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O filme Top Gun se tornou um dos mais icônicos de Hollywood, especialmente quando lembramos a união de motos e cinema. No entanto, uma das cenas mais famosas do longa poderia ter sido completamente diferente… se a Honda não tivesse encrencado em razão de um capacete. Conheça essa história.

Honda fora de filme por falta de capacete

A cena em que Pete ‘Maverick’ Mitchell (Tom Cruise) corre com sua moto contra um caça é memorável. Ao som de Danger Zone, de Kenny Loggins, o ator acelera uma (então nova e incrível) Kawasaki GPZ900R. No entanto, a ideia inicial era de que ele estivesse com uma Honda.

Aparentemente, a Honda recusou a aparição no icônico filme. E o motivo tem a ver com a obsessão que a marca tinha por segurança nos EUA naquela época. Os representantes da Honda falaram sobre a história durante a recente inauguração do American Honda Collection Hall.

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O evento teve a presença de Noriya Kaihara, presidente e CEO e diretor da American Honda Motor Co., Inc., e diretor de operações regionais (América do Norte). Segundo a história, foi inicialmente solicitado à Honda que fornecesse a motocicleta para Tom Cruise andar em Top Gun.

Kawasaki GPZ900R

Kawasaki GPZ900R foi imortalizada nas imagens do filme

E, claro, o filme seria uma excelente chance de exposição para um modelo da marca. No entanto, tudo deu para trás quando foi revelado que Cruise não usaria capacete na cena do herói. Na época, a Califórnia – cenário do filme – não obrigava o uso de capacete para andar de moto.

Isso significa que a cena rodada foi perfeitamente legal. Entretanto, não foi considerada uma boa opção para a fabricante, que apostava na segurança como uma marca registrada de seus produtos nos EUA. Com a negativa, a rival Kawasaki aproveitou a oportunidade e tomou o papel com a sua GPZ900R.

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“A marca das pessoas mais legais”

Para entender o posicionamento da Honda é preciso voltar ao passado. Mais precisamente quando a marca chegou nos Estados Unidos. Na década de 60, a marca desembarcou no país, a terra das grandes custom, com a pequena Cub 50.

Junto de um produto inédito, a marca optou por uma abordagem nova. Primeiro, a Honda criou uma imagem de ‘a marca de pessoas legais’, também ligada à responsabilidade – ante ao esteriótipo de bad boy das grandes custom. Foi então lançado o slogam “You Meet the Nicest People on a Honda”, Você conhece as pessoas mais legais em uma Honda.

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Como resultado, a marca atraiu um novo público, jovens e até donas de casa, algo inusitado para a época. Era uma abordagem contrária às tradicionais como Harley, frequentemente ligadas aos “descolados” e “fora da lei”. Assim, fornecer suas motos para um ousado piloto de aviões caça que não usa capacete era algo contrário ao posicionamento da marca na época.

Fernando Santos
Jornalista amante do mundo da moto, vivendo destinos e sons. Ávido por novidades e crescido com o cheiro de motor dois tempos. [email protected]