Como destacado por envolvidos na novidade, alguns desmanches “raspam, lixam e repintam a peça” para esconder a numeração – mesmo que a gravação seja profunda.
Outro porém é que a marcação não faz parte de um sistema de rastreio ou governamental. Partes específicas como o chassi, cambio e motor são individualizadas e registradas no Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Ou seja, além de numeradas, são rastreáveis em sistemas públicos de informação. A vacina não!
Ou seja, circular com uma moto com diferentes “números vacinados” pode não configurar um ilícito da mesma forma que números de chassi e motor em desconformidade. Outra questão pendente é uma moto “vacinada”, em teoria, não pode mais servir como doadora de peças.
Em resumo, uma moto marcada não pode servir mais nem para o mercado legalizado de revenda de peças. Por fim, peças com arranhões, mesmo que por conta de quedas, podem levantar suspeitas de “vacina” raspada. Ou seja, uma moto marcada teria que ter todos os números de forma clara. Do contrário perde a função o trabalho.
Enfim, a “vacina antifurto” ainda levanta muitas dúvidas quanto a sua eficiência. No entanto, já movimenta um mercado de clientes e prestadores de serviço. O que se sabe é que até os dias atuais nem mesmo sistemas integrados como Renavam tem inibido a audácia de assaltantes e na última ponta o principal: os Compradores/Receptadores!