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Apesar de representar apenas 6,6% (por enquanto) do total de veículos de duas rodas comercializados no Brasil no ano passado, o segmento dos scooters cresce a passos largos no país. Em 2018, inflou mais de 30% em relação ao calendário anterior – ante 16,8% da venda total de motos. Os números são puxados principalmente pelo Honda PCX, que emplacou 30.479 unidades no período, mas tem player novo na área. Chegou o Kymco Agility 200i.

O Kymco Agility 16+ 200i chegou às lojas (Suzuki) de todo o Brasil. Scooter promete praticidade, mas peca no preço

O Kymco Agility 16+ 200i chegou às lojas (Suzuki) de todo o Brasil. Scooter promete praticidade, mas peca no preço

Vamos aos poucos. Se você não se lembra, a taiwanesa Kymco é uma das marcas gerenciadas no Brasil pelo grupo J.Toledo, que também representa por aqui a chinesa HaoJue e a japonesa Suzuki. Por isso, as motos (ou, se preferir, os três modelos de scooter) da Kymco à venda em solo verde e amarelo são disponibilizados na rede de concessionários Suzuki. Feitas as apresentações vamos ao modelo.

Kymco Agility 200i no Brasil

Ele demorou para chegar. O Agility 16+ 200i foi sensação no stand da marca no Salão Duas Rodas 2017, ao lado do interessante Kymco Ak 550 – aparentemente abortado da operação em terras brasileiras. O modelo aposta na comodidade, com assoalho amplo e espaçoso para os pés, gancho porta objetos, bauleto de 26 litros (suficiente para um capacete integral) e grande compartimento sob o banco.

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O conjunto de freios é generoso. O sistema tem ABS nas duas rodas e aerokip na dianteira, para melhorar as respostas ao manete. Além disso, há pinça de dois pistões e discos de 260 mm na frente e 240 mm atrás – o que promete ser mais que suficiente para garantir segurança ao piloto e garupa – ainda mais se tratando de um veículo de 160 cilindradas.

Sistema de freios é um dos pontos altos do scooter. Há ABS nas duas rodas, discos grandes e até aerokip

Sistema de freios é um dos pontos altos do scooter. Há ABS nas duas rodas, discos grandes e até aerokip

Sim, 160. Na verdade são 163 cm³ no motor, para ser mais preciso. O propulsor tem refrigeração a ar (eis um ponto negativo, que denota simplicidade no projeto) e é alimentado por injeção eletrônica, gerando 12,5 cv de potência máxima e 1,3 kgf.m de torque, a 7.500 e 5.500 rpm, respectivamente. A transmissão, claro é automática e CVT.

As rodas são de alumínio, com aro 14″ atrás e 16″ na dianteira. Já o tanque tem capacidade para 7 litros de gasolina, o que deve gerar autonomia de 224 quilômetros, uma vez que a marca garante que o modelo roda 32 km/l. O peso total do conjunto é de 126 kg – a seco.

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Segundo a Kymco, o Agility 200 faz cerca de 32 km/l. Será que tem fôlego para acompanhar PCX, NMax e SH 150i?

Segundo a Kymco, o Agility 200 faz cerca de 32 km/l. Será que tem fôlego para acompanhar PCX, NMax e SH 150i?

Será que cola – com esse preço?

A Kymco é, indiscutivelmente, uma empresa que entende muito de scooters. É líder de vendas na Tailândia (um dos mercados que mais vende esse tipo de veículos) e também tem números expressivos em países da Europa, como na Itália. Mas o Agility tem dois problemas.

O primeiro: não foi ágil (desculpe o trocadilho). Levou cerca de 18 meses para ser comercializado no país desde sua apresentação, no Salão Duas Rodas, em novembro de 2017. O segundo e mais grave: chega no mesmo preço dos concorrentes e sem recursos como painel digital, tomada 12v, sistema start stop ou iluminação em LED – mas tem ABS nas duas rodas, eu sei.

O scooter da Kymco disputará atenções com o líder de vendas Honda PCX 150 – o quinto modelo mais vendido do Brasil em 2018, que, não por acaso, tem todos os itens de série citados no final do parágrafo anterior. Já o Honda SH 150i tem roda 16″ e ABS como o Agility, mas ainda possui computador de bordo e partida sem chave (smart key). A Yamaha está representada no tatame com a NMax, equipada com ABS, motor a líquido de 15,1 cv, painel digital e LED, por exemplo.

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Vamos aos preços (sugeridos pelas montadoras): Honda PCX 150: R$ 11.620; Kymco Agility 16+ 200i: R$ 11.990; Yamaha NMax: R$ 12.390; e Honda SH 150i: R$ 12.700. Entendeu porque o taiwanês tem uma briga de titãs pela frente?

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Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza