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O Salão Duas Rodas é um dos eventos mais aguardados da América Latina quando o assunto é motocicletas e a edição 2017 está muito perto de iniciar. O evento ocorre em São Paulo, no São Paulo Expo, entre os dias 13 e 19 de novembro, e as montadoras prometem acelerar os corações dos apaixonados pelo motociclismo. Nesta semana, por exemplo, Indian, BMW Motorrad e Royal Enfield adiantaram algumas das novidades (e lançamentos, claro) que levarão ao Salão. Por quais outros lançamentos podemos esperar?

BMW HP4 gera 215 cv e pesa apenas 171 kg. Com produção limitada, lançamento do modelo no Brasil acontece no Salão Duas Rodas

BMW HP4 gera 215 cv e pesa apenas 171 kg. Com produção limitada, lançamento do modelo no Brasil acontece no Salão Duas Rodas

A marca alemã fará do evento palco para o lançamento de sua principal superesportiva, a BMW HP4 Race. Homologado apenas para rodar em circuitos fechados (e não em vias públicas), o modelo é um expoente em tecnologia. Seu quadro principal é confeccionado inteiramente em fibra de carbono e pesa apenas 7,8 quilos. Com uma dieta severa em diversos itens, adotando fibra de carbono em algumas ocasiões, a marca conseguiu reduzir o peso (seco) da HP4 para míseros 171 quilos, que são empurrados por um motor de quatro cilindros e 999 cm³ que gera 215 cv, a 13.900 rpm, com um torque máximo de 12,2 kgf.m, a 10.000 rpm. Além disso, o modelo atende às especificações 6.2 e 7.2 das motos que disputam o Campeonatos Mundiais de Endurance e Superbike. A motocicleta foi apresentada ao mundo no Salão de Milão do ano passado e é fabricada em Berlim, na Alemanha, e tem produção limitada em 750 unidades – trabalhadas individualmente, em um processo de montagem artesanal efetuado pela BMW Motorrad.

Por sua vez, a Indian Motorcycles anunciou a campanha “Venha conhecer o lado dark da lenda” convidando os fãs da marca a visitarem seu stand no Salão. E também divulgou um ‘spoiler’: a empresa confirmou a Scout Bobber e os modelos Dark House para o evento, com poucas informações e muitas fotos, aguçando a curiosidade de nós, motociclistas. Segundo a Indian, a campanha ” remete ao estilo mais agressivo e underground representado pela total predominância do preto fosco […] Sem retoques, a Indian Scout Bobber, Indian Chief Dark Horse e Chieftain Dark Horse oferecem um novo conceito em design”.

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Um sonho possível. A Honda já produz as 'irmãs' CB 500F, CBR 500 e CB 500X por aqui há algum tempo. Apresentar no Salão Duas Rodas 2017 a Rebel 500 agradaria aos que procuram uma moto custom intermediária

Um sonho possível. A Honda já produz as ‘irmãs’ CB 500F, CBR 500 e CB 500X por aqui há algum tempo. Apresentar no Salão Duas Rodas 2017 a Rebel 500 agradaria aos que procuram uma moto custom intermediária

A Honda também já confirmou lançamentos para o salão, desde CUBs de 125 cc até esportivas de quatro cilindros. É no Salão Duas Rodas que ela irá apresentar as novas CB 650F e CBR 650F, mais potentes e equilibradas do que as versões antecessoras (e com a duríssima missão de agradar os milhares de órfãos da CB 600F Hornet, diga-se de passagem); e também a nova Biz 2018, que aposta em conveniências tecnológicas para fazer frente aos scooters, empregando itens como tomada 12v e painel digital. Outros modelos com atualizações bem mais discretas (como a CB 250 Twister, que ganhou basicamente novas cores, apenas) também estarão disponíveis para apresentação ao público no evento. Contudo, esperamos ver mais lançamentos audaciosos da marca líder de vendas no Brasil, como a possível vinda da custom 500 Rebel, por exemplo, que surfaria nas ondas de motos clássicas presente no Brasil.

Outra novidade do Salão Duas Rodas vem da Royal Enfield. A marca informou que apresentará uma moto customizada especialmente para o evento, mas, envolta em mistério, a informação oficial não cita qual será o modelo a ser trabalhado pelas mãos da Classic Riders Brasil e nem qual linha da customização seguirá. Estamos ansiosos para descobrir! Para relembrar, já havíamos palpitado alguns lançamentos que gostaríamos de ver no Salão recentemente, incluindo modelos como as Yamaha T7 e Fazer 250, KTM 390 DUKE e Dafra Apache 200.

O Salão de Tóquio pode revelar motos que teremos no Salão Duas Rodas?

Esta é uma pergunta interessante de se fazer… ainda mais quando a Kawasaki adota o evento de seu país natal para lançar a Z900RS, uma releitura da Z1 dos anos 1970, esportiva tetracilíndrica que marcou o início da família Z. O lançamento encanta os mais puristas ao adotar diversos elementos daquela época, como farol redondo, banco inteiro com um leve segundo nível, retrovisores em forma de círculo, painel com ponteiros analógicos e tanque arredondado. Até o motor (um quatro cilindros da família Z900  ‘atual’ um pouco suavizado, com 111 cv a 8.500 rpm e 10 kgf.m a 6.500 rpm) adota o visual setentista. Porém, o antigo está apenas no design. O conjunto de suspensões, iluminação (em LED na traseira e dianteira), embreagem deslizante e assistida, controle de tração e freios ABS deixam claro que é uma moto moderna. Mesmo considerando os vários lançamentos da Kawa no Brasil neste ano (como Z650, Ninja 1000 e a esperada Versys X-300, por exemplo) as chances da Z900RS ser apresentada por aqui já no próximo mês são ínfimas. Mas não nos custa sonhar, certo?

