Exatos 6.755 dias depois da vitória de Alex Barros na MotoGP em Portugal, o Brasil voltou ao ponto mais alto do pódio no Mundial de Mototovelocidade. A conquista foi obtida por Diogo Moreira, primeiro colocado na passagem da Moto3 pela Indonésia, em prova disputada neste final de semana. Se você não lembra dos nomes ou rostos envolvidos nessa história, nós iremos apresentar. Orgulhosamente.
Diogo Moreira no topo da Moto3
A vitória de Moreira foi emocionante. O piloto de 19 anos largou da pole e fez grande prova desde o início, brigando pelas posições iniciais no frenético revezamento pela ponta que só a categoria Moto3 proporciona. Depois de dez voltas, o susto.
Apenas em sua segunda temporada, Diogo Moreira e equipe MSI celebram sua primeira vitória no Mundial de Motovelocidade
Diogo era líder quando foi atrapalhado por Daniel Holgado, que iria cumprir uma volta longa como penalização, e caiu para sétimo lugar. No fim do pelotão, uma vitória para Moreira parecia impossível, mas o paulista extraiu o máximo de sua KTM, fez uma sequência de escolhas certas e retomou a liderança apenas 5 voltas depois.
Numa intensa batalha entre os ponteiros, cruzou a linha de chegada a apenas 0,1 segundo de distância do colombiano David Alonso. E, na transmissão, aos gritos de ‘vai dar Brasil!’. O terceiro lugar ficou com David Muñoz. Líder do campeonato, Jaume Masia foi sexto.
Você pode assistir a corrida completa no serviço de streaming Star+.
Quem é Diogo Moreira
Diogo representa o Brasil na categoria de entrada do Mundial, a Moto3, onde aceleram monocilíndricas de 250 cc que podem passar dos 250 km/h. Ele nasceu em Guarulhos (SP), em 23 de abril de 2004.
Diogo Moreira foi eleito o novato do ano em 2022. Em 2023, já está garantido para a próxima categoria, a Moto2
Filho de piloto de motocross, o garoto começou a correr com apenas 5 anos, quando faturou o terceiro lugar no Amador de Motocross. Dois anos depois veio o primeiro título (50cc na Copa São Paulo de Motocross) e um P7 no Arenacross Brasil. Com a visibilidade, recebeu proposta para representar um time oficial, da Kawasaki.
Nos anos seguintes vieram ótimos resultados e até títulos em competições como Copa Interestadual de Motocross, Arenacross (Mini 50 e Mini 65), Brasileiro e Copa Minas. Também correu no exterior, com vitória na Summer Series Hangtown (Sacramento, EUA) e P9 no Mammoth Montain Motocross (Mammoth Lakes, EUA). Em 2015, Diogo conhece Alex Barros que o convida a trocar os saltos na terra pelos autódromos.
Diogo Moreira é o campeão da 50cc
Ascensão na motovelocidade
Logo no ano de estreia pela equipe de Barros, Diogo foi P4 na categoria 250cc do Brasileiro de Motovelocidade. Aos 10 anos de idade. No calendário seguinte, mais ótimos resultados no SuperBike Brasil. Diante deles, Alex intermediou um contrato com a equipe espanhola Estrella Galicia 0,0 Monlau Competición.
Diogo estreou na Espanha com pódio, correndo na categoria GP85. Em seu primeiro ano fora do Brasil, fechou a temporada 2017 em P4 e com renovação garantida para 2018. Naquele ano o garoto seria vice-campeão nacional de Moto4. Depois, passou por European Talent Cup e Red Bull Rookies Cup, onde obteve o sexto lugar e quatro pódios em 2021. De lá, o próximo passa foi a Moto3, entrando de vez para o Campeonato Mundial de Motovelocidade.
Diogo Moreira a caminho da MotoGP
O primeiro passo na Moto3 foi com a equipe MT Helmets – MSI, que também fazia sua estreia. Após uma campanha marcada por inúmeras disputas pelo pódio e um P8 na classificação final, recebeu o troféu de piloto revelação, o Rookie of the Yar.
Entrou em 2023 como um dos favoritos ao título, mesmo competindo numa das mais jovens equipes. Conquistou pódios, poles e sua primeira vitória. É sétimo no Mundial, com 128 pontos. Agora, já está confirmado para Moto2 em 2024, onde irá competir pela equipe italiana Italtrans e ao lado do também italiano Dennis Foggia. O time foi campeão em 2020, com Enea Bastianini, agora piloto oficial Ducati na MotoGP.
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Alex Barros, o Brasil na MotoGP
Não podemos conclui o assunto sem citar Alex Barros. Fundamental no desenvolvimento de Moreira, é a grande referência brasileira quando falamos em MotoGP. Aliás, o único brasileiro que já chegou a classe principal.
Foram 20 temporadas no Mundial (16 na classe principal), que totalizaram sete vitórias, 32 pódios, 276 corridas, 14 voltas rápidas e 2.123 pontos. Os melhores resultados de Barros na categoria principal (500cc até 2001 e MotoGP a partir de 2002) vieram nas temporadas de 1996, 2000, 2001 e 2002, quando o brasileiro encerrou os calendários na quarta colocação.
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