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Stefan Pierer, diretor administrativo da Pierer Mobility AG e principal responsável da KTM, Husqvarna e GasGas, falou recentemente sobre o futuro das marcas. No entanto, durante a entrevista alguns pontos levantaram polêmica, como a sua descrença com a tendência de movimento rumo à mobilidade elétrica. Além disso, ele revelou sua opinião sobre alguns dos principais concorrentes. Confira!

Motos elétricas? Chefe da KTM levanta polêmica

Stefan Pierer comemora o 30º aniversário de sua liderança, quando assumiu uma KTM falida com 160 funcionários – em janeiro de 1992 – até a atual fase da fabricante, consolidada com uma das marcas mais significativas da indústria europeia de motocicletas.

Mas foi em recente entrevista, que Pierer, CEO da Pierer Mobility AG, chamou a atenção, levantando pontos curiosos e polêmicos. A primeira surpresa é que o chefe se mostra cético em relação ao futuro das motos elétricas. Segundo ele, não haverá nada que ultrapasse os 11 kW de potência que seja viável.

Harley LiveWire? Completamente inútil! Todas as novas start-ups elétricas queimam dinheiro – elas são completamente inviáveis ​​comercialmente.”, disse Pierer sobre a moto elétrica da Harley.

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Segundo CEO, projetos como a LiveWire não devem ser vistos em breve na KTM

De acordo com o CEO da KTM, não existe um futuro viável para grandes modelos elétricos, em função do preço e pequena capacidade das baterias. Além disso, embora a KTM esteja embarcando na fabricação de pequenas enduro elétricas, as scooters de rua não são para a marca.

…uma scooter, é diferente. Muito diferente! Portanto, não temos nenhuma E-scooters da KTM. Esse é o trabalho da Piaggio, não meu – eles os fazem muito bem, muito respeito.”, respondeu o CEO falando sobre a rival italiana.

Para Pierer, também não há grandes perspectivas para o hidrogênio, porque exige infraestruturas e tecnologias muito complexas e caras. Em termos de ecologia, as suas preferências são mais por e-fuel ou combustíveis sintéticos.

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Embora o grupo da KTM deva seguir investindo em modelos de pequena capacidade elétricos, um scooter não está nos planos

Para KTM, a China é o futuro

O grupo da KTM atualmente possui 49% de joint venture com a chinesa CFMoto. E segundo o CEO, a verdadeira competição em níveis médios de modelos de entrada não virá mais do Japão, mas da China. Com isso, não é surpresa o anúncio de que a CFMoto vai construir os atuais motores em linha e as séries 790 e 890 na nova fábrica construída em Hangzhou.

Enquanto isso, uma versão do motor 790 LC8c da KTM, com cilindrada reduzida para 690 ou 650cc, também deve chegar dentro de alguns anos, mas destinada apenas ao mercado indiano. Essa produção será confiada a Bajaj, que já fabrica os modelos de pequena cilindrada, de 125 a 390cc.

Stefan Pierer e Rajiv Bajaj seguem construindo modelos de pequena cilindrada em parceria

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Motor dois tempos seguirá vivo na KTM

Ainda falando sobre alternativas combustíveis, e alfinetando concorrentes, Pierer falou sobre os motores movidos ao velho dois tempos. Segundo ele, muitos comentários foram feitos de que o motor de dois tempos está morto. No entanto, ele elenca a plataforma como a mais barata e viável a se desenvolver, seja para modelos de corridas ou off-road.

“A Honda tentou impedir que todos fabricassem essas motos, mas agora a Yamaha voltou com elas também.” , respondeu Pierer.

“Mas vamos continuar a fazer os dois tempos na KTM porque o cliente quer, e com injeção direta de combustível podemos até obter a homologação legal de rua.”, disse o CEO. “30 anos depois ainda está vivo em uma quantidade que não devo citar, mas se você torcer meu braço estamos falando de 50.000 motos por ano”

Como se sabe, a KTM é referência em modelos off-road e segue oferecendo uma linha motorizada também com a opção de dois tempos

MV Agusta não vai entrar no mercado trail

Em novembro, o grupo da KTM comprou 25,1% do capital da MV Agusta. E o envolvimento do novo dono não será apenas na cadeia de suprimentos e distribuição, mas também em certas estratégias de desenvolvimento de produtos.

E com a entrada do CEO, o projeto das big trail Lucky Explorer 9.5 e 5.5 pode não chegar às ruas. Isso porque, segundo Pierer, o mercado das motos aventureiras é um segmento difícil e competitivo de se estar presente. E na opinião dele, ninguém espera por um modelo desses da MV Agusta…

“De onde vem a MV Agusta, é sofisticado. Eu não diria luxo, mas é um luxo premium. Acho que o Brutale seria uma boa base para alguns desenvolvimentos muito bons, mas para mim, o modelo que ainda captura a essência da MV Agusta é o F4.”, complementou o chefe.

Se depender do CEO da KTM, modelos big trail da MV serão engavetados…

Novo modelo da Triumph 

Ainda falando sobre a aliança da KTM e Bajaj, Pierer lembrou que os indianos vem trabalhando também junto da Triumph. E segundo o CEO, o novo modelo de moto da parceria finalmente chegará ao mercado ainda este ano ou no próximo ano.

“Eles estão conversando desde 2016 e deveriam estar lançando seu primeiro modelo da joint venture agora, mas parece que o mais cedo que chegará é no outono deste ano, porque eles fizeram mais pesquisas e mudaram o estilo, ou algo assim.”, revelou Pierer.

Ainda sobre a Triumph, recentemente a empresa anunciou que vai entrar para o mundo das competições de Motocross, contra a KTM e a GasGas. Segundo Pierer, o rival vem seguir o sucesso de suas marcas e será interessante ver como tudo vai se desenrolar no futuro.

Fernando Santos
Jornalista amante do mundo da moto, vivendo destinos e sons. Ávido por novidades e crescido com o cheiro de motor dois tempos. [email protected]