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Os nostálgicos ganharam um novo sonho de consumo. A Z900RS chegou depois de muito suspense com uma receita simples e extremamente agradável. A nova clássica foi apresentada no Japão, mas não custa sonhar com elas nas ruas brasileiras, não é?

Os nostálgicos ganharam um novo sonho de consumo. A Z900RS chegou depois de muito suspense com uma receita simples e extremamente agradável. A nova clássica foi apresentada no Japão, mas não custa sonhar com elas nas ruas brasileiras, não é?

O Salão de Tóquio (Tokyo Motor Show) que está ocorrendo desde o dia 24 deste mês na capital japonesa, foi palco para mais um grande lançamento da marca: a Kawasaki Ninja 400. Com 45 cv (10 mil rpm) e oito quilos mais leve (registrando 169 kg em ordem de marcha), o modelo aposenta a Ninja 300 e quer recuperar o mercado perdido para concorrentes que vieram de carona na onda das esportivas pequenas, como a Yamaha R3. O motor segue a mesma receita dos dois cilindros paralelos, desta vez com 399 cc, e foi desenvolvido com atenção especial para gerar potência também em médias e baixas rotações, com torque passando de 2,8 kgf.m a 10 mil rpm (Ninja 300) para 3,9 kgf.m disponíveis já aos 8 mil giros. Além disso, o design está mais próximo ao de irmãs maiores, como a bela e renovada Ninja 650 e o painel digital é novo, com um grande conta-giros analógico ao centro. Entram na cesta de equipamentos, também, quatro em treliça, embreagem deslizante e freios ABS, com disco dianteiro de 310 mm e de 220 mm atrás. O modelo foi apresentado como 2018 e este sim, devido aos interesses de mercado da marca verde no Brasil, tem mais chances de ser apresentado aqui no Salão Duas Rodas em novembro – acreditamos.

A Kawasaki tem se mostrado agressiva no mercado verde e amarelo e, por isso, há chances reais de apresentar a nova Ninja 400 por aqui já em novembro. Com 45 cv, o que surpreende mesmo é o torque em baixa e média rotação

A Kawasaki tem se mostrado agressiva no mercado verde e amarelo e, por isso, há chances reais de apresentar a nova Ninja 400 por aqui já em novembro. Com 45 cv, o que surpreende mesmo é o torque em baixa e média rotação

Conhecido por exibir veículos de duas ou quatro rodas de design, digamos, incomum, o Tokyo Motor Show também guardou uma surpresa da Yamaha. A empresa dos três diapasões apresentou a Niken, uma motocicleta de três rodas. Segundo a marca, o conceito é diferente de tudo o que há no mercado atualmente, aliando o desempenho esportivo a um veículo com três rodas – e quatro amortecedores invertidos na dianteira, neste caso. Para tal, utiliza o motor da MT-09 com seus três cilindros, 115 cv e 8,92 kgf.m de torque, o suficiente para acelerar o protótipo de 0 a 100 em menos de 3,5 segundos. Como um bom conceito é, no mínimo, curioso.

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Este é o Niken. O conceito Yamaha inova ao apresentar uma moto de três rodas com o desempenho de uma naked esportiva

Este é o Niken. O conceito Yamaha inova ao apresentar uma moto de três rodas com o desempenho de uma naked esportiva

Entretanto, é outro conceito da Yamaha que nos interessa: o T7. Apresentado no Salão de Milão (o EICMA) do ano passado, o modelo leva o equilibrado e gostoso propulsor da MT-07 ao mundo on/off road, criando uma espécie de Ténéré 700 (daí o nome T7) e marcando os primeiros passos de uma nova era de motos aventureiras da marca. O tanque de combustível é de alumínio, a suspensão dianteira é KYB, o escapamento da Akrapovic e seu farol de LED tem 4 projetores. É provável que a marca faça alterações no visual do modelo para seu lançamento ao varejo (passando uma mensagem menos agressiva que a do conceito) e apresente-o no EICMA 2017, que acontece uma semana antes do Salão Duas Rodas, de 9 a 12 de novembro. Da Yamaha, também aguardamos a vinda de motos menores, como a nova Fazer 250, assim como eventuais (e necessárias) renovações nas XTZ’s Lander e Ténéré 250.

Como era de se esperar, a Honda também fez curiosas apresentações em Tóquio. A marca exibiu o conceito Neo Sports Cafe Concept, quase uma café racer futurista, e a Riding Assist-e, que emprega tecnologias próprias de equilíbrio da Honda para criar uma moto que equilibra-se sozinha mesmo em condições adversas, como colisões laterais. Assim como a Riding, o PCX também ganhou uma versão elétrica – e outra híbrida. Líder em vendas no Brasil as novas versões do scooter com motorização alternativa devem ir às lojas já em 2018, começando pela Ásia.

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Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza