Faz tempo que a Yamaha aposta no segmento das scooter no Brasil. Talvez, muito do boom que o segmento vive hoje se deve pelos esforços da marca, que desde 1992 traz opções de diferentes estilos e preços ao país – relembre algumas aqui. Agora, ela parece colher os frutos de tantos anos de investimento.
Afinal, só a NMax já emplacou mais de 90 mil unidades no por aqui desde seu lançamento, em 2016. Então nada melhor que rodar com o best-seller da Yamaha para entender os segredos de seu sucesso. Veja aqui o teste completo da NMax 2023, mais equipada e conectada.
A Nmax 2023 mantém o que a scooter já tinhe de positivo e agrega controle de tração, suspensão com ajuste e sistema de conectividade – veja como funciona
Teste NMax 2023 Connected
Participamos do evento de lançamento da NMax Connected em novembro de 2022, percorrendo o caótico trânsito de São Paulo num test ride. Mas queríamos mais quilômetros para sentir a importância de suas novidades, incluindo exclusividades no setor. Deixamos aqui o agradecimento à Motoryama, que gentilmente forneceu uma unidade da scooter para um teste completo.
Novidades do modelo 2023
Vamos começar pelas cerejas do bolo, as novidades de 2023: sistema de conectividade, ajuste na suspensão traseira e controle de tração. Aliás, os dois primeiros são exclusividades no segmento e argumentos de vendas, já que a principal rival Honda PCX 160, mesmo renovada e interessante, não os possui.
Mais que novidade, a conectividade é um ponto alto do modelo. Uma vez devidamente emparelhado com o smarphone via app (o que rolou na segunda tentativa no nosso caso), fornece uma série de informações relevantes, como status mecânico (óleo do motor e bateria), último lugar estacionado e alertas de manutenção. Também há um interessante histórico de consumo (com gráficos ilustrativos) e a possibilidade de comparar seus números com outros usuários da NMax.
Conexão entre app e scooter precisou ser reiniciada para funcionar, mas depois agradou. Registro de Viagens mostra trajetos percorridos com riqueza de detalhes e ainda pode ser personalizado e compartilhado
Mas o mais interessante é o registro de viagens. Ele mostra um mapa com a rota percorrida, informando sobre o nível de aceleração em cada trecho e dados gerais sobre consumo, tempo de viagem, ganho de altura, velocidade média, rotação do motor e velocidade máxima. O motociclista ainda pode personalizar as informações e adicionar fotos, além de compartilhar a viagem com amigos através de apps como o WhatsApp.
A segunda novidade da NMax 2023 é a suspensão traseira ajustável. Mas não espere regulagens profundas como numa moto de competição, estamos falando de uma mera pré-carga na mola, que opera em duas posições, soft (padrão) e uma mais rígida, para tocada mais esportiva. Na prática, a mudança no conforto é bastante sutil e você irá acabar rodando na grande maior parte do tempo numa mesma posição.
Suspensão traseira tem ajuste simples, de pré-carga na mola. Na prática, pilotagem pode ficar mais ou menos macia, mas a diferença é leve
Por fim, o controle de tração. Outro ponto positivo da nova NMax, tem funcionamento impecável e ainda pode ser facilmente desligado – no próprio painel, com a scooter parada. Ative para garantir que a moto não destracione mesmo em aceleradas bruscas sobre piso muito escorregadio, como estradas de chão solto. Desative para sentir a roda traseira patinando.
Painel tem design simples, mas ótima leitura e bom nível de informações. Repare nos ícones de mensagem, TCS (controle de tração) e telefone, são novidades do modelo 2023
O que não mudou na NMax Connected
Em todo o restante, é a NMax que já conhecemos desde a segunda geração do modelo, lançada em 2021. Na ocasião, a scooter mais vendida da Yamaha ganhou design atualizado com a Max Series, sistema start stop, tomada 12v, novos farol e lanterna em LED e smart key. Além disso, o espaço interno sob o tanque passou aos atuais 25 litros. Ainda, manteve os freios ABS nas duas rodas.
NMax mantém a mesma receita que vendeu 90 mil unidades até aqui. Um de seus destaques é o motor, com ótima aceleração
O motor também segue igual. Estamos falando de uma usina de um cilindro e 155cc, com arrefecimento a líquido e 4 válvulas. Gera 15,4 cv e 1,4 kgf.m de torque, a 8.000 e 6.500 rpm. Alimentado apenas por gasolina, tem injeção eletrônica e o tradicional câmbio CVT. O tanque tem 7,1 litros (1,7 de reserva) e a scooter pesa 131 kg, já completamente abastecida.
Como é andar com a NMax 2023
Como uma boa scooter urbana, na cidade ela está em casa. É ágil e muda de direção com notória facilidade, mérito de sua ótima ciclística. No compartimento interno estão suas tralhas, enquanto o celular carrega na tomada 12V e uma luz pisca no painel todas as vezes em que receber notificações. Ou seja, praticidade e agilidade.
Também não decepciona na estrada. Sua ciclística é favorecida pelos novos pneus Diablo Scooter (de aro 13, medidas 130/70 atrás e 110/70 na dianteira) e garante boa estabilidade para uma scooter pequena mesmo numa subida de serra. O motor agrada, acelerando com vigor até os 100 km/h e mantendo de 105 a 110 km/h na maioria das situações, com suavidade e até certa folga.
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Consumo e top speed da nova NMax
Como pouco mudou no conjunto técnico, seguem os números já conhecidos de consumo e desempenho. Assim, a NMax beirou os 40 km por litro rodando na cidade, número que caiu cerca de 32 km/litro em rodovia. Ao rodar apenas acima dos 105 km/h, fez 28 km por litro. Vale lembrar que a scooter testada tinha menos de 200 km rodados.
Confortável, ágil e prática na cidade. Estável e prazerosa na cidade. É bom rodar com a Nmax
Se o consumo não decepciona, o mesmo pode ser dito do desempenho. O top speed da NMax 2023 fica logo acima dos 120 km/h (painel), mas ela roda com certa folga entre 105 e 110 km/h, velocidade suficiente para pilotar com segurança na maioria das condições cotidianas.
Pontos positivos e negativos da NMax 2023
Em seu modelo 2023, a Nmax mantém tudo o que o modelo construiu de positivo desde que chegou ao Brasil. É leve, ágil, prazerosa, bem equipada e tem bom fôlego. É competente em tudo o que se propõe, desde a qualidade da iluminação do farol em LED até o novo sistema de conectividade. Ah, ele também é um dos pontos positivos, especialmente pelo quesito inovação.
Lista de pontos positivos da NMax é maior que de negativos. Destaque para como tudo a que a moto se propõe funciona bem, desde a iluminação em LED ao controle de tração
A lista de pontos negativos é bem menor, mas detalhes fariam dela ainda melhor. O primeiro é o tanque de combustível, que podia ser mais generoso – na concorrente PCX são 8 litros, prometendo maior autonomia. Falando nela, a Honda tem porta objetos de 30 litros, contra ‘apenas’ 25 da Yamaha. Já o terceiro é a ausência do freio de estacionamento, inacreditavelmente raro nas scooter urbanas.
Com 25 litros (ante 30 L da PCX), espaço sob o banco é bom, mas poderia ser maior. Freio de estacionamento também faz falta
Quanto custa, cores e versões
Atualmente, a NMax Connected está disponível em versão única, com preço sugerido de R$ 19.690. As cores são azul (Navy Blue), verde (Matt Green) e vermelho (Solar Red). Quem buscar por exclusividade pode optar pela Special Edition, por R$ 19.990, no tom Matt Grey (cinza fosco).
Special Edition tem pintura especial e custa R$ 19.990, ante os R$ 19.690 do modelo padrão. Nas lojas, a NMax custa em média R$ 22.058 e R$ 21.713
Segundo a Tabela Fipe, nas lojas a nova NMax 2023 custa aproximadamente R$ 21.713 na versão padrão e R$ 22.058 na SE. A scooter Yamaha sai da loja com 4 anos de garantia, um diferencial no segmento. Além disso, participa do programa Revisão Preço Fixo.
Vale a pena comprar a NMax 2023?
Hora do veredito sobre a nova geração da NMax. Recaptulando o que já foi dito neste teste completo, a NMax 2023 é um bom produto, pois mantém tudo o que a scooter já agregou de positivo ao setor e ainda traz novidades, como controle de tração e sistema de conectividade.
É bem-equipada, com design atual, desempenho comprometido com a proposta e prazerosa de pilotar, inclusive em rodovias além da cidade. Também é segura, visto que tem ABS nas duas rodas – algo ainda ausente na principal concorrente.
Vale os R$ 21.700 pagos nas lojas? Diante da inflação que fez disparar os preços das motos nos últimos anos (a NMax custava R$ 11.900 em 2017; fipe), sim. É uma ótima opção para quem curte o segmento e busca uma scooter completa, ágil, prazerosa e confiável.
A compra da NMax pode valer a pena para quem procura uma scooter urbana completa e com bom desempenho
