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As motos estão presentes no Brasil desde meados de 1900, numa história com infinitos e felizes episódios. E também alguns desafios, como quando nosso mercado se fechou para importações, deixando fãs e clientes de duas rodas refém de produtos fabricados em solo verde e amarelo. Naturalmente, foi nesta época que surgiram algumas das motos nacionais mais reverenciadas até hoje. Bora relembrar algumas?

Honda CB 400, ícone das motos nacionais

A proibição das importações decretou também o fim das motos grandes vendidas no Brasil. Para vender aqui era preciso fabricar no país, numa época em que as marcas Honda e Yamaha produziam apenas motos de baixa cilindrada. Até que, em 1980, surgiu a Honda CB 400. Foi a ‘primeira moto grande’ de muita gente e logo virou atração nas ruas.

Honda CB 400 em 1980 - motos nacionais

Primeira ‘moto grande da Honda’, a CB 400 é uma das mais icônicas motos nacionais

Rodas Comstar mistas de aço-alumínio, freio a disco na dianteira e visual inspirado nas grandes máquinas do exterior eram só alguns de seus atrativos. Um destaque especial era o motor que, com dois cilindros paralelos, entregava animadores 40 cv de potência, levando a moto até perto dos 170 km/h de velocidade máxima. Um fenômeno para a realidade local da época. O modelo foi um sucesso de vendas e mais tarde deu origem às CB 400II, CB 450 e até CBR 450SR, sem contar edições especiais cobiçadas até hoje.

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Yamaha DT 180, precursora do off-road

Apenas um ano depois o mercado brasileiro receberia outro ícone entre as motos nacionais. A Yamaha DT 180 era leve, ágil e muito resistente, sendo a responsável por popularizar as trilhas e o off road no Brasil. Nos anos 1980, o modelo era simplesmente onipresente em todas as trilhas e provas que aconteciam no país.

Yamaha DT 180 em 1981

Lançada em 1981, foi a Yamaha DT 180 quem popularizou o acesso do brasileiro ao universo off-road

Também ficou conhecida pela junção do seu desempenho e modernidade, sendo a primeira moto com suspensão monoamortecida no país. Lançada em 1981, ganhou diferentes gerações e versões, além de dar origem à DT 200R, que ficou nas lojas até 2000. Em comum, todas eram valentes e movidas por motores de 2 tempos.

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Honda XL 250R chegou em 1983

Claro que a Honda não iria ficar parada enquanto a concorrente fazia sucesso. Então, dois anos depois do lançamento da DT apresentou a XL 250R, a primeira off-road da marca montada no Brasil. Com o apelo da Honda, logo se tornou um sucesso de vendas e um destaque entre as motos nacionais.

Honda XL 250R em 1982

Famoso material publicitário mostrava a XL explorando a lua

A XL possuía sistema Pro-Link na suspensão traseira, suspensões de longo curso e um motor robusto e econômico. Com interessantes 22 cv, e arquitetura RFVC (cabeçote de quatro válvulas radiais ), ele faria tanto sucesso por aqui que deixaria descendentes até 2015, com a segunda geração da NX 400 Falcon. Na carona da XL 250R vieram as XLX 250 e XLX 350R.

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Agrale 16.5, clássico entre as motos nacionais

Nem só de Honda e Yamaha viveu o mercado de motos nos anos 1980. A Agrale era (e ainda é) uma grande empresa de tratores e veículos pesados, então uniu-se à Cagiva para trazer seus projetos ao mercado nacional. Da parceria de gaúchos e italianos surgiram bons clássicos entre as motos nacionais.

Agrale SXT 16.5 - motos nacionais dos anos 1980

Numa parceria com a Cagiva, a Agrale criou clássicos no Brasil, como a SXT 16.5

Um exemplo é a Agrale 16.5. A modernidade começava no nome, pois, ao contrário das rivais que focavam na cilindrada, ela adotava a potência como nome comercial. Tinha um interessante motor 2 tempos de arrefecimento a líquido, além de freio a disco na dianteira e uma evoluída suspensão traseira monoamortecida. Na época, uma moto com ficha técnica digna de moto importada.

 

 

Veja mais:

Yamaha RD 350 LC em 1986 

Aqui, uma das motos Yamaha mais icônicas já vendidas no Brasil. A RD 350 foi a primeira ‘moto grande’ da empresa no país e criou uma nova era na história da marca. Isso porque se no começo a Yamaha fabricava apenas motos pequenas em Guarulhos (SP), foi com a RD que mostrou o poderio da novíssima fábrica construída em Manaus (AM), que segue ativa até hoje.

Yamaha RD 350 LC em 1986 - motos década 80

Leve, moderna, carenada. A RD 350 logo virou um ícone entre as motos nacionais dos anos 1980

A RD 350 era um modelo global e representava o que a marca tinha de melhor à sua disposição. Lançada aqui em 1986, tinha como destaque o visual moderno e o motor de 2 cilindros em linha. Dois tempos, ele gerava 60 cv, potência que criava uma mistura emocionante se considerado o peso (de apenas 170 kg) da esportiva. Foi produzida até 1993.

 

Yamaha XT 600 Z Ténéré em 1988

Hora de voltar ao off-road para falar da primeira moto com motor 4 tempos produzida pela Yamaha no Brasil. A XT 600Z Ténéré foi lançada em 1988 e ainda adotou outro recurso incomum para a época: a partida elétrica.

Yamaha XT 600 Z Ténéré em 1988 - motos década 80

Yamaha XT 600 Z Ténéré em 1988

Alta, resistente e com cores características, a Yamaha Ténéré entregava de 42 cv de potência e logo tornou-se um símbolo da marca no país. Depois, ainda abriria espaço para a importada Tenere 750 por aqui, bem como para a XT 500E e XT 660 Tenere.

Marcela Gonçalves
Amante do mundo, da natureza e viagens, e principalmente de vivenciar isso sobre duas rodas.