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O Brasil caminha a passos tímidos rumo ao aumento de motos elétricas nas ruas por diversos motivos. A pouca autonomia para as mais acessíveis (que poderiam substituir as de baixa cilindrada), a falta de estrutura para recarregar os veículos rapidamente, a demora no carregamento, escassez de manutenção especializada e valor elevado para motos importadas com autonomias maiores são fatores que mostram que o Brasil ainda precisa se adequar melhor. No entanto, mesmo com esses pontos jogando “contra”, o setor cresce de forma consistente.

Atualmente, o mercado brasileiro possui poucos modelos de motos elétricas – e todos os que citamos abaixo exigem carteira nacional de habilitação categoria A, emplacamento e toda a documentação, tal qual uma moto a gasolina. A diferença está no IPVA que, dependendo da região, pode ter isenção ou algum tipo de benefício para veículos elétricos.

motos elétricas no brasil - voltz evs

As motos elétricas ainda estão se popularizando no Brasil – algo que conta até com parcerias entre montadoras e empresas de delivery. Atualmente, a Voltz EVS é uma das mais vendidas

 

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Confira abaixo o Top 10 das motos elétricas no Brasil:

As motos elétricas mais vendidas do Brasil são as Voltz, marca nacional que importa componentes da China e tem investido na sua própria estrutura por aqui. Mas há várias outras opções nas lojas. Por isso citamos algumas das melhores, considerando presença no mercado, especificações técnicas e relação custo e benefício.

melhores motos elétricas do brasil em 2022

1 – Voltz EVS – R$ 19.990
2 – Super Soco TC Max – R$ 45.990
3 – GWS K14RS – R$ 133.000
4 – GWS K8000R – R$ 49.240
5 – Voltz EV1 Sport – R$ 14.990
6 – Shineray SE 1 Lítio – R$ 13.990
7 – Shineray SE 1 Chumbo – R$ 10.990
8 – Shineray SE 2 – R$ 13.990
9 – Super Soco CUX – R$ 24.990
10 – GWS K4000RP – R$ 17.490

O aumento nos preços dos combustíveis e dos veículos a combustão tem feito mais pessoas optarem por modelos elétricos de duas rodas. Os dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) mostraram que o emplacamento de motos elétricas entre janeiro e outubro cresceu mais de 800% na comparação com o mesmo período de 2021.

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Como fica o segmento de motos de alta cilindradas?

Para entender como os amantes por grandes motores a combustão pensam, tivemos a oportunidade conversar com Alex Aguiar. Motociclista há mais de 30 anos, é proprietário de uma Harley-Davidson Ultra Glide (com motor de 103 polegadas cúbicas, equivalentes a 1.690 cilindradas), diretor de um dos maiores grupos de proprietários de Harley no Brasil, a Confraria Harleyros do Pará.

Alex Aguiar – Diretor Confraria Harleyros do Pará e apaixonado por motos grandes

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Você está disposto a fazer essa migração e por que?
Não, eu como motociclista apaixonado, acredito que o motor tem que ser aquecido, o ronco ouvido e as emoções vividas. Ser um Harleyro é um ideologismo, o amante do motociclismo termina sendo totalmente rendido por esse estilo de viver, andar e estar com irmãos na estrada da vida.

Como você olha esse novo mercado?
Acredito que seja o futuro para quem usa motos como meio de transporte, para trabalho no dia a dia, porém para quem abraça o mundo do motociclismo, tem como hobby, gosta de viajar e estar com pessoas que compartilham do mesmo pensamento, falar de mecânica, customização, é colocar um pouco da sua personalidade na moto, faz parte dos assuntos entre motociclistas. Não é atoa que temos milhares de empresas que fabricam acessórios e peças para esses amantes dos motores a combustão, gerando emprego e renda, com isso não acredito que acabe facilmente, falo em relação ao Brasil, que ainda engatinha com poucas opções no segmento elétrico.

 

A gigante Harley-Harley Davidson no segmento das elétricas

A Harley-Davidson é uma das fabricantes de motos que mais tem investido nas motos elétricas. Apresentou sua primeira eletrificada em 2019 e em 2021 criou uma subdivisão apenas para elétricas, a LiveWire. Hoje já tem dois modelos prontos, One e DelMar S2.

livewire one, uma das principais motos elétricas do mundo

LiveWire One, a primeira moto elétrica da Harley-Davidson

A LiveWire One é o primeiro modelo lançado da gigante americana, sendo possível viajar cerca de 234 km dentro da cidade com uma única carga, porém esse número é menor para viagens em rodovias devido a velocidade maior. Para carregar a One, é necessário 60 minutos para a bateria ir de 0 a 100 por cento, ou 45 minutos para uma carga de 80%.

A nova motocicleta elétrica da Harley-Davidson esgotou em 18 minutos após o lançamento

Já a Del Mar é a moto de entrada no segmento e foi lançada em 2022, numa versão especial limitada a 100 unidades e que será entregue no primeiro semestre de 2023 nos Estados Unidos. Ela tem 81 cv de potência e 60,83 kgfm de torque. Com isso, ela consegue ir de 0 a 96 km/h em 3.5 segundos.

 

Motos elétricas no Brasil: difícil acreditar que hoje isso seja uma realidade, mas é verdade!

Não é somente o mercado de automóveis que possui representantes energizados, as motos elétricas vieram para ficar também. Ainda estamos bem distante do mercado internacional, especialmente da Europa, não somente com a questão de modelos, mas também estrutural, porém é algo que com o investimento das montadoras e incentivo do governo, o Brasil pode se tornar um grande consumidor da tecnologia sustentável, afinal a finalidade da migração é em prol do meio ambiente.

motos elétricas no Brasil

O mercado das motos elétricas está crescendo muito no Brasil. Ainda tem um longo caminho a seguir, precisa de investimentos e tempo, mas é promissor

Enquanto o nosso país ainda se adequa a essa nova realidade, vai ocorrendo uma evolução tecnológica e atrativa no mundo, pois não será fácil fazer os apaixonados trocarem os roncos de suas motos. O mais importante é que a paixão por duas rodas não para de crescer.

Victor Athayde
Publicitário, Aventureiro, Motociclista e Fundador da Confraria Harleyros do Pará. Fã de filmes clássicos, de boa música e da cozinha italiana!