No último fim de semana, a MotoGP desembarcou pela primeira vez na história em solo indiano. O circuito de Buddh recebeu o Mundial de Velocidade numa etapa que prometia devolver a Índia ao cenário do protagonismo mundial – uma vez que, com a saída da Fórmula 1, em 2013, o autódromo ficou praticamente abandonado por 10 anos. Mas nem tudo saiu como o esperado.
MotoGP da Índia e seus desafios
No entanto, toda a expectativa de ser um evento histórico acabou ofuscada por diversos problemas da organização do evento. A princípio, os episódios iniciaram cerca de uma semana antes da corrida. Isso porque o vírus conhecido como Nipah se espalhou pelo país, gerando preocupações da Organização Mundial da Saúde.
No entanto, o vírus não foi capaz de impedir a corrida, mas a desorganização do evento tratou de colocar mais alguns empecilhos. Às vésperas da corrida, diversos jornalistas e membros de equipes não conseguiram vistos para viajar. O problema afetou desde mecânicos até estrelas, com o espanhol Marc Márquez. Embora no final tudo tenha se resolvido, esses atrasos prejudicaram as equipes nos treinos e planejamentos para a corrida.
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Circuito homologado às pressas no MotoGP da Índia
Como se não bastasse tudo isso, a última dúvida que surgia no MotoGP da Índia seria sobre a homologação do circuito de Buddh. Por incrível que pareça, a corrida já estava agendada sem ao menos a pista receber o aval da Federação Internacional de Motociclismo. Basicamente, a FIM checa as condições de asfalto, estruturas, barreiras de proteção, dispositivos de emergência e tudo que envolve a segurança do espetáculo de motovelocidade.
Mesmo que o circuito já tenha recebido provas de Fórmula 1 no passado, uma corrida de MotoGP tem outras exigências de estrutura e até desenho de pista. Novamente, tudo ocorreu como o planejado – a pista recebeu a homologação em cima da hora.
MotoGP da Índia terá uma segunda vez?
Após o caos que antecedeu o MotoGP da Índia, a dúvida que fica é sobre as condições da categoria rainha retornar em 2024, visto que os organizadores tiveram dificuldades em promover a segurança e logística do evento. No entanto, ao que parece, a ideia da Dorna é usar essa primeira experiência como aprendizado para uma segunda tentativa na próxima temporada.
Isso porque, com esse projeto de expansão do Campeonato pelo mundo, a empresa acredita que a Índia é um local propício para uma popularização da MotoGP. Não só por ser um país populoso, mas também por ser um dos maiores consumidores de motocicletas do mundo, principalmente nas faixas de baixa e média cilindradas.
Sendo assim, o primeiro MotoGP da Índia não deixa saudades, mas muitos problemas a serem corrigidos em uma segunda ocasião. Pelo menos, a corrida serviu para apimentar a briga pelo campeonato após a queda do líder Francesco Bagnaia, que viu Jorge Martin vencer a prova e ficar a apenas 13 pontos de diferença na tabela de pontuação. A próxima prova acontece neste fim de semana, 29 de setembro a 1º de outubro, com o GP do Japão, em Motegi.