A Yamaha XJ 6 foi uma motocicleta naked de quatro cilindros, porta de entrada no mundo das 600 cc no universo da marca. Lançada em 2009, foi um dos modelos mais emblemáticos de sua época e disputou mercado com a famosa Honda CB 600F Hornet, numa briga que move com muitos fãs até hoje. Já seu fim foi bem menos emblemático. Bora relembrar a história da XJ?
Yamaha XJ 6 – como era a rival frente a Hornet?
A Honda CB 600F Hornet foi lançada no país em 2004, sendo reestilizada em 2008. Um ano depois, em 2009, chegava ao mercado nacional a Yamaha XJ 6. Mas apesar de ambos os modelos serem equipados com motores de quatro cilindros em linha, tinham diferenças gritantes, o que não as impediu de disputarem a preferência do consumidor.
A Hornet era derivada da CBR 600, oferecia 102 cv de potência máxima a 12.000 rpm e atingia mais de 200 km/h de velocidade com facilidade. Já a XJ6 tinha base na interessante FZ6, mas com conjunto amansado. Assim, rendia ‘apenas’ 77,5 cv de potência máxima a 10.000 rpm.
O modelo da Yamaha entregava torque máximo de 6,1 kgf.m aos 8.000 rpm – na Hornet eram 6,53 kgfm a 10.000 rpm. Em resumo, a XJ6 oferece um comportamento mais calmo e econômico, mas com um som delicioso. Já a Honda focava na força bruta.
A ciclística dos modelos também tinha suas características próprias. A Hornet apresentava pneus largos, com a roda de aro 17 calçando um composto de 180/55-ZR. Já a XJ6 tinha um pneu de 160/60-ZR. Na dianteira, as coisas ficavam iguais, com as rodas 17 vestindo 120/70 ZR.
No restante, a Yamaha XJ 6 oferecia um visual esportivo e encorpado. O tanque era volumoso, largo e com capacidade para 17,3 litros. O farol tinha formato de diamante e o guidão de tipo tubular chegava cromado. Um design que agradou muitos e inspirou outros modelos da marca, como a primeira reestilização da Fazer 250.
Preço de XJ 6 e Hornet
Se a Yamaha XJ6 tinha configuração mais tímida que a Hornet, quando o assunto era preço, o jogo começava a virar. Voltando no tempo, em 2010 modelo da Honda com ABS (sim, tinha versão sem!) custava cerca de R$ 8 mil a mais que a rival. Ou seja, quase 16 salários mínimos (na época, R$ 510) de diferença.
Com isso, na hora de fechar negócio na concessionária a Hornet partia dos R$ 36.680, equanto a XJ6 surgia mais convidativa, por ‘apenas’ R$ 28.500. Então vinha a pergunta: se o que eu quero é curtir o som dos quatro cilindros, preciso pagar tanto a mais ou a XJ já dá conta do recado?
Veja também:
- Esqueça o antigo: nova Hornet 2023 tem ronco totalmente diferente; ouça!
- Nova Hornet 2022: Honda divulga mais imagens
- Site japonês faz projeções sobre a nova Honda Hornet
Em 2013, a Yamaha XJ 6 recebeu novidades, mecânicas e visuais. A moto ganhou aletas laterais maiores, piscas de cor transparente, duas alças de liga leve para o garupa e o painel display digital em LED. Era sua última atualização.
O motor recebeu cabeçote retrabalhado, virabrequim reforçado e dutos de admissão modificados. Assim o propulsor operava de forma mais mansa e teve reduzido os seus níveis de emissões. Um ano depois a rival Hornet foi aposentada…
O fim da XJ 6
Os tempos mudaram rapidamente. No lugar das bestiais quatro cilindros, as marcas investiram em motos mais confortáveis, econômicas e previsíveis. Foi assim que a Honda apostou na CB 650F para substituir a lendária Hornet.
Já a Yamaha foi ainda mais ousada. Trocou a tetracilíndrica XJ 6 pela MT 07, com seu motor de dois cilindros em linha… e sabe como o mercado reagiu? Ele adorou!
Se a movimentação desagradou alguns, os números de venda mostraram que a Yamaha acertou na estratégia. No período em que XJ e MT estavam nas lojas, a Master of Torque atropelou a tetracilíndrica. Em 2017, a MT vendeu quase o dobro da XJ: 1.406 registros ante 868. Em 2018, outra lavada acima dos 50% de diferença: 1.507 emplacamentos contra ‘apenas’ 1.064. No ano seguinte, a Yamaha retirou a veterana das lojas.
Era o fim da XJ.